CAPÍTULO 13

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AMANDA

Eu estava sentada ao lado da minha mãe, segurando a mão dela com firmeza, vendo ela toda entubada e com vários curativos pelo corpo.

ㅡ Senhorita Amanda. ㅡ eu olho para a porta e vejo uma enfermeira, ela estava com uma prancheta nas mãos e um sorriso simpático nos lábios. M desculpe atrapalhar.

ㅡ Não... tudo bem. ㅡ falo me levantando e batendo as mãos na saia para ela se ajeitar. ㅡ a minha mãe... ela vai melhorar?

ㅡ Claro que sim, mas pode demorar um pouco, por isso ela vai ter que passar a noite aqui hoje. ㅡ a enfermeira fala e eu sorrio tentando amenizar a tensão que havia surgido na sala.

ㅡ Claro, ㅡ falo e olho minha mãe na cama. ㅡ e eu preciso de ar. ㅡ saio do quarto indo para fora do hospital.

Onde meu pai nos meteu?!

•••

RENATO

ㅡ Vai ter uma social na casa do Mike, ficou sabendo? ㅡ Thiago fala e eu nego.

ㅡ Quem vai estar lá? ㅡ pergunto e ele pensa por alguns segundos.

ㅡ Só os caras, Mike disse que quer uma loucura daquelas, tá ligado, né? ㅡ Ele fala e eu assinto com a cabeça e suspiro.

Meu celular toca e eu atendo depois de ver o nome do Mike na tela.

Fala. ㅡ digo ao atender a ligação.

ㅡ Grosso. ele falou com uma voz afeminada e eu ri. ㅡ não te convidei antes por que tava meio sem tempo, mas agora tá convidado, social aqui em casa as 20:00.

ㅡ Beleza, é para levar alguma coisa? ㅡ pergunto.

ㅡ Uma bebida só. ㅡ ele fala e eu falo um "okay" desligando a chamada em seguida, voltando a conversar com o Thiago.

•••

São mais ou menos 21:00 e eu estou na social do Mike com os caras. Levei vodka, os outros eu não tenho a mínima ideia do que levaram.

Não me julguem, mas eu dei alguns tragos na cocaína, e outra nunca faço isso mesmo, é uma vez na vida e outra na morte.

A música tava alta demais, a gente bebia, fumava e jogava conversa fora. O resumo da social.

•••

AMANDA

Saio do banheiro enrolada na toalha, por mais que eu tenha chorado muito, eu ainda sentia aquele famoso nó na garganta, de quando você está engolindo o choro, sabe?!

Pego meu celular e mando uma mensagem pro Renato, em seguida começo a me vestir.

📱Whatsapp on 📱

Me: Garcia?
Me: pode me encontrar daqui a meia hora na praça?

Renato: claroo, te vejo daqui meia hora.

📱Whatsapp off 📱

Sorrio fraco com a mensagem e bloqueio o celular, colocando meu tênis em seguida.

Prendo meu cabelo em um coque frouxo e vou até a cozinha, pego um biscoito no qual nem lembro qual era no armário e como, não era muito bom, mas era o que tinha.

Pego meu celular e a chave de casa e saio.

•••

Me sento no banco da praça esperando pelo Renato, olhando minhas unhas e fazendo de tudo para não pensar que minha mãe está internada em um hospital.

ㅡ O que aconteceu? ㅡ escuto a voz de Renato e me levanto logo me virando de frente pra ele.

Me aproximo e o abraço apertado, mas logo me arrependo ao sentir o cheiro de álcool que emanava dele.

ㅡ Você... ㅡ falo me soltando dele. ㅡ você andou bebendo?

ㅡ Tava numa social com o... Mike e os caras. ㅡ ele fala meio confuso, não estava bêbado, mas não estava 100% lúcido.

Sinto meu coração errar uma batida quando vejo os olhos avermelhados dele.

Calma Amanda, o Renato não fumou!

Seguro seu rosto com as mãos olhando bem nos olhos dele, tendo então a certeza que ele havia sim fumado.

ㅡ Renato, tu tava fumando? Que porra! ㅡ pergunto soltando ele com certa brutalidade.

ㅡ Nada muito grave, só umas tragas. ㅡ ele fala calmo.

ㅡ "só umas tragas"? ㅡ falo indignada sentindo meus olhos encherem de água, meu pai havia começado daquele jeito também... ㅡ você fumou cocaína, porra! - praticamente grito com ele irritada e escondendo minha vontade de chorar.

Pensei que me sentiria melhor com ele, mas está bem claro que era melhor eu ter ficado em casa.

ㅡ Você está fazendo tempestade num copo d'água. ㅡ ele fala e suspira.

ㅡ Não Renato, escuta bem o que vou te dizer. ㅡ falo me aproximando dele fazendo com que ele me olhe com atenção, deixo bem claro minha raiva e decepção. ㅡ Zé-droguinha comigo não tem vez, entendeu?

ㅡ Zé-droguinha? Cê' tá viajando. ㅡ ele fala. ㅡ foi só uma vez. ㅡ bufo e me viro para ir pra casa, mas logo sinto ele segurar meu braço. ㅡ hey, Amanda, foi só uma vez...

ㅡ Me larga. ㅡ me solto dele brutalmente ㅡ até amanhã, Renato. ㅡ digo e saio andando sem nem olhar pra trás.

Acabo deixando as lágrimas caírem, o ruim de chorar de raiva é isso, quando choro de raiva fico com mais raiva ainda.

As lágrimas de raiva se misturam com as de tristeza que estavam acumuladas dentro de mim.

Meu deus, como pode um ser humano ter tanta água assim?

Sex Proposal | Renato GarciaOnde histórias criam vida. Descubra agora