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𝟐𝟐:𝟑𝟎𝐩𝐦
Se deitou na cama novamente e respirou fundo, já tinha tomado seu remédio e olhou em direção a janela, vendo a noite decair novamente, "Mais uma noite", pensou por um instante antes de tentar pegar no sono e naquele momento nem imaginava que pudesse estar correndo risco. Namjoom estava certo, a postura robusta entregava o homem no fim do corredor, ele era tão semelhante ao moreno, mas não era capaz de chegar perto de sua porta com o segurança lá. Beom teria que tentar outra coisa… teria que ser um pouco mais sádico. E por mais que você não soubesse da presença dele ali, já tinha passado algumas noites em claro com medo de alguém aparecer em seu quarto e tentar algo novamente, então mais uma vez retirou a pequena agulha de seu braço, vendo um pouco de sangue sair pelo pequeno ferimento. – Não preciso mais disso… – Ditou para si mesma, e pressionou a região para que o sangue não saísse mais pelo ferimento da agulha, a enfermeira sempre lhe questionava sobre aquilo, mas sempre acabava tomando soro na veia quando se sentia mal. – Não vai acontecer nada… Não vai acontecer nada… – Disse várias vezes a si mesma e se ajeitou numa maneira de mais confortável e olhou para a própria mão, vendo apenas um leve borrão da tinta forte da caneta, o número de Jimin foi apagado de maneira bruta, você sentiu um aperto no peito por fazer aquilo, mas se fosse parar para pensar, Namjoon já corria risco o suficiente, Jimin não precisava correr também, embora você não fosse um perigo para eles, mas era a ponte para o caos, Beom não desistiria fácil e você sabia disso, além de que a mídia não perdoa, notícias falsas já circulavam pela internet e seu nome já havia sido difamado várias vezes, de maneiras diferentes. As pessoas eram maldosas e isso era fato, era instinto, mas você queria evitar chorar por todas as situações e evitava ligar a televisão que tinha no quarto, escutando apenas o som de um grilo que insistia com o barulho irritante em algum lugar daquele quarto.
S/N: Bobos… - Disse ao seu lembrar de Namjoon e Jimin, eles eram tão lindos, tão puros e ingênuos, mas muito solidários, onde jamais pensou que eles se preocupariam com você a ponto de virem lhe ver. Preferia passar a noite em claro e aproveitar os momentos bons e levemente desesperados que passou junto a eles dois, mas não negou o bom e velho sono que dessa vez veio com cautela e você adormeceu, ainda segurando aquela agulha suja em mãos. E embora quisesse que aquele sono durasse mais e se transformasse em um belo sonho, você acabou acordando na madrugada após escutar um barulho alto do lado de fora do quarto e respirou forte, se sentindo atordoada assim olhou para o relógio na parede e viu que já ia dar quatro horas da manhã, não era um bom horário, ainda mais em um hospital completamente escuro na parte dos quartos e assim permaneceu um tempo olhando para a porta, sem escutar mais nada, e ainda inconformada, voltou a deitar a cabeça no travesseiro fechando os olhos calmamente. Enfermeiras e médicos não passavam por ali a não ser que fosse para uma emergência, mas ouvir passos pelo corredor a fez abrir os olhos e levantar a cabeça novamente, e posteriormente se levantar da cama e andar em direção a porta, abrindo uma pequena fresta, observando o segurança da empresa ajeitar o próprio casaco que agora parecia tão justo ao corpo dele, como se o homem tivesse comido o suficiente para se estufar, não estava elegante quanto antes… Voltou a fechar a porta e se escorou nesta e pensou "Não pode ser" e assim andou rapidamente até o banheiro do quarto se trancando, poderia ser apenas um pensamento ruim, mas tinha certeza que aquele não era um substituto, nem mesmo pela sua postura, queria estar errada, mas não iria mais sair dali até que se sentisse segura. E só pode se sentir assim ao amanhecer quando escutou a voz da enfermeira, chamando por você que se levantou do chão e abriu calmamente a porta, olhando em volta do quarto antes de olhar para ela que lhe estendeu a mão e assim suspirou fundo antes de entregar a seringa novamente a ela.
