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DEVON

- Por que está me deixando? - Olho para Maia enquanto estou com a cabeça em seu colo assistindo The X Factor.

Ela vai para Brunswick amanhã de manhã ver os pais e ficar o fim de semana. Me planejei para isso também, ver meus pais, minha namorada, eu não vou para casa há pelo menos dois meses. Achei que estava tudo certo e então nosso investidor mais importante para o projeto de nanotecnologia decidiu fechar o contrato amanhã a noite e me quer lá para esclarecer umas últimas dúvidas.

- Preciso levar as luminárias, você sabe. - Os dedos de Maia estão passando devagar por meu cabelo. É relaxante, as vezes só é bom um pouco de carinho. - Meu pai também quer me ver e estou começando a achar que ele quer me dizer que aos vinte e quatro anos vou ganhar um irmão.

Dou risada, mas não dúvido que seja isso, e pela expressão séria ela também não dúvida.

- Como isso seria para você? - Eu pergunto.

O divórcio dos pais dela não foi amigável, tio Vince traiu tia Leslie, por anos, Maia ficou com muita raiva do pai. É por isso que eu estou intrigado com a possibilidade de Maia estar se envolvendo com seu chefe casado. Na verdade não uma possibilidade, eu tenho a observado melhor recentemente, tenho certeza que é com ele que Maia tem saído.

- Se for isso eu vou desejar os parabéns e desejar o melhor para o bebê, obviamente. - Ela move os dedos um pouco mais forte contra meu couro cabeludo, ela está brava. - Mas os pais dele continuarão a ser dois idiotas.

- Justo. - Concordo com ela e me sento. - Acho que vou dormir, você também devia ir para não pegar a estrada com sono.

Ela concorda movendo a cabeça e abre os braços para mim esperando um abraço que eu não demoro nem dois segundos para dar. Uso do abraço para a colocar em meu colo e a aperto mais.

- Vou sentir saudades esse fim de semana. - Ela murmura encostada em meu peito.

- Mentirosa. Você nem me dá atenção mais aos fins de semana. - Eu faço cócegas rápidas nela, mas paro porque preciso falar sério. - Não temos nos visto muito, ou conversado, mas quero dizer que mesmo não me falando nada eu não sou burro, tem coisas que vejo e gostaria de conversar com você. Então lembra que eu estou aqui para te ouvir.

Maia suspira e sinto suas mãos se moverem em minhas costas me apertando mais. A gente costuma confiar um no outro, queria confiança agora.

- Quando eu voltar? Podemos jantar na segunda-feira e conversar. - Ela parece esgotada quando se afasta do meu peito. - Nem deveria te contar agora, mas você é você e eu preciso falar sobre várias coisas.

Me levanto um pouco me inclinando para beijar a testa dela. - Segunda vamos jantar. - Eu aceito. - Dirija com calma amanhã, me ligue quando chegar.

- Está bem, pai.

Não sou idiota para saber que Maia me acha responsável demais, até chato, mas é como um equilíbrio, um de nós precisava ser mais centrado. Talvez eu goste de ser pé no chão e protetor com ela também, provavelmente por superproteção e medo de um dia a perder.

- Só um bom amigo. - Eu rebato.

Ela sorri para mim. - É o melhor.

Faço o que disse, vou para minha casa e não demoro muito a ir para cama e dormir. Acordo na manhã seguinte com uma mensagem de Maia avisando que já saiu.

Respondo a ela e escrevo para Barb que não me escreveu nada desde a tarde de ontem. Depois disso malhar um pouco, café da manhã e reler o projeto, abrir alguns arquivos no notebook para estar preparado para essa noite. Me distraio tanto nisso que quando me dou conta já é quase hora do almoço e Maia já avisou que chegou a Brunswick.

Por toda a vida (Metrópoles #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora