Por toda a vida (Metrópoles #1)

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MAIA

Os caras estão falando sem parar no lado do quintal de Dev, é o que eles fazem todo domingo. Meu melhor amigo é muito tranquilo, isso é diversão para ele, reunir quatro ou cinco amigos, ver jogo e jogar conversa fora.

— Acho que vou descer e comer com Dev e os outros. — Mando um audio para Tess.

Eu queria não levantar e passar o dia na cama, mas estou com fome. Só que também não queria comer porque eu não posso ganhar mais peso.

Tess manda um áudio em resposta.

— Posso ir? Porque não posso deixar você sozinha com tanta testosterona.

Digito um ok e saio da cama para tomar um longo banho e quando termino visto um short jeans e uma blusa regata, algo que eu não usaria antes, mas então cerca de dois anos atrás percebi que não estar no peso certo, ter flancos, culote, dobrinhas na barriga e peitos em excesso não podem me limitar.

Então é isso, eu estou nove quilos e meio acima do peso e sei que preciso emagrecer, e quero muito, mas não estou me torturando por isso. Pelo menos não o tempo todo, só as vezes.

Vou para a casa de Dev, atravessando a porta que conecta nossas salas e então sigo para o fundo. Cervejas abertas, televisão no quintal, churrasqueira funcionando, violão e caras bonitos. Esse é o cenário.

Dois dos caras trabalham com Dev no instituto de pesquisas, sete andares acima da empresa onde eu trabalho, eles são super inteligentes como meu amigo, os outros três estudaram conosco em Brunswick e agora também moram em Atlanta.

— Ei bonita! — Rick grita e eu aceno enquanto Dev ajeita seu boné me olhando da churrasqueira.

— Achei que fosse dormir o dia todo. — Ele não está com uma expressão amigável.

Sei que ele não é muito fã de eu atrapalhar os momentos masculinos quase todos os domingos.

Dou de ombros. — Não dispenso churrasco e cerveja. Aliás, Tess está vindo, tudo bem?

— Claro.  — Ele volta a cuidar da carne.

Procuro um lugar para me sentar e me jogo entre algumas almofadas em um canto pegando uma cerveja que Jared me oferece.

— E aí cara? — Fecho meu punho e ele bate.

Ele é um dos que estudei. Os garotos da escola muitas vezes pareciam me tratar como um deles, um cara. Em determinado momento isso me deixou péssima, porque eu me perguntava se eu era um "cara" porque não era a garota com corpo padrão e atraente. Mas depois preferi acreditar no que meu pai disse sobre eu ser uma moleca que me dava melhor entre os meninos do que meninas.

Jared se senta do meu lado e passa o braço sobre meu ombro.

— Como está o emprego?

Eu tremo só de pensar. Quer dizer obviamente tem um lado bom, eu conheci pessoas novas, e também outras coisas, tambéme é uma empresa de decoração. Mas eu queria estar nos projetos e não sendo secretaria, mesmo que eu goste de ser secretaria de quem sou.

— É domingo Jared, sem assunto de trabalho. — Me esquivo.

Jared ri ao meu lado e de algum lugar uma tampinha de cerveja acerta o peito dele.

— Estou vendo você encarar os peitos dela! — Devon fala alto.

— Eu não estava, ele ficou na minha linha de visão sem querer. — Ele se justifica.

Dou uma olhada para o decote da minha regata, realmente ela não faz muito trabalho para os conter. Tiro o braço de Jared do meu ombro e me levanto.