— Irei falar com o doutor para que você seja encaminhada para um psicólogo, entende aqui mesmo no hospital… Você terá auta logo e vai precisar, sei que não está sendo fácil, você todo dia arranca essa agulha de seu braço... - Ela via que a região, bem próximo a sua aveia estava roxa. - Por favor, não faça mais isso.
S/N: Ontem a noite esteve no corredor? - Perguntou a ela que negou brevemente e então você andou até a porta, o segurança não estava lá, onde deveria estar… - Quero que chame o médico até aqui, eu preciso conversar com ele.
— O Doutor não está no momento, talvez demore um pouco, mas assim que puder, ele virá falar com você. Ainda sente dor? Podemos diminuir a dose de medicamentos se você não se sentir bem… – Negou brevemente a ele que assentiu - Tudo bem, mas porque estava trancada no banheiro?
S/N: Ontem não foi uma noite boa, o corredor estava muito barulhento e agora aquele segurança estranho não está mais na porta… – Por um momento a enfermeira se tocou que realmente o rapaz de terno preto não se encontrava mais em sua posição, mas pensou que ele apenas tivesse saído por um momento, o que era um erro. - Eu não me sinto segura, toda noite cogito que alguém vá passar por aquela porta e terminar o que começou, então é por isso que eu quero conversar com o médico, eu passei a noite pensamos nisso… Eu preciso de um laudo de óbito! – Disse aquilo de maneira simples, olhando para a enfermeira que franziu o cenho e negou brevemente com a cabeça.
– Um laudo de óbito?! Mas isso é loucura… Os médicos não podem fazer isso! Vai contra nossa dignidade senhorita!
S/N: E acha que eu não me importo? Vamos fazer uma leitura de tudo o que aconteceu na minha vida até aqui! Eu sou uma vítima provável e ainda corro risco! Acha que eu não sei que a imprensa está em peso no portão desse hospital? Ou que o aquele desgraçado do Beom ainda está solto por aí? É sobre a minha vida que estamos falando… então para todas essas pessoas, eu prefiro morrer e começar uma vida nova, prefiro os fazer acreditar nisso do que viver a minha vida toda atormentada… Você mesma está me indicando a um psicólogo, então realmente não me faça ir em um! - Disse em tom sério a ela que respirou fundo e se apressou para sair do quarto, embora ela concordasse com você, o que queria fazer era um descaso e ia contra a ética e o juramento de um profissional da saúde. — Eu realmente preciso fazer isso…
— Parecia ser um absurdo até mesmo para você, mas o que podia fazer se estava correndo risco? "E onde estava aquele segurança?" Se perguntou por um momento antes de se levantar e deixar todo o café da manhã em cima da mesinha e andar até a porta novamente, o corredor estava vazio e você olhou para a área de lazer do hospital, havia alguns pacientes por lá, mas nem sinal dele. — Suas roupas pareciam tão apertadas… — Ditou ao se lembrar do porquê de ter se escondido no banheiro, sentiu medo, mais uma vez. Se ao menos fosse um substituto com aviso prévio, mas aquela sensação ruim da noite passada não saia de sua mente. Andou em direção a área de lazer e olhou pela sacada em direção ao portão, ainda tinha muitos repórteres e alguns carros da imprensa, e claro que eles queriam alguma informação sua, seria como a polícia lhe interrogando antes mesmo de chegar na delegacia, "Você é uma fã obcecada?", "Você conhecia o suspeito?", "Você já conhecia o grupo BTS? Tem alguma coisa com eles e a empresa?", e algumas outras mais invasivas que as fakes News estavam falando por aí, por isso queria o atestado do médico, assim não se preocuparia em responder tantas perguntas desnecessárias. A imprensa assumiria o risco de lhe considerar uma paciente falecida, mesmo que não fosse por causas naturais e sua vida se tornaria um pouco normal, não se importava em recomeçar do zero, afastaria até mesmo Beom Seok se pudesse, mas não sabia que ele estava mais perto do que se imaginava, a segurança que o hospital forneceria não era suficiente para encobrir todos os cantos do lugar, qualquer adulto que passasse por ali com uma máscara e segurando na mão de uma senhora de idade, estaria longe do alcance deles como suspeito, mas foi assim que Beom os enganou noite passada e entrou no prédio, pagando de bom samaritano ao ajudar uma senhora que iria fazer hemodiálise. Beom Seok pode não ter agido sozinho, mas foi capaz de tirar aquele segurança dali, o levando para as escadas de emergência e foi uma enorme burrice ele ter deixado aquele homem ali, sabendo que momento ou outro, ele seria encontrado, mas enquanto ainda estava tudo calmo, você percorreu os olhar pelo local e voltou para o seu quarto, não tinha muito a se fazer no momento, até que viu a enfermeira aparecer novamente, indo verificar a bolsa pendurada de soro, e ao vê-la tocar em seu braço, se afastou rapidamente, olhando sério para ela.
