Capítulo 33

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Narrado por Matuê

Depois que sai da casa dela, fui direto pro hotel buscar o resto das minhas coisas.
Me senti um completo idiota mas a gente estava solteiro, eu tinha certeza que nunca mais veria ela... Vacilei. Se soubesse que teria 1% de chance de ver ela de novo, eu teria voltado.
Depois que arrumei tudo, fui pro estacionamento do hotel que ficava ao ar livre.
Sentei no capô da van e fiquei olhando o céu. Era foda como eu me sentia mil vezes mais iluminado quando sentia que ela estava por perto, e eu pude ver ela vindo, mesmo de longe.

×××

Narrado por Luma

— Oi meu bem, novidades? — Era minha mãe e meu pai na chamada de vídeo.
— Encontrei o Matheus.
— Sério? — Minha mãe ri e meu pai revira os olhos — E aí, voltaram?
— Não. Descobri que ele ficou com uma menina nesse meio tempo que ficamos separados.
Um silêncio toma conta da ligação e eu chego a pensar que caiu o sinal.
— Mãe?
— Luma, você é idiota? — Minha mãe começa a rir — Vocês não tinham nada. Aposto que agora esse menino deve estar se martirizando.
— Você tá defendendo ele? — Meu pai resmunga.
— E você não estaria, porque? Fez a mesma coisa comigo e eu fiz a mesma coisa com você uns anos depois.
Meu pai faz que sim com a cabeça e sai da ligação. Chego a quase sorrir mas quando lembro da situação que criei com o Matheus, me dá um giro no estômago.
— Sabe onde ele tá agora?
— Provavelmente quase indo embora.
— Então vai lá! Toda vez eu que tenho que te ensinar a ser jovem, seja jovem!
Ela me dá um sorriso de mãe, sabe?
Aquele sorriso que te dá esperança e tranquilidade.
Estava na hora de eu falar que amava ele e que nada daquilo importava.

×××

— Você sabe onde está o Matheus? — Perguntei pro agente dele.
— Está todo mundo indo lá pro estacionamento do hotel, fica ali — Ele aponta.
Vou correndo até o estacionamento mas avistar ele sentado no capô do carro me faz querer ir mais devagar só pra observar ele de longe.
Olhando o nada e com uma carinha de decepção no rosto, esse era o homem que eu tinha visto sair da minha casa hoje.
Quando ele me vê, eu sinto que poderia ser muito feliz só com aquilo. Se aquele fosse nosso último momento, eu simplesmente não me importaria porque ali já era perfeito demais pra mim.
Quando finalmente me aproximo, acho que ele entende o que eu tô tentando fazer.
— Oi — Dou um sorriso vendo ele descer do carro e vir perto de mim — Você ainda quer conversar comigo sobre o que rolou?
— Sim — Ele abre um sorriso — Eu só quero te dizer uma coisa antes... — Ele parece respirar com um peso nas costas, é estranho — Eu te amo, Luma. Eu sei que é estranho eu dizer isso depois de tanto tempo que ficamos sem nos ver e sinceramente não me importa se você me ama ou não, eu só quero que você saiba que os meus sentimentos por você são reais, sempre foram.
— Você pode não acreditar — Falo tentando imitar ele, debochando — Mas eu ia vir dizer a mesma coisa.
Nessa merda hora, é como se o rosto dele perdesse toda a tensão e o peso tivesse sido levado pra longe das costas dele.
Ele me puxa pra um beijo e eu juro que de todos foi o que eu mais torci pra acontecer: nosso beijo sincero.
Sempre achei que nunca teríamos um momento onde jogariamos nossos sentimentos ao ar livre, mas cá estamos.
Quando finalmente paramos o beijo, ele fez o que sempre fazia depois do beijo, grudava nossas testas.
— Será que agora a gente pode namorar, finalmente?
— Só se você vier passar as férias comigo — Dou risada e abraço ele logo em seguida — Eu te amo muito.
— Eu amo mais.

Antes - MatuêOnde histórias criam vida. Descubra agora