Cap VII

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KARA

Minha cabeça estava doendo horrores e hoje ainda era sexta, ainda tinha um longo dia pela frente e para ajudar eu havia beijado a minha chefe, "tudo caminhando super bem", eu pensei, tomei um banho demorado para poder tirar o peso da ressaca (o que não adiantou muito), coloquei uma roupa um pouco mais tranquila, nada de saltos hoje e nem vestido, só uma calça social preta, camisa branca e um oxford preto, fiz um coque bem prezo e claro, meus óculos.

Fui para a garagem do prédio, entrei no carro e me dirigi até a CATCO, passei pelo corredor depressa e fui direto para a minha mesa, havia muitas coisas para ler e matérias para rever, eu tinha duas entrevistas para fazer e a minha cabeça estava explodindo, de uma forma inconsciente eu estava preocupado com o fato de ter beijado Lena, mas não sei se da pra levar em consideração que eu estava bêbada e ela também... 

Vi o elevador no começo do corredor se abrir e era ela, estava  toda preto, cabelo solto e batom vermelho, era impossível não olhar para ela, diferente das outras vezes dessa vez ela passou direto, não cumprimentou ninguém e nem ao menos me viu. Por algum motivo aquilo me incomodou mais do que o esperado... "certeza que é por causa de ontem a noite", este seria o meu pensamento pelas próximas horas.

O relógio andava e nada, Lena mal saiu da sala para alguma reunião, aquilo estava me sufocando, precisava falar com ela, então decidi ir até a sua sala.

LENA

O dia não havia começado muito bem, minha dor de cabeça estava insuportável, advogados me ligando pois amanhã seria o dia do julgamento do Lex, eu haveria de testemunhar contra o meu próprio irmão (ainda que não fossemos os melhores amigos, não era bem assim que eu queria as coisas entre mim e ele) a promotoria estava pensando em cima de mim, já que eu e ele temos o mesmo nível técnico em conhecimentos biológicos.

Fui interrompida ao ouvir dois toques na porta.

L: Entre. (arrumei os papeis em minha mesa)

K: Ocupada?

L: Kara... não, pode sentar. (afastei a cadeira da mesa e a observei)

K: Precisava conversar com você sobre ontem... eu não quero que as coisas fiquem estranhas entre a gente, quero dizer... você é minha chefe e cruzamos uma linha arriscada, mas tudo bem estávamos sob efeito do álcool...

Era no mínimo um tanto engraça vê-la naquele estado, preocupada como se tivesse cometido o pior dos crimes.

L: Kara... (levantei e encostei na mesa de frente para ela) tudo bem, talvez quem sabe estávamos um pouco... alteradas, mas não inconscientes, não precisa agir como se tivesse carregando uma cruz.

K: Não estou agindo como se eu estivesse carregando uma cruz, só...

L: Está com medo de ser mandada embora? (risos) 

K: não Lena... só que você passou tão...

L: Mau humorada hoje? É estou, mas não tem nada haver com você.

K: Não? (percebi que ela respirou aliviada)

L: Jamais... na verdade te ver aqui agora está melhorando meu dia... (agachei em sua frente e peguei em sua mão)

K: Ok... então ao menos posso te ajudar com o que te deixou de mau humor? (ela disse ajeitando o óculos na ponta do nariz)

L: Família Lhutor é um pouco complicada... (respirei fundo e sentei na poltrona ao seu lado) audiência do Lex está chegando e eu vou testemunhar contra ele.

QUANDO O SOL SE PÕEOnde histórias criam vida. Descubra agora