S/N: Eu não preciso mais disso… — Se afastou um pouco e continuou a comer sua comida que de qualquer maneira era ruim, e logo ouviu um suspiro dela que não tentou mais nada.
— Os barulhos ontem a noite, acha que pode ter sido seu ex quem fez isso? — Ela parecia um pouco preocupada do que você que a encarou por um momento, lembrando-se justamente da forma desajeitada que o segurança arrumava o casaco justo ao corpo... — Comentei com os seguranças e eles falaram que as câmeras não pegaram nada demais, na verdade viram ele sair por conta própria do hospital, talvez ele tenha recebido ordens para ir embora do hospital ‐ 𝙈𝙚𝙣𝙩𝙞𝙧𝙖...
S/N: Eu não sei, não tem razão para ele ir embora…
— Acha que ele continuaria no hospital depois de deixar Namjoon e Jimin passarem despercebidos? — Ela sorriu com naturalidade após perguntar para você que apenas balançou a cabeça negativamente e olhou incrédula para ela.
S/N: Como sabia que eles vieram aqui, sendo que não estava aqui em cima? — Ela fez uma cara de óbvia, ainda permanecendo com um sorriso ao rosto.
— Impossível não saber, o manager deles passou com tanta raiva pelo portão da emergência com os seguranças que era impossível não vê-los passar de volta com os dois, algumas enfermeiras bateram fotos, mas os seguranças pediram para elas apagarem e pelo o que eu sei… apagaram. — Assentiu calmamente e ainda manteve o olhar preso a ela que parecia ter ido ao quarto apenas para conversar. – Mas sinceramente não entendo a necessidade de vir aqui, a final eles estão correndo riscos, assim como você é claro.
S/N: E pelo o que aparenta, você gosta bastante deles, não é?
— Não vou negar que sim. E agradeço que tenha o salvado de ser baleado, você se tornou uma heroína embora muitas pessoas falem bobagens sobre você nas redes sociais.
S/N: É, eu sei e é justamente por isso que ao invés de você me contrariar com a sua ética, o melhor a se fazer é trazer o médico até mim!
— Nós já falamos sobre isso!
S/N: Não! Ninguém aqui falou nada, é por isso que eu volto a repetir, quero que traga o doutor até mim, senão eu mesma irei atrás dele! Acha que eu sou uma heroína como estão falando nas redes sociais? Mas eu não sou nada disso, muito pelo contrário! Eu tenho a droga de uma vida que pode ser tirada de mim a qualquer momento, e ninguém vai fazer nada quando isso acontecer, então faça o que eu estou pedindo… apenas isso. – Disse a ela que mordeu os lábios e olhou para a porta antes de sair definitivamente de lá. Suas desconfiança com as pessoas ao seu redor começavam a se tornar cada vez mais visíveis, principalmente com aquela enfermeira, ela parecia ser diferente das outras, seu tom de voz e postura… "Parece uma novata ao ramo" - Pensou antes de se jogar na cama e relaxar o corpo. – Eu preciso me acalmar… — A preocupação e o estresse começavam a se fazer presente…
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Por Acaso [Kim Namjoon]
Fanfiction↳ [Concluída] Qual a sensação de levar um tiro, sentir a pele queimar e algo lhe atravessar o peito para salvar a vida de quem ama? Provavelmente uma sensação de muita angústia e dor, e foi isso o que sentiu após se jogar na frente de Kim Namjoon na...