Capítulo 30

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Narrado por Luma

Assim que cheguei no cursinho dei de cara com a minha amiga, Rebeca. 

— Amiga, tá melhor? — Pergunta — Aliás, tem que estar... um gato daqueles. 

— Você sabe quem ele é, né? 

— Ele é famoso?

— Pelo visto não sou só eu — Pego meu celular e abro no instagram dele. 

— Meu Deus, ele é muito famoso — Ela ri e senta do meu lado — Caramba, ele é cantor.

— Pois é — Falo enquanto lembro da fala dele. "Tinha sentimentos por você", caramba.

— Você pega ele?

— A gente se conheceu em Fortal.

— O que é isso?

— Fortaleza — Falo como se fosse óbvio. — Ele não me disse que era famoso, só descobri depois... Faz um tempo que estamos nesse lenga lenga de sempre.  

— Se eu fosse você entrava no vapo — Ela diz rindo, os paulistas falam estranho. 

— Acredita, hoje eu já entrei.

— Essa carinha de safada não me engana — Ela abre um sorriso — Vão se ver hoje?

— Se tudo der certo vou no show dele. Você podia ir também, se quiser, claro. 

— Será uma honra ser vela de vocês até no camarim.

A aula começou e eu só conseguia pensar nele. Se soubesse que isso ia acontecer nem teria ido, teria aproveitado o dia com ele. 

Narrado por Matuê

Quando deu o horário que eu sabia que ela tava quase saindo, fui pro tal do cursinho.
Logo que cheguei na porta o pessoal já ficou me encarando, sem entender. Ok, eu ainda não me acostumei tanto assim em ficar no meio do povo sem alguém me dando cobertura, mas ninguém acreditou que era eu porque só isso explicaria o fato de todo mundo me comer com o olhar e ninguém vir dizer oi.
— Mentira que o gostoso do Matuê tá aqui na minha frente — Uma menina loira grita isso.
Nisso ela se joga, literalmente, em mim. Me abraçando e tentando me beijar a todo custo.
Assédio.

Narrado por Luma

Quando finalmente acabou o cursinho eu corri pra saída e me arrependi muito por ter pensado tanto no Matheus.
Primeira oportunidade que ele teve, uma gostosa jogada nos braços dele e ele rindo.
— Vai lá amiga — Era a Rebeca.
— Acho que ele tá bem acompanhado — Falo e na mesma hora a menina sai de perto dele, depois dele sussurrar alguma coisa no ouvido dela.
Resolvi ficar parada e ele veio até mim.
— E aí — Ele diz abrindo um sorriso que em dias normais me desmontaria. Mas eu tava muito puta.
— Oi, lembra de mim né? — Rebeca se intromete — Fui chamada pro seu show.
— Vai ser uma honra levar você — Ele diz daquele jeitinho engraçado que só ele tem — Que cê tem?
— Você tava se esfregando com a menina lá — Rebeca fala e sai andando indo até a barraca de pipoca que tinha ali na porta.
Resolvo ir andando até ela mas sinto duas mãos na minha cintura me abraçando na mesma hora.
— Me larga.
— Tô com saudades, da um desconto.
— Só porque tá com saudades você falta comer a menina?
— Olha — Ele começa a rir — Eu considerei um assédio, ela quase me beijou ali.
— Matheus! — Bato no ombro dele, que solta um grito.
— Eu só tenho olhos pra uma deusa — Ele me puxa pra perto dele, colando nossos corpos — E hoje, é ela que vai no meu show, é com ela que eu vou ficar a noite inteira depois dele.
Meu corpo arrepiou na mesma hora mas só de saber que ele estava falando de mim, que ele só tinha olhos pra mim.
— Vamos? — Era a Rebeca, toda animada. Nem parecia a menina que eu conhecia.
— Bora — Matuê diz rindo enquanto vamos andando até um determinado lugar onde tem a van dele esperando.
— Até aqui você persegue a gente — Era o agente dele, rindo.
— Sempre — Dou risada — Saudade bateu.
— Te garanto que não foi só a sua — O motorista diz indicando a cabeça pro Matuê.
Será que ele comentou de mim?
— Próxima parada: show do Tuê — O agente do Matheus diz rindo.

Antes - MatuêOnde histórias criam vida. Descubra agora