DEVON
Na quinta a noite encontro Maia quando volto do trabalho um pouco mais tarde do que o normal. Ela está voltando de uma caminhada.
— Uau ele é muito trabalhador! — Ela brinca. — Estava acertando os últimos detalhes da apresentação em Nova York?
É bom que ela esteja bem humorada e se abrindo outra vez. Hoje cedo eu até vi se a porta estava aberta, e estava.
— Sim, tem que estar tudo muito bem apresentado, eu tenho que falar bem, afinal não é toda hora que tem gente querendo investir em ciência. — Eu digo enquanto ela vai para a porta a abrindo com a chave.
A garrafa de água dela cai quando ela se atrapalha e eu me abaixo para pegar.
— Ia bater na sua porta agora a noite só para dizer tchau, tenho que estar no aeroporto muito cedo amanhã. — Devolvo a garrafa para ela.
Maia pega e fica me olhando por alguns instantes em silêncio. — A gente pode conversar um minuto, lá dentro?
É uma sensação tão idiota o alívio que sinto quando ela me chama, mas é importante para mim ir viajar sabendo que estamos bem.
Desde domingo isso está me deixando desconcentrado e inquieto.
Eu a sigo para dentro da casa e encosto a porta atrás de nós.
— Quer alguma coisa? Não que tenha muita coisa, tenho que ir ao mercado amanhã. — Ela fala descartando o celular, fone e garrafa d'água sobre o sofá.
— Eu faria isso pra você, mas...
Eu já fiz isso infinitas vezes, eu faço as compras dela sempre que ela está com a geladeira vazia e com muita preguiça.
— As vezes eu preciso ser uma mulher crescida que vai ao mercado. — Maia brinca e se senta. Ela faz sinal para eu também sentar. — Vamos nos acertar antes de você ir porque não quero essas coisas mal resolvidas entre nós.
Ela ganha um ar tão maduro quando fala isso, parece até que a perdi crescendo dessa maneira.
— Então vamos nos acertar porque eu senti sua falta essa semana, nós não podemos ficar estranhos assim um com o outro. — Me sento ao lado dela no sofá. — Converse comigo.
Maia tira os tênis e ergue os dois pés se sentando de lado no sofá para olhar para mim, então só para folgar um pouco mais ela coloca suas pernas por cima de mim.
— Pronto, agora vamos conversar, e acho que o ponto principal disso tudo é: não quero perder sua amizade. — Ela apoia a cabeça de lado no encosto do sofá. — O que estávamos tendo estava muito bom, muito, Devon nunca estive com ninguém que realmente gosta do meu jeito, e me entende, que parece se encaixar em mim, por isso é diferente com você...
— Mas...
É claro que tem um "mas". Eu concordo com o que ela está falando, obviamente essa mulher sempre foi minha outra metade, mas não de um jeito romântico, até recentemente.
— Mas nós não pensamos nos riscos, porque nossos pequenos problemas como amigos são fáceis de resolver, mas quando isso muda para outra coisa é mais complicado. Ainda mais quando alguém que você tem uma história surge no meio disso. — Ela parece tão experiente, muito mais do que eu, e talvez ela realmente seja.
Maia passou por várias frustrações, términos, paixões, ao longo dos últimos anos. Por outro lado, minha experiência nos últimos anos se resume a minha relação com Barbara e nada mais.
— Eu sei que as coisas se complicaram. — Faço carinho na perna dela. — Mas sobre Barbara e eu, não há nada acontecendo. Eu viajo amanhã, volto no domingo a noite e ela sai na segunda antes do almoço. Depois disso tudo volta ao normal.
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Por toda a vida (Metrópoles #1)
RomanceSpin-off de Astros de Duke Maia e Devon são melhores amigos desde que ela nasceu quatro horas depois dele e suas mães dividiram um quarto na maternidade. Quando foram para a faculdade Maia entrou na Universidade da Carolina do Norte e Devon em Duke...