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DEVON

Eu ainda não sei de quem foi a grande ideia de beber minha garrafa de tequila e jogar Eu nunca. Não parece coisa da Maia, ela detesta esse jogo, por outro lado Barbara detesta tequila.

De qualquer forma elas se falaram, Maia contou que ficamos.

Não estou puto com isso, só que adiantei meu vôo porque queria chegar em casa e conversar com a Barbara e com a Maia também, ser honesto. E aí eu chego e tudo foi dito na hora errada enquanto elas estavam levemente bêbadas.

A minha conversa com qualquer uma delas vai ter que esperar. Barbara apagou no quarto sem me falar nada da conversa delas e só quero conversar com Maia depois de conversar com ela.Ou seja, adiantei meu voo para resolver tudo logo e não vou resolver nada.

Mando uma mensagem para minha mãe avisando que já estou em casa. Depois só vou até a cozinha e pego aquela garrafa de tequila que elas abriram e me sirvo de uma única dose.

Por fim, vou até o sofá para assistir a única coisa que dá ver em um domingo a tarde, jogo.

Já assisti um jogo de futebol americano e um de basquete quando ouço passos vindo da direção do quarto. Barb está acordada.

— Oi, como se sente? — Pergunto assim que ela aparece.

Ela me olha muito séria. — Com dor de cabeça, e confusa. Maia te falou o que conversamos?

Nego com a cabeça e me levanto.

— Ainda não conversei com ela, na verdade eu quero conversar com você, se tiver bem para isso. — Vou até o banheiro abrindo o armário para pegar a caixa de remédios e pego uma cartela de Advil. — É melhor conversarmos hoje porque amanhã você vai embora.

Volto para a sala e entrego a cartela para ela. — Obrigada. — Ela pega e vai até a cozinha pegar água. — E eu concordo, precisamos conversar, ainda mais agora depois da conversa com a Maia.

Barbara volta a sala bebendo a água e quando termina coloca o copo sobre a mesinha, então se senta no sofá.

— Por onde começamos?

Eu sorrio torto. — Por nós, pelo nosso relacionamento e tudo que eu devia ter dito no dia que terminou comigo, mas eu travei.

Ela apenas move a cabeça assentindo devagar e esperando que eu comece.

— Se lembra quando nos conhecemos? Fazia só um mês do acidente do meu pai, nós estávamos nos acostumando a uma nova rotina em casa. Você chegou no colégio, foi como me tirar daquele turbilhão que eu estava. Maia também estava praticamente morando lá em casa, e ela se esforçava para me distrair, mas a verdade é que ela estava tão quebrada quanto eu.

Me lembro que tio Vince não gostou muito dela ter ficado lá, não porque ele não gostasse de nós ou não se importasse, sempre se importou, mas ele achava um pouco demais a filha adolescente todos as noites dividindo a cama com um garoto.

Eu hoje entendo melhor o ponto dele em se preocupar como pai.

— Nós nos gostamos imediatamente, não foi? — Barbara me pergunta. — Você e eu nem éramos do mesmo ano, mas você foi muito legal comigo. Eu me apaixonei rápido, você parecia um príncipe, sempre gentil, correto e lindo. Não havia ninguém mais como você.

Meu lábio repuxa num sorriso. Nunca tentei ser um príncipe, mas sempre gostei de ser um cara legal e não um idiota.

— O mais importante disso tudo é que nós realmente fomos aqueles adolescentes vivendo o amor de verdade pela primeira vez, nós estávamos apaixonados enquanto estavamos juntos em Brunswick. E no início também quando estávamos separados, mas depois...

Por toda a vida (Metrópoles #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora