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MAIA

Eu não tenho uma palavra adequada para descrever o sexo com Devon, mas pior do que isso não tenho palavras pra descrever o que isso tá me causando.

Deitada ao lado dele na cama o olhando dormir eu tento refletir o que fizemos. O beijo na praia, a conversa na porta do quarto dele que levou ao sexo. E então sentimentos, uma porção deles, eu nunca amei Devon no sentido romântico, não amo, mas no momento que Dev beijou meu corpo como se eu admirasse, no momento que entrou em mim me olhando nos olhos, algo dentro de mim se desfez e eu olhei para ele de uma forma nova.

Não era Dev meu amigo, e também não era um cara aleatório com quem eu queria transar, era algo diferente.

— Você fica olhando todo cara que transa dormir?

Tento fechar meus olhos rápido, mas não consigo me impedir de rir porque sei que ele sabe que eu o estava olhando.

— Desculpa. — Abro os olhos de novo. — Estava tentando criar força de vontade pra ir para o meu quarto.

Ele ergue um pouco o rosto e olha para a janela e então move a cabeça negando alguma coisa. — Ainda nem amanheceu, dorme bebê.

Outra coisa que passou pela minha cabeça nos últimos minutos era se tínhamos arruinado nossa amizade, mas o ouvindo me chamar de bebê e falar com tanta intimidade acalma tudo e me faz pensar que ainda somos os mesmos Devon e Maia de sempre.

Dev ergue um braço esperando eu me acomodar direito no colchão e eu me encaixo contra ele, só então ele abaixa o braço me abraçando. Nada que não tenhamos feito centenas de vezes, a diferença dessa vez é que estamos nus.

— Antes de dormir só quero dizer que isso é muito bom, adorei a sensação de transar com um cara gostoso e que sabe usar a máquina. Você definitivamente é uma nota dez.

Ele ri baixo e dá um beijo logo abaixo da minha orelha me deixando arrepiada e me encolhendo mais contra ele.

— Nunca me deram nota nisso antes. — A voz dele está sonolenta. — Gostei da que recebi.

Subo minhas mãos para o corpo dele o abraçando, não sem antes tirar uma casquinha dos músculos dele pressionando as mãos neles.

Em algum momento depois disso eu durmo, e quando acordo o dia já amanheceu e Devon não está na cama mais. Tem um bilhete na cama onde ele estava deitado antes.

Fui dar uma corrida.

É claro que foi, ele ama fazer isso quando nós estamos na ilha, ele gosta de correr na orla. Ficar vendo e ouvindo o mar enquanto corre.

Me visto, mas não coloco a camisa embaixo do vestido ou a meia calça. Levo tudo na mão para o meu quarto quase no final do corredor.

— Dormiu com Devon?

É a voz de Tess vindo atrás de mim no corredor me fazendo virar para ela. — Sim, você sabe, começar o aniversário juntos e tal, conversamos até tarde.

Não sei porque estou me justificando, eu poderia dizer a Tess que transamos, para mim não existe problema em dois adultos solteiros fazerem isso, mas talvez Dev não goste que eu explane isso. Ele é discreto, sempre foi.

— Feliz aniversário, eu nem te abracei a noite. — Tess dá uma corridinha e me abraça. — Sei que somos amigas só há alguns meses, mas eu sinto que é muito mais e quero passar muitos aniversários com você.

— E eu quero que passe. — A abraço forte de volta. — Sério Tess, eu estou feliz por ter te conhecido naquele escritório. Foi literalmente a única parte boa.

Por toda a vida (Metrópoles #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora