Cap. 20 - Happier (Parte 1)

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Sat in the corner of the room
Everything's reminding me of you
Nursing an empty bottle
And telling myself you're happier, aren't you?
(Hey, yeah, hey, yeah, hey, yeah)

FIGHTER

As gotas batiam com força nos vidros do carro, o som fazendo-o se acalmar enquanto apoiava a cabeça na superfície fria, sentindo o ar frio bater em seu rosto. Tutor estava dirigindo seu carro, levando-o para casa em um silêncio confortável, interrompido somente pela música que inundava o carro com os acordes tocados no violão e a voz melodiosa e tenor de Ed Sheeran. Seus olhos estavam vermelhos e ardiam por causa das lágrimas que segurara por todo o momento.

O Audi entrou na garagem do prédio de luxo, deslizando suavemente pelo piso liso de concreto, e o felino estacionou-o em sua vaga. Desligou o carro, e o interior foi tomado pelo completo silêncio.

Fighter não abriu os olhos, com a cabeça ainda apoiada no vidro gelado da porta do carona. Sentiu uma mão tocar seu ombro, apertando-o suavemente antes de puxa-lo para um abraço desajeitado. A mesma mão enterrou os dedos em seus cabelos, puxando sua cabeça para o peito, o ouvido perto de seu coração — um coração que batia forte e de forma compassada, nem muito lento, nem muito rápido — e um cheiro doce, sem ser enjoativo, encheu seu olfato.

— Está tudo bem. — a voz de Tutor entrou em seus ouvidos, quando o afastou. Sorriu, triste, e colocou ambas as mãos nas bochechas do humano. — Eu estou bem aqui com você.

O humano engoliu o seco, sentindo seus olhos esquentarem por causa das lágrimas, e fechou os olhos, sentindo-o o abraçar novamente. Deixou seu rosto se encaixar na dobra de seu pescoço, e seus braços o apertaram na cintura da forma que pôde por cima do câmbio entre os bancos.

Quando se separaram novamente, o híbrido limpou as lágrimas que escorriam por suas bochechas com o polegar, acariciando-as suavemente e selou seu nariz com um beijo suave.

— Vamos. — respondeu, em um tom suave.

Ambos saíram do carro, caminhando lado a lado até o elevador.

Tutor abraçou a cintura do mais velho, puxando-o para mais perto, deixando-o deitar a cabeça em seu ombro, acariciando a pele através do tecido preto da camisa que o humano usava.

Fighter fungou algumas vezes, enquanto caminhavam pelo corredor abarrotado de portas, até o seu apartamento. Abriu a porta, tirou os sapatos, e se deitou no sofá da sala, colocando um braço sobre os olhos, cobrindo-os.

A pesar de não ter os sentidos apurados, os passos do felino ecoaram por sua casa, e pôde ouvi-los se aproximarem, então sentiu os dedos enterrando-se em seu couro cabeludo, fazendo-lhe um carinho gostoso e aconchegante, as unhas passando suavemente sobre a pele. Mais lágrimas encheram seus olhos quando as lembranças o atingiram como um soco, os soluços que tentara suprimir durante todo o dia começaram a sair entre seus lábios, seu peito dando solavancos, enquanto chorava alto pela primeira vez em vários dias.

Sentiu sua cabeça ser levantada, enquanto Tutor colocava-a em seu colo, ainda lhe fazendo carinho com uma mão, enquanto, com a outra, apertava a mão que estava sobre sua barriga, dando-lhe um conforto silencioso. Fighter se mexeu, abraçando a cintura do felino, enterrando o rosto em sua barriga.

Naquele dia em que a visitara, junto com Tutor, recebera a notícia — antiga — de que sua mãe estava morrendo.

Seus órgãos estavam falhando aos poucos, o tumor tomara os pulmões e outros órgãos, como o fígado e os rins, mas, a pesar da sombra da morte que pairava entre eles, Tor e sua mãe o fizeram rir e ficou claro que — a pesar do medo irracional que o felino tivera no início — a mulher o adorara.

Hybrid [SaifahZon + TutorFigther]Onde histórias criam vida. Descubra agora