Cap. 11 - Can You Hold Me?

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Just wrap me in your arms, in your arms
I don't wanna be nowhere else
Take me from the dark, from the dark
I ain't gonna make it myself
Put your arms around me
Put your arms around me
Let your love surround me
I am lost

ZON

O felino enterrou o nariz na pele macia do humano, apreciando o odor cítrico e familiar, acalmando sua consciência humana e deixando um ronronar suave soar do fundo de sua garganta, fazendo seu peito vibrar contra o peito do outro. Dedos longos estavam enterrados em seu couro cabeludo, enquanto a outra mão acariciava suas costas, tentando acalma-lo — mesmo que o híbrido estivesse sentado em seu colo, com as pernas abertas, e seus quadris se roçassem vez ou outra, causando um leve atrito.

Zon sabia porque começara a chorar enquanto estava o beijando, mas não sabia se estava pronto para contar suas lembranças dolorosas para o humano.

Não sabia como dizer que, a pesar de querer que sua primeira vez com ele fosse enquanto estivesse consciente, as imagens das enormes mãos que passavam em seu corpo pequeno e infantil — como enormes aranhas tocando partes íntimas e proibidas — o aterrorizavam, e a ansiedade fazia seu peito apertar.

No entanto, por mais que quisesse que sua consciência felina tomasse o controle de seu corpo para que conseguisse fugir das imagens, o gato arranhava suavemente sua consciência humana, incentivando que falasse o que o incomodava, impedindo-o de fugir da realidade.

Era como se dissesse: "Você pode confiar nele." Mesmo que sua consciência humana estivesse aterrorizada em lembrar de tudo o que vivera antes de ser encontrado pela família Jittatad.

— Está tudo bem. — disse Saifah, virando-se para tocar sua cabeça com os lábios, em um beijo gentil. — Você não precisa falar, se não quiser.

Saifah era tão paciente.

Mais lágrimas escorreram de seus olhos, enquanto sentia seu corpo amolecer suavemente por causa da carícia em seus cabelos. Ele não vai te machucar, Zon. O gato esfregou a bochecha no ombro nu, inalando o odor cítrico, reconfortante e familiar.

— Eu não... Eu não sou irmão biológico de Tor. — começou, sua voz abafada pela pele alheia. O híbrido sentiu o corpo se retesar sob o seu. — Eu... Eu nasci em outra casa, uma enorme mansão, de um homem muito rico. — apertou os olhos fechados, lágrimas escorrendo de seus olhos enquanto as flashes imagéticos começaram a aparecer em sua mente. — Eu era muito pequeno quando fugi, não consigo... Lembrar de seu rosto. — engoliu o seco, o aperto em suas costas tornou-se mais forte. — Mas eu lembro que tinha muitos homens... Muitos humanos... Que... Que faziam coisas comigo. — Saifah respirou fundo, ainda em silêncio. — Eles me machucavam. Eles me... — engoliu o soluço, e sentiu o abraço se apertar em volta de si.

As lágrimas escorreram de seus olhos, umedecendo a pele nua do ombro do humano, que permaneceu parado, seu corpo tenso sob o do felino, em silêncio. Os soluços faziam o corpo pequeno estremecer sobre as coxas do maior, que só acariciava as costas do outro, passando a mão sobre o tecido de algodão em um vermelho desgastado, acalmando o felino.

Um longo tempo se passou em que ambos ficaram em um silêncio que era interrompido somente pelos soluços e espasmos suaves no corpo menor, que abraçava o maior com todos os seus membros, cruzando os tornozelos em suas costas, o rosto enterrado na junção de seu ombro com o pescoço.

Quando estava mais calmo, Zon levantou a cabeça, olhando o rosto do universitário de cabelos castanhos avermelhados, que sorriu e secou suas lágrimas com o polegar, apoiando as palmas de suas grandes mãos em suas bochechas. Tombou a cabeça para o lado.

Hybrid [SaifahZon + TutorFigther]Onde histórias criam vida. Descubra agora