CAPÍTULO 37

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AMANDA

Acordo com uma puta dor de cabeça, olho em volta e percebo estar em um lugar diferente que minha casa.

Como um tapa na testa me lembro de tudo o que aconteceu ontem.

O Leonardo me drogou!

Ele me beijou sem eu estar sã, dançou comigo e ainda quis me comer!

Me levanto rapidamente verificando se estava vestida. E felizmente eu estava. Me lembro de ter dormido quando ele começou a desabotoar minha calça.

Graças a Deus! Respiro fundo aliviada. Pego minha mochila da escola e saio da casa dele o mais rápido que posso sem nem ver se estava esquecendo algo.

Corro para minha casa sem nem me importar quão longe ela estava, eu apenas sentia medo de que ele estivesse atrás de mim.

Entro ofegante e vejo minha mãe dentro de casa, com a cara fechada e braços cruzados.

- Você não tem mais casa não, Amanda? Vai dormir na casa do seu namoradinho todos os dias agora? - ela resmunga irritada.

- Desculpa mãe, eu vou ligar na próxima vez. - falo ofegante e vou para meu quarto rapidamente.

Eu entro no chuveiro e tomo um banho relâmpago, tirando todo suor, esfregando cada parte do meu corpo, cada parte que Léo havia encostado.

Nojento. Penso sentindo os olhos marejarem. Como eu sou idiota! Fungo me recusando a chorar no banheiro.

Ele não merecia minhas lágrimas. Penteio meu cabelo e coloco uma saia de couro justa preta e uma camiseta comum por cima, escrito "lovers" no peito.

Coloco meu tênis All-Star no pé e coloco minha roupa do trabalho dentro da mochila.

Saio para a escola andando, tentando pensar em qual quer coisa que não fosse o dia anterior.

Pego meu celular e vejo que ele está apenas 20% de bateria. Suspiro e vejo várias mensagens no WhatsApp.

Ao chegar na escola eu mando uma mensagem para Renato, falando que eu precisava falar com ele.

Ele visualizou mas não respondeu nada. Eu mandei o local que estaria esperando ele.

Em baixo da arquibancada no meu lugar favorito. Eu vou para lá e espero ele. Eu estava sentada no chão com as pernas cruzadas em perninha de índio esperando.

Até que ele abre a porta. Ele estava com os olhos fundos, cabelo bagunçado. Ele parecia péssimo.

- Renato, que bom que veio... - falo e dou um passo à frente, e ele recua um passo para trás.

- Como você pode, Amanda? - ele estava com a voz rouca. - eu confiei em você, te dei o meu melhor, e você me traiu.

- Do que está falando? - pergunto confusa. Ele mostra a tela do celular, um vídeo de câmera de segurança meu e do Léo! Sinto que estou pálida e ele ri sarcástico.

- Eu fui apenas um brinquedo seu, né? - ele ri amargurado.

- Não, Renato! Me escuta, não é isso que parece. - falo me aproximando, mas ele grita.

- Chega! Chega de me manipular, Amanda! Eu não acredito em você. - eu me encolho com seu grito, assustada. Sinto lágrimas escorrerem por meu rosto.

- Por favor, me deixa explicar, Renato! Por favor... - peço me aproximando dele e tocando seu rosto. Ele rejeita meu toque me empurrando levemente sem me machucar.

- Eu queria saber o que você ganha com isso? Manipulando as pessoas dessa forma. - ele fala quase chorando.

- Renato, por favor. - eu soluço e toco no rosto dele o fazendo me olhar nos olhos. - não faz isso, me deixa expli... - ele me interrompe.

- Não, não vou deixar que você me engane de novo, Amanda. - ele fala e eu fecho os olhos chorando.

- Por favor... - eu volto a olhá-lo, eu consigo ver a dor nos olhos dele, mas também vejo decepção e raiva.

- Eu amo você. - Ele fica calado por alguns segundos, que mais parece uma eternidade.

- Quem ama não trai, Amanda. - ele solta frio e sai pela porta com brutalidade.

Eu encosto no pilar e escuto o sinal bater, começo a chorar desesperadamente.

Escorregando até estar no chão encolhida com as pernas no peito e a cabeça escondida. Eu estava sozinha, Léo havia feito isso, ele havia destruído minha vida em três dias.

Havia acabado com tudo oque eu e Renato tínhamos em três fukcings dias, ele acabou com tudo.

•••

Caminho pelo corredor da escola vendo todos me olharem.

Eu arrasto os pés com dificuldade, a cada passo a vontade de chorar voltava mais forte.

Então eu descido sair da escola, saio pulando o muro sem nem me importar com as câmeras que haviam me visto.

Ando pela rua relembrando as palavras dele. Eu realmente não pensava que diria o meu primeiro "eu te amo" e essa seria a reação dele.

Eu atravesso a rua indo para a praça. Quando chego lá me sento no banco. Olho em volta vendo a vida de todos seguir, todos com os próprios problemas. E eu sabia que todos eles tinham uma forma de concertar as coisas.

- Queria que estivesse aqui, pai. - sussurro e olho para o chão, fechando os olhos.

Lembrando do calor do abraço de Renato. Dá risadas e dos bons momentos. Olho para o anel em meu dedo e sorrio fraco me lembrando do dia do circo.

Sorrio ao me lembrar do Dave, e de como o nome era horrível. Mas meu sorriso morre quando me lembro de nossa briga, e do seu olhar em mim, da sua decepção e raiva.

Eu começo a chorar, sentindo a tristeza transbordar em mim, tudo voltou a dar errado, e dessa vez eu não podia buscar conforto nos braços do Renato.

Eu não podia. Eu estava sozinha, literalmente, com um ex namorado que deve me odiar, um ex-namorado louco que droga pessoas, uma mãe viciada e uma conta enorme para pagar.

Sinto os olhos arder e a sensação de vazio gritar batendo em meu estômago. Um frio na barriga e o gosto salgado das lágrimas grossas que não paravam de escorrer pelos meus olhos.

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Sex Proposal | Renato GarciaOnde histórias criam vida. Descubra agora