Capitulo 17

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  — o homem ao volante do carro foi presso . Vai responder por álcool ao volante e atropelamento , não se preocupe senhor Watabane .
  — obrigado senhor , agradecemos por resolverem isso rápido .

  Meu pai fala ao polícial que estava em pé na frente ao lado dele sentado na cama . Estava sentada na cadeira ao lado da cama segurando a mão de meu pai .
  O policial faz uma pequena revencia e sai do quarto fechando a porta .
  Era perto do meio dia , tinha faltado a aula . Não iria pra aula com meu pai assim , iria passar esse tempo com ele .

  — pelo menos o culpado já foi pego ...
  — as coisas vão melhorar Flor , pode chamar a enfermeira ? Vou cuidar da papelada agora . E ...
  — quer que eu ligue para a minha mãe não e ?
  — sim , por favor . Você sabe acalmar ela melhor que eu .
  — tudo bem , já volto .

  Me levanto saindo do quarto , vou até a central das enfermeiras e peço para levarem os papéis da cirurgia , internamento e fisioterapia fora o pagamento para meu pai que ele iria assinar e resolver tudo .
  Depois vou a cafeteria do hospital e peço um espresso , me sento perto da grande parede de vidro olhando para o contato de minha mãe .
  Respiro fundo ligando para ela , no terceiro toque ela atende .

  — filha ? Alô ?
  — olá mãe , está podendo falar ?
  — claro , aconteceu alguma coisa ?
  — mãe ... Meu pai sofreu um acidente . Foi atropelado ontem de noite ...

  Houve um silêncio desconfortante , sabia mesmo não vendo ela que tinha saído de onde quer que estivesse e se trancado em um lugar e se sentado no chão .

  — qual e o estado dele ? 
  — fraturou a perna , teve que fazer uma cirurgia para colocar o osso de volta no lugar e engessar . Deslocou um braço e alguns ematomas leves .
  — ouve alguma complicação na cirurgia ? Ele acordou ?
  — não , ocorreu tudo bem . E sim , está acordando . Não teve coragem de falar com a senhora .
  — por Deus ! Akira teimoso ... Tempo de recuperação ?
  — recuperação total em dois meses , a fisioterapia começar logo depois disso .
  — certo ... Eu já vou estar aí . Ele está por perto ?
  — não , não estou no quarto . Quer que eu fale alguma coisa para ele ?
  — não ... Tá tudo bem . E você filha ? Como está ? Deve ter sido difícil passar por isso sozinha querida ...
  — estou indo bem mãe ... Mas não estava sozinha .
  — não ? Como assim .

  Acabei sorrindo involuntariamente , pego meu espresso e dou um gole antes de voltar a falar .

  — Sabe o Suna ? Então ... Estávamos jantando quando recebi a ligação .
  — que coisa ... Espera , jantando ? Nara , me explica isso direito .

  Eu ri , minha mãe sempre gostou de uma fofoca . Isso não iria mudar nunca . Falo por alto o que aconteceu na noite anterior , e sobre o beijo na casa dos Myia .
  Minha mãe havia surtado mais que Kelly pelo telefone , me metralhou de perguntas e eu respondi cada uma com calma .
  Sabia que ela ainda estava muito preocupada com meu pai mas isso era uma forma de aliviar a tensão .

  — Caramba ! Ele realmente gosta de você filha . Isso e tão fofo ... Como seu pai reagiu ?
  — não foi a pior coisa mas também não foi a melhor . Ele quase saiu da cama para ir atrás dele .

  Ouvi uma gargalhada e sorri ladino , era bom ouvir alguém rir nesses momentos ...

  — seu pai nunca muda ...
  — não mesmo .

…ᘛ⁐̤ᕐᐷ

   — ... Mas ele está bem , já resolvemos tudo . E so esperar a recuperação dele .

  Digo a Rin , era domingo e eu chamei o mesmo para tomar um sorvete depois de sair do hospital .
  Entramos na sorveteria e fomos escolher um sabor para pedir . Pego um chocolate italiano e Rin creme com Oreo .
  Nos sentamos perto da parede , estava decorada com algumas luzes e desenhos variados .

  — que bom que está tudo indo bem , fiquei preocupado com vocês .
  — eu também estou bem , irei ficar na casa de Kelly um pouco . Meu pai não quer que eu fique sozinha .
  — ele está certo , não e bom você ficar sozinha .
  — o que e isso ? Um motim contra mim ? Eu sei me virar sozinha !

  Pego um pouco do sorvete e o tomo , Rintaro faz o mesmo .

  — só porque sabe não quer dizer que deva .
  — hm... Filósofo

  Ele dá um sorrinho sem dentes e toma mais do sorvete , fomos conversando . Me sentia leve e tranquila conversando com ele , era fácil . Ele me deixava confortável .
 
   — Ela estava certa em deixar ele , ele traiu a confiança dela ao fechar o acordo com o detetive .
  — Mas ele precisava , era a única forma de salvar a família dele .
  — ela estava investigando sozinha ! Com certeza ia achar outra forma de salvar eles , ele deveria confiar nela . Tipo , sua família foi sequestrada e você tem que fazer um acordo com o detetive que matou minha família , ou me apoiar na investigação e juntos resolvemos isso . O que faria ?
  — bem , se fosse para passar mais tempo com você ...
  — idiota ! Isso e sério .
  — eu sei , falei sério .

  Reviro os olhos , havia terminado meu sorvete . Era incrível como as vezes queria pular em cima de Rintaro de duas formas ... De uma forma agressiva e outra ... Bem , não tinha visto o tempo passar .
  Ainda tinha que arrumar minha malinha para ir para a casa de Kelly . Me espreguiço .

  — desculpa Rin , mas já tá na hora de eu ir . Ainda tenho que arrumar minhas coisas para ir para a Kelly . Não quero que fique de noite a hora que for para a casa dela .
  — claro , eu te levo ate em casa .
  — obrigada , eu pago dessa vez .
  — não ...
  — eu pago .

  Me levanto e vou até o caixa pagando o que consumimos , encontrei Rin na porta e assim fomos caminhando para minha casa .

  — você falou com sua mãe ?
  — sim , ela e médica então ...
  — não , não sobre isso . Sobre nós ...

Olho para Rin , senti o coração dar um pulo . Pego uma mecha do cabelo a enrolando no dedo .

  — sim , falei .
  — e o que ela disse ?
  — bem ... Até agora ela disse que você e bonito e uma boa pessoa . Exceto quando não me defendeu daquela capetinha fanática de vocês .
  — contou isso para ela ?
  — sim , acha mesmo que ia passar impune ?
  — você e muito rancorosa sabia ?
  — sim .

  Ri , quando chegamos a minha casa eu respiro fundo . Ia fazer isso , sem voltar atrás , coragem .

  — Rin , quer entrar ?

Olhos de Gato - Suna RintaroOnde histórias criam vida. Descubra agora