Hybrid [SaifahZon + TutorFigther]

Cap. 3 - Let It Go

Edit: Eu mudei o título do capítulo e adicionei o vídeo da música na mídia, espero que gostem minhas sweetpies :3

Apreciem :3

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I used to recognize myself

It's funny how reflections change

When we're becoming something else

I think it's time to walk away

SAIFAH

Saifah estava preocupado. Enquanto caminhavam, lado a lado, cada passo tornava-se mais pesado e, eventualmente, o humano teve que carregar o felino para dentro de seu apartamento, deixando-o sentado na cadeira de madeira sem estofado, com a cabeça de cabelos molhados deitada na mesa de vidro, fazendo-a ficar embaçada com a diferença de temperatura.

Era estranho vê-lo daquele jeito, mole e febril. Quase delirante. Zon sempre fora um garoto tão vibrante e espontâneo, sempre com um sorriso grande nos lábios, que mostrava suas covinhas profundas nos cantos. Ali, em sua casa, estava com a cabeça baixa, os cabelos molhados escorrendo água para a superfície vítrea, as bochechas e o nariz vermelhos, enquanto a respiração quente embaçava o vidro.

Deixou-o ali, deitado, caminhando com as meias encharcadas por causa da chuva pelos corredores. Pegou uma toalha e se aproximou do felino de cabeça baixa mesa, começando a secar seus cabelos castanhos, passando o tecido macio por trás das orelhas felinas, secando-as com cuidado para não o machucar.

— Não... — murmurou o gatinho, em um tom manhoso, com os olhos fechados.

— Desculpe, Zon, mas eu tenho que te secar de alguma forma, você está todo molhado e ardendo em febre. — disse Saifah, em um murmúrio, segurando o garoto ereto na cadeira para começar a tirar suas roupas. — Eu não vou te machucar.

— Não... Eu não quero... — repetiu, em um tom febril, apertando os olhos fechados.

A pele de Zon queimava, e, vez ou outra, ele tentava afasta-lo enquanto o humano afastava a roupa molhada da pele alva do felino. As linhas amarronzadas — que talvez uma hora antes estavam claramente traçadas em sua pele sob a camisa branca e transparente — já haviam desaparecido alguns minutos atrás, quando o corpo do híbrido caiu, desacordado, sobre o tampo transparente da mesa.

Enxugou sua pele febril, por vezes sustentando seu corpo com o ombro largo. Teve que tirar a própria camisa, secando o peito, para não molhar o felino novamente. Tirou as calças de tecido escuro, libertando, por fim, a cauda peluda — castanha, como as orelhas — e úmida. Saifah observou enquanto ela se mexia, lentamente, acompanhando o sonho febril do híbrido. O humano olhava para aquilo com uma expressão curiosa e um sorriso pequeno nos lábios.

Se não estivesse tão preocupado com o menor, talvez apreciasse a visão que tinha a sua frente, mas em seus pensamentos só se passavam os primeiros passos para cuidar de uma pessoa febril.

Terminou de secar o felino, sempre pedindo desculpas por estar tocando sua pele sem sua permissão, passando a toalha felpuda em sua pele enquanto o outro estava sentado na cadeira, desacordado. Vez ou outra Zon soltava umas frases soltas, negando alguma coisa, e o humano tentava não dar muita atenção ao que ele dizia — com um enorme torno em volta de seu coração — pois sabia que o outro estava delirante e febril.

Tirou o cobertor de sua cama, carregou o híbrido para a cama, colocou-o sobre o colchão. Saiu do quarto e pegou uma caixa de primeiros socorros no armário do banheiro, pegando um antitérmico e destacando o pequeno comprimido, e encheu um copo de água. Quando voltou para o quarto novamente, o felino havia se enrolado nos cobertores. O humano suspirou, deixando os ombros caírem.