Antes - Matuê

Capítulo 41

Eram 02h30 da manhã e eu não conseguia dormir. Bom, nós não conseguíamos.
Considerando que a gente estava na sala, jogados no sofá, com uma cobertinha e assistindo filme de comédia - coisa que eu jurava que o Matheus não gostava - era bem difícil ter vontade de dormir.
— Pode ir buscar pipoca? — Falo segurando a mão dele e dando um beijinho.
— O que eu não faço por você? Puta merda — Ele ri e levanta do sofá indo até a cozinha.
Quando olho pra TV reparo que tá cheio de papel de seda em cima do rack, nada mudou. Mas se tem uma coisa que mudou era ele, agora tinha um mural de todos os shows e também um quadro do disco de platina de alguma música dele.
— Não tá gostando do filme? — Ele senta no sofá comendo uma pipoca e trazendo o pote pra mim — Me dá uma cobertinha aí.
Passo a coberta pra ele e ficamos apertadinhos juntos, o frio tava foda e olha que estamos no cu do diabo, também conhecido como Fortaleza (ou Fortal).
— Eu tô sim — Dou um sorriso — É só que, sei lá, não te vejo faz tanto tempo e agora parece que nós estamos iguais mas tudo ao nosso redor — Faço menção ao apartamento dele — Tá diferente.
— Óbvio que tá diferente, te amo muito mais que antes, gata. E inclusive — Ele levanta e desliga a TV — Tenho que te mostrar uma coisa.
Ele pega um violão que estava ali do lado e senta do meu lado de novo, posso ver cada um dos nossos momentos só de ver que ele vai cantar pra mim.

— Teve uma música que eu fiz inteirinha pra você mas essa, é a única que eu fiz uma versão acústica — Ele da uma risada — Só não me mata e nem fica brava, bele?
— Ok. Vai logo — Dou risada e ele começa.

Sabe que ela é duas
Quando o clima fecha ela muda
Se eu sou o sol ela é a lua
Ainda mais quando ela tá nua
Ela sabe minha carteira é sua
Tudo pra eu ser dono daquela bunda
Não sei se eu tomei um LSD ou o horizonte tá fazendo a curva
Eu sou o Tuê, prazer eu sou a cura
Eu vim pra desembaçar sua vida turva

— Agora hein — Ele ri e continua:

E ela é tão linda rara e especial pra ficar na mão de qualquer filha da puta.

Quando ele para de cantar eu finalmente vejo como tudo foi com um propósito. A gente era realmente aquilo que ele tinha comentado do Yin-Yang.
Somos interligados, não importa onde estamos: sempre estamos conectados. Não importa com quem estamos, sempre lembramos um do outro.
E essa música é tudo. Tudo o que precisávamos pra comprovar que nosso amor abate tudo.
— Quer ouvir a outra? Essa é ruim? Você não gostou, né? Eu imaginei. Não sei qual é seu tipo de música... Sei lá, achei que você ia...
Beijei ele na mesma hora e depois abracei ele, sem querer soltar nunca mais.
— Cê gostou?
— Eu não gostei. Eu amei — Dou um sorriso e seguro o rosto dele — Eu te amo, meu Yang.
— Desde quando você é o Yin? — Ele ri — Te amo também. Não parei de pensar em ti um segundo, mano.
— Bem que arrumou outra — Dou risada.
— É, mas até ela cismava que a música não era pra ela.
— Ficou tão óbvio?
— Só você é linda, rara e especial — Ele beija meu rosto — E você não ficou na mão de ninguém, só na minha.
— E você foi filha da puta?
— Fui. Por isso que o cupido só uniu a gente agora — Ele da um beijinho no meu pescoço — Que eu tô um homem e não um moleque.
— Você tem razão, cê tá um homem mesmo — Olho e ele ri, vindo por cima de mim me beijando no sofá.

Gente, eu sei: devo desculpas.
Peço um milhão de desculpas vou tentar ser mais ativa, passei na federal de sp, tô que nem doida no meu trabalho e não tenho tempo nem pra mim.
Mas eu prometo que minhas fics do Tue, do Léo, do Krawk e do Kawe vão ser atualizadas ainda essa semana e se Deus permitir mais que uma só vez.
Obrigada por continuarem comigo. Amo vocês 💖💖 obs.: Comentem mt 💕