Capitulo 16

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Eu travei, não estava acreditando no que tinha ouvido. Segurei o riso e respirei fundo passando a mão no cabelo.

— a senhora pode repetir, por favor?
— seu pai, Watabane Akira, sofreu um acidente. Foi atropelado e agora está no Hospital de Acidentados, em cirurgia.
— tudo bem... Estou indo.
— obrigada, ele estará a sua espera.

Desligo ainda sem acreditar, caminho até a mesa e pego minha mochila. Rintaro na mesma hora percebeu que tinha algo de errado e se levantou vindo até mim.

— Nara, quem era ? Aconteceu algo?
— eu tenho que ir... Agora.

Não era minha intenção ser grossa mas eu não sabia como agir. Rin segura meus ombros me virando para ele, os olhos atentos e preocupados...

— Watabane Nara, o que aconteceu?
— meu pai está no hospital... Foi atropelado.

Rintaro arregalou seus olhos, me soltou e pegou o celular fazendo alguma coisa nele antes de me entregar. Vi que era a página do Uber.

— coloque o hospital e peça o Uber. Irei pagar e te encontrarei do lado de fora.

Não era um pedido, assenti, não tinha cabeça para discutir isso com Rintaro agora. Ele chamou o garçom, peguei minha mochila e sai do restaurante pedindo o Uber.
Não demorou muito Rin apareceu com sua mochila, ele veio até mim e segurou minha mão a acariciando. Senti as lágrimas se acumularem mas respirei fundo, apertei um pouco a mão dele.
O carro chega e ambos entramos no banco de trás ainda de mãos dadas, apoiei minha cabeça no ombro dele e fechei os olhos. Estava muito preocupada com meu pai... Como isso havia acontecido?

— Nara, chegamos...
— ah... Ok.

Sai do carro, olho para a fachada do hospital e passo a mão no cabelo. Rin voltou a segurar minha mão ficando de frente para mim.

— vou ficar com você até garantir que seu pai está bem, certo?
— Rin, pode ir pra casa. Eu agradeço que tenha vindo até aqui comigo mas...
— não vou te deixar sozinha.

Sorri fraco, ele fica do meu lado e assim entramos no hospital. Vou até a recepção e pergunto pelo meu pai, Watabane Akira, disseram que ainda estava em cirurgia.
Nos sentamos nos bancos de espera, não havia muitas pessoas. Estava inquieta, não sabia qual era a gravidade dos ferimentos...
Rintaro não soltou minha mão, nenhum instante durante o tempo que passamos ali, não sabia exatamente quanto tempo tinha sido. Os medicos do meu pai chegaram.

— Srta. Watabane?
— isso! Meu pai? Ele está bem?
— ele foi atropelado como sabe , fraturou a perna. Fizemos a cirurgia para voltar o osso para o lugar e engessar, também deslocou um braço e ja o colocamos no lugar. Fora isso foram só alguns cortes e arranhões. Ele está bem, deve se recuperar totalmente em 2 meses.

Eu estava de pé quase pulando em cima do médico, quando ele termina de falar minhas pernas amolecem e eu sento novamente com as mãos no rosto.
Senti a mão de Rintaro em minhas costas acariciando de uma forma tranquilizadora.

— em qual quarto ele está?
— 1102, ele deve acordar logo.
— certo, obrigado.

Rin respondeu por mim, os médico se retiraram. Fiquei parada no lugar absolvendo tudo que tinha acontecido... Ele ficou em silêncio apenas me tranquilizando com a mão em minhas costas.

— Eu vou lá, pode me acompanhar?

Não queria ir sozinha... Acho que iria cair no chão a qualquer momento.

— sim, vamos.

Ele se levanta e estica a mão para mim, pego a mesma e assim vamos para o quarto do meu pai. 1102...
A porta estava fechada, passo a mão em meu cabelo e olho para Rin. Ele acenou com a cabeça e eu abri a porta, meu pai estava com um corte pequeno na bochecha.
A perna engessada e um braço na tipóia, pude ver também os arranhões pelo corpo. Ele parecia estar dormindo sem sentir dor...

Olhos de Gato - Suna RintaroOnde histórias criam vida. Descubra agora