Cap. 15 - Exhale (Parte 2)

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ZON

O corpo inteiro do felino doía quando se levantou na terça-feira de manhã. Ficou surpreso que estivesse consciente, e que seu gato não estivesse arranhando seu consciente humano, lutando pelo poder de seu corpo.

Pelo contrário: o bichano parecia extremamente satisfeito, ronronando no canto de sua mente, causando aquela sensação quente em seu peito, enquanto sentava-se, incomodado que sua pele estivesse pegajosa por causa do suor. Ao menos não estava mais com aquele calor insuportável que o deixava completamente mole e preguiçoso.

Suspirou quando se levantou, esfregando os olhos e bocejando, enquanto caminhava pelo quarto, parando na frente do espelho de corpo inteiro preso à porta do armário com os olhos arregalados.

Marcas arroxeadas se intercalavam com marcas esverdeadas em sua pele pálida, espalhando-se por todo o seu corpo, do pescoço à virilha.

Seu rosto ficou vermelho imediatamente e um resmungo sofrido saiu por sua garganta, enquanto o desespero começava a tomar posse de sua mente, ao mesmo tempo que a sensação de satisfação deixava lhe dava uma sensação de conforto e quentura por todo o corpo. Ou talvez fosse somente a vergonha por ter se deixado marcar por Saifah tantas vezes.

Com certeza é vergonha. Disse a si mesmo, tentando convencer seu cérebro de que não estava nada satisfeito com todas aquelas marcas em sua pele. O que foi pontuado com ainda mais fervor por seu rosto vermelho.

Zon ouviu os passos do mais alto antes de se virar, com as orelhas mexendo-se atentas e alertas para a movimentação do humano em sua casa, seus olhos encontrando-se com os dele quando o outro ultrapassou a porta, com uma bandeja de café da manhã nas mãos, e um enorme e gentil sorriso nos lábios, que iluminava todo o seu rosto.

Ele estava sem camisa, o peito exposto, e uma bermuda de moletom vermelha desbotada. Um sorriso involuntário surgiu no canto dos lábios do felino enquanto seus olhos varriam as marcas que ele mesmo havia colocado no corpo do humano. Linhas vermelhas e delgadas mostravam o quanto tinha arranhado o peito do futuro engenheiro; as marcas roxas espalhavam-se por seu peito e estômago, descendo além de onde o tecido o cobria; e — o que deixou o felino ainda mais confuso, por causa do horror, misturado ao orgulho, que sentiu — havia marcas de mordida no ombro e no pescoço, que estavam vermelhos e levemente inflamados.

— Bem vindo de volta, meu gatinho. — disse Sai, deixando a bandeja em cima da cama e se aproximando do mais baixo, apertando-o contra o seu corpo.

Os braços menores rodearam sua cintura instintivamente, enquanto seu rosto se enterrava no pescoço marcado do humano, sentindo o cheiro cítrico, misturado com o seu agridoce, o que o acalmou um pouco mais, deixando-o levemente desnorteado. Fechou os olhos, inalando o odor intoxicante por alguns instantes.

— Vamos comer? — a voz do humano interrompeu o silêncio, afastando-se do corpo menor e puxando-o para sentar-se na cama. — Você quase não comeu o fim de semana inteiro, então eu fiz um café reforçado pra nós dois.

O híbrido viu a bandeja sobre a cama, fechando os olhos para apreciar o cheiro da omelete com arroz e suco de laranja, sentando-se à frente do aparato, observando o maior se movimentar e sentar à sua frente, com as pernas cruzadas, olhando-o com expectativa.

— Eu to sentindo cheiro de bacon? — perguntou Zon, os olhos brilhando quando pegou a colher para cortar a omelete macia.

Saifah assentiu, balançando a cabeça enfaticamente, seu sorriso iluminando seu rosto, fazendo-o parecer uma criança de 10 anos de idade, que queria agradar a pessoa que gostava.

Hybrid [SaifahZon + TutorFigther]Onde histórias criam vida. Descubra agora