Hybrid [SaifahZon + TutorFigther]

Cap. 14 - Secrets (Parte 2)

— Pai, eu preciso da sua ajuda. — respondeu Tor, sem muitos rodeios, sentando-se na cadeira em frente à cadeira de acolchoado de couro preto.

— Você se meteu em encrenca que precisa de um advogado?

— Não. — respondeu o híbrido, vendo o homem suspirar com o alívio. — O Fighter... Pode estar envolvido em algo assim.

Entregou o envelope pardo que carregava em suas mãos. O advogado assumiu uma postura mais profissional, ajeitando os óculos de grau em seu nariz e tirando os documentos, colocando-os sobre o tampo da mesa de vidro.

O coração de Tutor se apertou em seu peito enquanto via os olhos do pai se mexerem rapidamente, dando uma lida rápida e superficial nos arquivos impressos. Os lábios se franziram e os olhos azuis cinzentos do homem se voltaram para si por cima dos óculos, ainda com a cabeça levemente abaixada, voltada para os documentos.

— Isso é verdadeiro? — perguntou o homem, em um tom levemente desconfiado.

— Veja os vídeos no pen drive. — sugeriu Tutor.

Somcai pegou o objeto retangular e plano de dentro do envelope de papel, conectando ao computador e clicando no primeiro arquivo que apareceu.

— Teste da droga C310. Lote 5346. 200mg. — ouviu a voz do cientista. Os olhos do advogado se arregalaram e Tutor respirou fundo, porque sabia o que viria a seguir. — Espécime 1476. Felino. Olhos âmbar. Pelo castanho. Ereção...

— Meu Deus... — Somcai sussurrou, então se voltou para Tor por um breve segundo, antes de se voltar para a tela do computador novamente.

— Ele está pronto? — perguntou a voz de Pruk Saetang.

— Ainda não. — respondeu o médico. O som de algo se arrastando pela sala, junto às lamúrias do híbrido, soou pelos autofalantes.

— Essa droga é bem eficiente, não é? Ele já está tão duro que parece que vai gozar assim que eu encostar nele. — Tor fechou os olhos, ouvindo os miados doloridos do híbrido do vídeo, sentindo seu peito se apertar.

— Temos que ver se ela consegue simular o cio com exatidão, senão não será possível conseguir os filhotes. — a voz do médico era cética e sem emoção, enquanto aplicava o gel no baixo ventre do homem preso na cama e espalhava com o aparelho.

— Vá logo com isso. — disse Pruk, e Tor se lembrou do sorriso doentio que o homem lançou a si quando estavam em seu jantar de noivado com Puentai. — Quero ver a marra desse animal quando eu estiver tão fundo nele que...

— Deus... — o advogado olhou profundamente nos olhos castanhos e apreensivos do filho. — Isso... Como... Como o Fighter conseguiu isso?

— Um amigo da escola do Fighter invadiu o computador pessoal do Pruk e conseguiu tudo isso. — Tutor suspirou — Eu acho que... Eu acho que esse é o pai do... — o filho olhou para o pai com uma expressão ainda mais cautelosa, analisando os traços suaves de Somcai. — Nós achamos que esse é o pai do Zon.

Somcai olhou para o filho com uma expressão confusa e apreensiva. Tutor pegou a pilha de papéis que estava a frente do pai e procurou um específico, colocando no topo da pilha antes de entrega-la de volta ao advogado. Observou enquanto os olhos do homem se arregalavam na medida em que lia e absorvia o que estava escrito no documento.

— Tutor, isso é muito sério. — respondeu Somcai, eventualmente. — Isso pode...

— Isso não muda nada, exceto que o pai cometeu atrocidades com o filho.