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DEVON

Estou orgulhoso que Maia levou a ideia de academia adiante. É isso que penso enquanto a observo vestindo uma roupa de ginástica horrível com uma camiseta larga enfiada por cima, exausta depois de um treino.

— Nós temos que comprar roupas de ginástica nova para você. — Eu comento. — Por que está usando isso?

Faço uma careta olhando para a calça laranja neon.

— Eu malhei por quase uma hora sem parar e tudo que tem a fazer é falar da minha roupa? — Maia afasta a garrafa de água dos lábios. — Eu preciso de um novo melhor amigo.

— Eu estou orgulhoso de você, bebê. — Sei que é isso que ela quer ouvir. — Mas ainda precisa de roupas novas.

Ela ergue a mão mostrando o dedo do meio para mim. Essa é minha garota.

— Como vai o namorado misterioso?

A expressão dela muda quando pergunto isso assim que chegamos a porta dos vestiários. Ela empurra a porta do vestiário feminino para entrar.

— Não tem namorado, eu já te disse que se ficar sério vou te apresentar.

— Nós nunca esperamos algo ficar sério para contar um para o outro. Se está escondendo tem que ter um motivo. — Insisto com ela.

Talvez eu esteja sendo um pouco dramático para um cara, mas é que Maia é importante, não quero que ninguém a machuque. Eu já vi ela ser decepcionada antes e não é bom.

— Dev, vá tomar uma ducha ou flertar com as mulheres bonitas te olhando e pare de se preocupar. — Ela desvia o assunto.

— Não tinha ninguém me olhando. — Eu rebato.

Ela olha para trás de mim e sorri. — Você deve ser mesmo muito apaixonado pela Barbara ou não tem ideia do quanto é bonito. Agora mesmo tem três mulheres te olhando.

Me viro para olhar, tem três mulheres lá mesmo, volto a olhar para Maia para dizer que elas podem não estar olhando para mim, mas ela já correu para dentro do vestiário. A medrosa está fugindo de conversar.

De qualquer forma eu não insisto mais quando voltamos a nos encontrar na saída da academia e ela entra no meu carro. Mesmo que eu quisesse conversar o volume do rádio está alto demais. Maia já colocou sua playlist de músicas dos anos dois mil. Nós éramos crianças nos anos 2000, mas ela é obcecada pelas músicas.

— Vamos jantar juntos? — Pergunto apesar da música alta.

— Estava pensando em não jantar, sabe eu acabei de malhar.

Lá vamos nós. Ela tem uma tendência a começar a ter hábitos não saudáveis e tenho que impedir.

— Vou fazer algo leve, mas sem comer não vai ficar. Sabe que não é assim que funciona.

Maia faz bico para mim com os lábios cheios e tentando me deixar comovido com aqueles grandes olhos azuis.

— Dev...

— Não. — Continuo firme. — Eu te criei para ser mais inteligente que isso.

Ela dá uma risada alta. — Você me criou?

— Sou quatro horas mais velho.

Maia empurra meu ombro e desvio o olhar da direção um instante para a ver revirar os olhos.

— Grande merda. — Resmunga e muda a música. — Voltando ao jantar, podemos comer algo então, mas na sua casa porque preciso fazer compras ainda.

Por toda a vida (Metrópoles #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora