Cap. 10 - Walls

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All jokes aside, don't tell me the way that I feel

'Til you're inside, you won't know what's lies and what's real

Or if there's something wrong

Assuming the things you hear 'bout me's a done deal

There's more to us than what we choose to reveal

Or what we don't

FIGHTER

— Então, sobre o que quer conversar comigo? — perguntou Fighter, olhando para o felino sentado a sua frente.

Havia um copo na frente de cada um, a fumaça espiralava acima do copo, embranquecida, dando ao ar um cheiro suave e agradável de café e chocolate, com uma pitada de caneca. O conteúdo estava intocado em ambos os copos, enquanto os respectivos donos estavam sentados frente a frente, tentando fazer com que seus olhos não se encontrassem no meio do caminho.

Tutor estava nervoso, Fighter sabia.

Sabia tanto que deu espaço para que ele pudesse pensar no que tudo aquilo poderia significar para seu futuro, enquanto ele próprio tentava digerir toda a informação passada por Zon naquele primeiro dia, e tudo o que acontecera depois. Ao mesmo tempo que assimilava aquilo que sentia em relação a ser marcado por Tutor.

E Zon estava certo sobre a marca.

Quando se aproximou de Dew na manhã seguinte ao último dia do cio de Tutor, a primeira coisa que ele perguntou foi se ele tinha trocado de perfume.

Até os humanos estavam sentindo o cheiro de Tutor em sua pele, quem dirá o que os híbridos iriam sentir.

A verdade, no entanto, era que ele não se preocupava, realmente, se Tor havia o marcado ou não — ele não poderia se importar menos sobre isso — mas o que o preocupava era a crise de ansiedade que o felino teve quando acordou naquela manhã e viu as marcas de suas presas em sua pele.

Ele estava em seus braços, pôde sentir seu coração acelerado contra o peito, pôde ouvir sua respiração rápida e falha, por causa dos soluços que ele soltava de vez em quando. Sentiu as lágrimas umedecendo sua pele enquanto o apertava contra si, enterrando os dedos no cabelo alheio, atrás de suas orelhas, porque sabia que isso o acalmaria — não fora a primeira vez que o ato fora necessário naqueles três a quatro dias que ficaram juntos.

Fighter sabia que Tor também precisava de espaço para digerir e assimilar o que tinha acontecido, só não pensou no quanto doeria ficar afastado, e, pior, ser ignorado inúmeras vezes. E sabia que o híbrido o estava evitando, sem ninguém lhe dizer.

As semanas se passaram lentamente, enquanto o veterano de engenharia resmungava e choramingava com Hwa sobre o que havia acontecido — depois de muita insistência dela, pois, de acordo com ela, ele estava parecendo um cachorrinho que foi abandonado por seu dono, e era mais ou menos assim que ele se sentia, de fato.

Então, de repente, Tutor lhe enviou uma mensagem.

E lá estavam os dois, sentados juntos, mas separados por uma mesa de madeira Em um canto mais silencioso de um café perto da universidade, com um sofá de estofado vermelho em formato de "L" em volta do lado direito da mesa, depois de uma carona silenciosa, tensa e levemente constrangedora.

— Como... — Tutor limpou a garganta, enquanto Fighter o encarava, analisando suas expressões enquanto mantinha a sua mais neutra que conseguia. — Como você está?

— Estou... Bem. — respondeu o humano, observando o felino morder levemente o lábio inferior. — Por que estamos aqui, Tor?

— Eu também... — o veterano ergueu uma sobrancelha, vendo os olhos castanhos do outro encontrarem os seus. — Quero dizer, eu também estou bem.

Hybrid [SaifahZon + TutorFigther]Onde histórias criam vida. Descubra agora