Capítulo 2

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Fiquei sem reação, geralmente não causo nas festas que eu vou igual agora e foi realmente sem querer, não faria de propósito. 

— Desculpa — Ele fala antes de mim — Sério, tô na brisa aqui e não percebi que cê tava ali. 

Dou um sorriso, fiquei mais tranquila por ele não ficar bravo. 

— Tudo bem, a culpa foi minha também. Não olhei pra ver se tinha alguém vindo.

— Acho que os dois já se desculparam o suficiente — Era um cara branco que apareceu do nada — Acho que cê conhece ele né? — Ele pergunta. 

— Conheci agora — Dou um sorriso — Eu deveria conhecer?

Ele e o menino que eu derrubei água se entreolham e depois o menino estende a mão pra mim:

—  Meu nome é Matheus — Pego na mão dele e fazemos um gesto de se cumprimentar — E você?

— Eu sou a Luma — Dou um sorriso pra ele.

— Já que ninguém perguntou, eu sou o Lucas — O cara do lado dele fala e eu dou risada. 

— Cê não tá chapada? — Lucas pergunta pra mim.

— Eu não uso drogas.

— E eu sou o Mano Brown — Lucas diz rindo — Brincadeira, Luma.

— Porque cê não vai dar uma volta, Lucas? — Matheus fala com um sorriso forçado pra ele.

— Foi uma satisfação, Luma — Lucas sai andando dali se juntando com um outro pessoal. 

— Acho justo eu te pagar outro drink, cê não acha? — Matheus pergunta.

— Não vou negar, se você quiser pagar — Digo pra ele.

Ele me acompanha no bar de novo e pede um drink de nome estranho que eu não entendi nada. 

— Não tem droga aqui não né? — Pego o drink na mão e ele ri.

— O jeito que cê fala é engraçado — Ele diz enquanto coloca o cabelo pra trás — Não tem não, não faço essas coisa não.

Não sei porque mas acreditei nele e tomei um gole. Tinha um gostinho de melancia muito bom.

— Esse drink chama como?

— Matuê — Ele fala — Gostou do nome?

— Bem diferente —  Falo enquanto dou outro gole — Sabe o porquê do nome?

— Pior que não — Ele ri — Quer ir dar uma volta na praia?

— Não é perigoso não? — Pergunto.

Ele tava realmente brisado, tudo que eu falo ele dá risada. 

— Cê tá com o Matheus, meu — Ele pega no meu braço de leve — Se não quiser ir, tranquilo. 

— Tudo bem, eu vou sim — Levantamos e saímos da festa atravessando a rua e já pisando na areia. Tirei meu sapato me segurando nele e pisei na areia sem nada mesmo, tava geladinha e a praia até que estava bem iluminada e com umas pessoas. 

— Senta aí — Sento no chão e ele ainda não sentou e continua rindo de mim — Que foi?

— Cê é a única mina que eu vi que faz isso — Ele senta do meu lado.

— Isso o que?

— Senta na areia sem frescura, tira o sapato... Estranho. 

— Eu vim de um lugar que só tem fresco, você não é o primeiro a falar isso — Dou risada.

Antes - MatuêOnde histórias criam vida. Descubra agora