Hybrid [SaifahZon + TutorFigther]

Cap. 18 - Demons (Parte 1)

When you feel my heat, look into my eyes
It's where my demons hide, it's where my demons hide
Don't get too close, it's dark inside
It's where my demons hide, it's where my demons hide

ZON

Estava com dor de cabeça. De novo.

Merda.

— Está bem? — ouviu a voz de Saifah e seus olhos se arregalaram quando se sentou.

O movimento rápido o fez fechar os olhos com força, sentindo sua cabeça latejar. Colocou uma mão na cabeça, enquanto espalmava a outra no tecido macio da roupa de cama. Cama?

Piscou algumas vezes antes de abrir os olhos e ver-se em seu quarto, e Saifah estava sentado em sua cadeira, com o queixo apoiado nos braços, apoiados no encosto para costas. Ele não tinha um sorriso, como normalmente existia em seus lábios carnudos e avermelhados, ao em vez disso, seus lindos olhos chocolate o olhavam cansados e preocupados.

Virou-se junto com a cadeira, afastando o rosto o suficiente para alcançar um copo de água e um comprimido na mesa, e fez as rodinhas deslizarem até arrastarem o móvel para mais perto da cama, entregando ambos os objetos nas mãos menores.

— Vai melhorar. — disse, simplesmente. — Tome a água toda.

Zon pegou o copo e colocou o comprimido amargo na língua, engolindo-o junto com a água, que tomou em um único gole. Um meio sorriso apareceu nos lábios do humano, que pousou a palma da mão grande no topo de sua cabeça, acariciando os fios castanhos.

— Você se lembra do que aconteceu ontem? — Saifah pronunciou cada palavra lentamente, olhando-o preocupado. O sorriso havia desaparecido de seu rosto. O híbrido piscou, confuso. — Qual é a última coisa que se lembra?

O felino franziu o cenho, sem entender porque ele estava falando isso, mas um flash de lembrança surgiu em sua mente, e seus olhos se arregalaram enquanto as memórias do que acontecera no dia anterior apareciam, tornando-se embaçadas em certo ponto.

Perth aparecera enquanto esperava Saifah na cantina do prédio de seu curso junto com seus amigos. Diferente de todas as outras vezes que o perturbara, tirando seu gorro de sua cabeça e descobrindo suas orelhas de pelugem castanha que se escondia em seus cabelos, o veterano o tirou ali no meio de todas aquelas pessoas, e, não o suficiente, começou a agredi-lo com palavras.

— O que você está fazendo aqui? Não deveria estar transando como um animal que você é? — ele dissera, com um sorriso asqueroso nos lábios.

— Devolve meu gorro, Perth. — ele rosnou, virando-se para o veterano.

— Ou o quê? Vai me atacar? — respondeu o humano, com deboche em sua voz. — Eu não tô vendo o seu dono por aqui, pra te defender, bichano.

— Devolve. O. Meu. Gorro. — sentiu as listras queimarem em suas costas, e sentiu a mão de Zen em seu braço.

Perth se aproximou, fazendo o rosto ficar próximo ao do menor, que ainda estava sentado, fechando os punhos com força, enterrando as garras na palma pequena. Sentiu o hálito quente e o odor forte e amadeirado — que não lhe era agradável — em seu ouvido, e o seu gato começou a arranhar ainda mais forte sua consciência, fazendo sua cabeça latejar ainda mais.

— Vem pegar. — sussurrou e Zon o empurrou, fazendo-o se desequilibrar e cair de bunda no chão, enquanto impulsionava seu corpo a ficar de pé.

Sua cabeça começou a doer mais, na medida em que o gato ficava ainda mais agitado, e podia sentir o sangue escorrer por suas palmas. Fechou os olhos, tentando controlar sua consciência, mas não poderia ter feito pior.