Cap. IX

4.1K 431 145
                                    

LENA

Pela primeira vez em anos eu tinha alguém na minha casa, aliás na minha PRÓPRIA casa, eu confesso que estava parecendo uma criança correndo pela casa exibindo seus lugares e brinquedos favoritos para alguém.

O tempo todo Kara se demonstrava atenta a tudo o que eu falava, até das coisas relacionadas ao laboratório, e ela acabou descobrindo minha paixão por música também, até arrisquei tocar algo pra ela no piano, ela entrou na onda e acabamos rindo e nos divertindo muito.

Ela era... como o meu lado bom, o seu sorriso, aquele cabelo loiro preso no rabo de cavalo, o óculos pendurado na sua camiseta, seus olhos azuis que me traziam uma maré calma que a muito tempo eu não via.

Minhas experiências com outras mulheres foram poucas e nada frutíferas, não passaram de aventuras em época de faculdade, mas a Kara era algo além de uma mulher, o que me assustava não era o fato de eu estar me interessando por uma mulher e sim por AQUELA mulher.

Fiquei pensativa a observando enquanto ela escolhia o que pedir para o almoço, segundo ela precisávamos comemorar meu apartamento novo e ela insistiu em me ajudar a colocar algumas coisas fora da caixa, mesmo eu dizendo que havia contratado pessoas para isso.

K: Qual a graça de uma mudança se você não tem a diversão de tirar tudo das caixas e arrumar do seu jeito? (Disse abrindo uma das caixas)

L: Só estou dizendo que a gente podia aproveitar melhor esse tempo pra gente sei lá, se conhecer talvez. (Disse tirando um enfeite de porcelana da caixa ao lado dela)

K: Lena... conhecer alguém vai além de pequenos encontros formais ou casuais, você conhece alguém pela convivência e eu amo desfazer mudanças e organizar coisas do tipo, claro se você não achar ruim ou invasivo demais.

L: (Risos) Não Kara, não é invasivo, é gentil da sua parte e eu tenho muita sorte de ter comprado a CATCO com você lá dentro. (Encostei na mesa atrás de mim)

K: (risos) Hmmm, posso te confessar uma coisa? (Balancei a cabeça com um sinal positivo) No primeiro dia achei que você iria me odiar e eu fiquei com um pouco de receio de me aproximar de você.

L: (Gargalhada) Vai dizer que foi por causa da minha cara fechada?

K: Não só por ela, mas sua imponência, sua postura, tom de voz, o jeito que se veste e caramba, meu Deus, os seus olhares para os funcionários... você não humilha ninguém mas você grande Lena, e as pessoas temem pessoas grandes e com personalidades como a sua.

L: Eu queria ser mais simpática e mais... leve... mas não fui criada assim, mas espero ter te surpreendido com o meu lado só Lena, sem o Luthor.

K: Eu adorei e adoro os dois lados, suas versões se complementam e é o que me faz ficar assim... 

L: Assim como? (Me aproximei da bancada a qual ela estava na frente)

K:(Risos) Você me deixa... sem jeito assim Lena, é sério. (disse me empurrando com a ponta do dedo)

O interfone tocou, fui atender e era o almoço, Kara havia pedido comida japonesa, então deixo o cachê para o moço que ficou surpreso com a nota de cem dólares que entreguei, agradeci o mesmo, fechei a porta  e fui para a sala.

Kara estava sentada no tapete, logo deixei as coisas na mesinha de centro de madeira, tiramos as coisas das sacolas, acabei ligando a TV e colocando no spotify, enquanto estávamos comendo, tocava "Valentine - 5 seconds of  Summer", riamos de coisas aleatórias, Kara me contava da sua infância em Dallas e o quanto seus pais eram cientistas ótimo, admito que fiquei curiosa para conhecer eles, mas se eu dissesse talvez parecesse algo um pouco precipitado, então apenas pensei.

QUANDO O SOL SE PÕEOnde histórias criam vida. Descubra agora