Hybrid [SaifahZon + TutorFigther]

Cap. 16 - Someone to You (Parte 1)

And if the sun's upset and the sky goes cold
Then if the clouds get heavy and start to fall
I really need somebody to call my own
I wanna be somebody to someone
Someone to you

SAIFAH

— Pai? — perguntou Fighter, sua voz saindo como um sopro na atmosfera pesada que sentira desde o início do jantar.

Saifah prendia a respiração, vendo como o amigo se encontrava com a cabeça abaixada e encolhida nos ombros, com os cotovelos apoiados nas coxas cobertas pelo brim de sua calça — estava mais do que claro que se sentia culpado por toda aquela situação. Somcai — seu sogro, que se mostrara um homem bastante receptivo durante o jantar, sempre sorrira para si e para Fighter todo o tempo — olhava para Zon com um certo pesar, enquanto Mali engolia o seco, com lágrimas nos olhos.

Tem mais história aí. Pensou, soltando o ar que prendia e acariciando o braço de Zon, coberto pela camisa de flanela quadriculada que usava, apertando-o um pouco contra si, observando quando sua cabeça se virou discretamente e seu nariz se mexeu suavemente, enquanto inalava.

— Zon é filho de Pruk? — perguntou Fighter novamente, voltando seu olhar atordoado para o felino ao seu lado. — Você sabia disso?

— Eu suspeitei. — respondeu Tutor, sem olhar para o namorado. — Quando você disse que... Que aquele felino havia tido um filhote e morrido no parto... Eu suspeitei que fosse Zon... Porque...

— Pruk Saetang fodeu com a cabeça dele quando ele tinha oito anos. — o terceiranista do curso de engenharia suspirou, fechando os olhos e umedecendo os lábios. Colocou as mãos na cabeça. — Merda.

— Não é culpa sua. Você estava com a cabeça na sua mãe e...

— O único culpado dessa história é o monstro de Pruk Saetang. — Mali interrompeu o filho, pegando sua mão, fazendo-o olhar para si. — Foi ele quem estuprou Arthit, ele que fez aquelas experiências...

— O nome dele não estava nos arquivos. — Fighter falou, de repente, abrindo os olhos, virando-se para Mali.

— Arthit era o híbrido que os pais deram para Pruk quando ainda era uma criança, da mesma forma que eu fui dada à Puentai. — a voz da mulher estava quebrada, e Saifah observou com atenção, tombando a cabeça para o lado, uma lágrima cristalina escorrer por sua pele suave e macia. — Ele era meu irmão.

O corpo menor acomodado ao seu se retesou, e viu o Zon — que ficara quieto e de cabeça baixa durante todo aquele diálogo — olhar para cima, encontrando o olhar consternado e pesaroso da mãe. Saifah continuou a passar a mão em seu braço, sobre o tecido macio de sua camisa quadriculadas de botões, tentando acalma-lo. Somcai fez o mesmo com a mulher, puxando-a para perto.

— Arthit era meu irmão. — repetiu ela, recostando o corpo inconscientemente contra o corpo maior do humano que a abraçava. — A última vez que nos falamos, ele disse que estava apaixonado por uma híbrida que estava nas mãos de Pruk. Não quis dizer muito mais que isso, mas acredito que ela tenha sido comprada nas mãos de traficantes, e Pruk estava fazendo experimentos com ela.

— Pruk estava apaixonado por Arthit. — Somcai disse, enquanto passava a mão no braço nu da esposa, apertando-a contra o seu corpo. — Eu terminei de ver aquele vídeo, e ele dizia, entre outras barbaridades, que se Arthit não tivesse se apaixonado por outra pessoa, aquilo não estaria acontecendo. — o humano fechou os olhos. — Foi algo terrível de se assistir.

— Então ele estuprou Arthit, como se fosse parte de uma experiência. — Fighter continuou o raciocínio. — E teve um filho com ele. — o veterano de engenharia respirou fundo — Chegou a registra-lo?