Cap. 16 - Someone to You (Parte 2)

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FIGHTER

Dentro da sala de estar da família Jitattad, um silêncio desconfortável se instalara desde a saída de Zon e Saifah. Tutor olhava nervosamente para Fighter, que estava com os cotovelos apoiados nas coxas cobertas pelo jeans, cabeça baixa e dedos entrelaçados atrás da cabeça. Mali tentava se recompor, limpando as lágrimas que escorriam de seus olhos quando se levantou e se aproximou do humano que era namorado de seu filho.

— Fighter, está tudo bem? — perguntou, com a voz baixa, abaixando-se para colocar uma mão no joelho do engenheiro. — Eu sei que é muito para absorver e que sua mãe está passando por muita coisa no hospital.

Fighter levantou o olhar, encarando os olhos azuis escuros da mulher híbrida a sua frente, que o olhava com um afeto que só uma mãe poderia olhar para um filho, e sentiu seu coração confuso amolecer.

Tor dissera que podia confiar nele, e contara tudo aos seus pais, que contaram tudo a Zon. Sabia que estava sendo duro com o híbrido — pelo qual estava apaixonado — e viu a culpa estampada em seu olhar enquanto a discussão se desenrolava, e o quanto aquilo o havia torturado, mas sua cabeça ainda estava confusa com tudo o que tinha se passado.

Repassou, novamente, as informações que tinha recebido até então: a) Arthit era o nome do híbrido que estava no vídeo do seu pai; b) Arthit era irmão de Mali, a mulher que estava a sua frente, tratando-o como filho, e também era mãe de Tutor, o que queria dizer que aquele híbrido era tio do seu namorado; c) Arthit era o híbrido de seu pai, ao mesmo tempo que Mali era a híbrida de Puentai; d) Pruk tinha se apaixonado por Arthit, que se apaixonou por outra pessoa, então Pruk estuprou Arthit como retaliação e tiveram Zon; e) Zon foi registrado como filho de Pruk, e Arthit morreu no parto.

Fighter apertou os olhos fechados, sentindo-os quentes por lágrimas que não deixaria cair, apertando a cabeça com as palmas das mãos. Tentou controlar suas emoções, embora sua vontade era xingar seu pai com todos os xingamentos que tinha em sua mente, mas nada saiu de sua boca quando abriu os olhos, cheios de lágrimas, e encontrou os olhos castanhos e afetuosos de Mali.

— Eu estou bem. — disse, em voz baixa e rouca, e levantou a cabeça, tirando as mãos da cabeça, e, com um suspiro, sorriu, tenso — Só... — respirou fundo, soltando uma risada breve pelo nariz. — Quão desrespeitoso seria pedir uma dose de whisky aos sogros no primeiro jantar em sua casa?

Mali sorriu, aliviada, e olhou para Somcai, do outro lado do sofá. O engenheiro seguiu seu olhar e viu Somcai sorrir suavemente, sem mostrar os dentes, e se levantar.

— Vou ver o que eu consigo pra você. — respondeu o homem, ele começou a juntar os pratos vazios de bolo e Fighter fez menção em se levantar, mas Mali o impediu, com um sorriso breve nos lábios.

— Não se preocupe com isso, eu vou ajuda-lo. — respondeu, levantando-se de onde estava agachada e ajudou o marido, pegando os outros pratos em que os bolos pareciam intocados.

Fighter suspirou, jogando seu corpo no encosto do sofá, cansado. Então abriu virou a cabeça para encarar o híbrido ao seu lado, que parecia tenso, com os cotovelos apoiados nas pernas. Um pequeno e triste sorriso surgiu nos cantos de seus lábios e estendeu uma mão, tocando o braço pálido e leitoso do outro, puxando-o para si.

Deixou que Tutor apoiasse a cabeça na curva de seu pescoço, enterrando o nariz em sua pele, na gola de sua camisa, e abraçou seu corpo levemente trêmulo, apertando-o contra si. Abaixou a cabeça, sentindo uma leve coceira nariz quando a pelugem das orelhas cinzentas passou na pele gelada. Seus lábios encostaram no topo de sua cabeça e deixou um beijo suave nos fios castanhos e macios.

Hybrid [SaifahZon + TutorFigther]Onde histórias criam vida. Descubra agora