Cap. XI

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KARA

Domingo de manhã e uau (suspirei me espreguiçando) a muito tempo não acordava assim... leve e estranhamente... apaixonada? NÃO, claro que não... ou seria sim? Enfim, muito cedo para pensar nessas paranoias da minha vida.

Os últimos dias estão sendo ótimos, porém estranhos, é como se a vida estivesse dando 360 e eu estivesse me sentindo feliz, porém perdida, não sei se isso faz muito sentido, mas Lena estava bagunçando minhas convicções e crenças de que eu jamais voltaria a me interessar por alguém, é confuso e estranho como alguém chega do nada em nossas vidas e muda a nossa rotina e dia a dia.

Resolvi tirar um tempo para mim hoje, preciso organizar muita coisa em casa e talvez ficar um pouco longe da Lena me faça entender melhor o que está acontecendo comigo, ela também não me ligou e nem enviou nada até agora... bom, talvez mais tarde eu mande alguma mensagem...

Meu apartamento precisava de uma faxina urgente, então fiz uma lista de coisas que eu precisava fazer e comecei a executar os tópicos da mesma, por mais que o ambiente seja pequeno a bagunça parece simplesmente brotar e não parar nunca.

Organizando o armário da sala encontrei uma caixa com algumas coisas antigas, abri e me deparei com alguma fotos minhas e do Monel, eu juro que nem me lembrava de que elas estavam ali, eu as peguei e sentei na poltrona perto do sofá e por alguns instantes momentos passaram como um flash em minha cabeça, senti meu peito apertar, não porque eu o amava ainda, mas pelo significado e a forma como as coisas terminaram entre eu e ele.

A vida não costuma ser muito justa com o meu coração, me levantei, fui até a cozinha com as fotos em mãos e peguei um isqueiro que havia na gaveta, encostei na pia atrás de mim, olhei bem para aquelas fotos e decidi que a partir daquele momento eu me daria a chance de amar novamente. Coloquei fogo nas fotografias e joguei elas na lata de lixo ao meu lado e segui com a arrumação pelo apartamento.

Peguei o moletom que Lena havia usado na noite em que dormiu aqui, eu ia juntar com as demais roupas para lavar, mas quando senti o seu perfume, ainda que misturado com um cheiro de álcool, decidi deixar ela ali em cima da minha cama, era bom ter o cheiro dela por perto (Sorri ao lembrar da sua carinha dormindo).

LENA

Um belo domingo para correr, acordei cedo, disposta, enérgica e feliz? CARAMBA, EU ACORDEI FELIZ! Eu sei, não parece muita coisa, mas não me lembrava da última vez que havia sentido isso, talvez eu tivesse deixado de sentir por um tempo.

Corri 6 km e na volta parei em uma padaria, havia alguns lanches naturais, peguei um suco de laranja concentrado e fui comendo e bebendo pelo caminho até que uma moça que também estava correndo esbarrou em mim.

"Me desculpe", ela parou, tirou os fones -Tudo bem, respondi.

"Meu nome é Sam(S), acho que te fiz perder o suco né" Disse apontando para a minha blusa.

L: Nada demais, está tudo bem, sério.

S: Caramba, se quiser eu posso te dar outra, não tem problema. (Ela disse passando a mão pela manga minha blusa em uma tentativa frustrante de tentar limpar)

L: (Risos) fica tranquila, devo ter umas cinco iguais a essa no guarda roupa.

S: Bom, pelo menos me deixa te pagar o suco que eu te fiz perder então, por favor.

L: Olha... (ela me interrompeu)

S: Olha moça eu vou ficar o dia todo me sentindo péssima se você não me deixar me redimir de alguma forma, por favor!

L: (risos) Tudo bem vai, só pra você não se sentir mal.

Nós caminhamos até a cafeteria, Sam parecia ser bem agitada e comunicativa.

QUANDO O SOL SE PÕEOnde histórias criam vida. Descubra agora