CAPÍTULO 46

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AMANDA

Eu cheguei em casa há alguns minutos, Renato me deixou aqui e foi para casa dele, a sua mãe ligou falando que teria um almoço em família.

Eu já estava com minha roupa de ficar em casa, um shorts comum cinza, e uma camiseta vermelha sem nenhuma estampa.

Minha mãe foi ao mercado comprar absorvente, e eu fiquei aqui em casa, eu quase não cheguei a tempo de vê-la sair.

A campainha toca, eu me levanto do sofá e caminho até a porta. Mas quando abro arregalo os meus olhos.

- Eu vou ligar para a polícia. - falo e Léo suspira.

- não será necessário, - ele fala e eu pego meu celular. - eu vim pedir desculpas.

- não é o bastante. - falo me lembrando de tudo o que ele fez. - nada que você falar vai ser o bastante, Léo.

- eu sei, mas eu não queria ir embora pensando que não me desculpei, mesmo sabendo que você não iria aceitar. - ele fala e olha para os pés.

Suas mãos estava no bolso da calça, ele parecia constrangido. Minha respiração estava rápida, qualquer coisa que ele fizesse eu ligaria para a polícia.

- eu não vim aqui para fazer isso, acabou pegando outro rumo nos meus planos. - ele solta um suspiro. - eu sinto muito, mesmo.

- já falou o que queria? - falo rude, minha expressão é séria e sem um pingo de consideração por ele.

- sim, eu vou voltar para a Espanha amanhã, meus pais mandaram eu voltar. - ele fala.

- isso não me importa Léo, o que você faz da sua vida não tem o mínimo de importância para mim desde que me ofereceu aquele suco. - eu falo rolando os olhos. - agora, sai da minha vida, e não aparece, nunca mais. - ele me olha meio pasmo e se vira.

Antes que ele mude de ideia e queira bater mais um papo comigo eu fecho a porta forte nas costas dele.

Eu seguro meu celular com força, e encosto as costas na porta respirando fundo. Olho para minha mão e percebo estar tremendo.

•••

RENATO

Entro em casa colocando minhas chaves do carro no porta chaves ao lado da porta.

- que bom que chegou querido, vem, o almoço vai ser servido em minutos. - minha mãe fala sorrindo.

Eu sigo ela até a sala de jantar e quase acabo caindo ao ver Isabela sentada em uma cadeira.

- o que você está fazendo aqui? - pergunto olhando para ela.

- até onde eu saiba ela é sua namorada, então faz parte da família. - minha mãe fala e eu olho para ela.

- não, ela não é mais minha namorada, mãe. - falo e ela arregala os olho.

- eu disse para você, querida. - meu pai entra na sala arrumando a gravata.

- e-eu posso ir se vocês quiserem. - Isabela se levanta fazendo uma voz inocente.

- sim. - eu falo

- não! - minha mãe me lança um olhar de repreensão. - é apenas um almoço, acredito que vocês tem maturidade o bastante para serem ao menos amigos depois do término.

- não, eu não tenho, não existe amizade com ex-namorada, mãe. - eu bufo.

- claro que existe! E você vai se sentar e almoçar, não vai arrancar pedaço algum se fizer isso por mim, Renato. - minha mãe fala para mim quase sem mover os lábios de irritação.

Rolo os olhos e me sento na frente da Isabela. Meu pai se senta na ponta da mesa e minha mãe ao lado da Isabela.

O clima estava tenso, todos comendo em silêncio e eu mal comia.

- podem me dar licença? - pergunto e minha mãe concorda junto com meu pai, eu me levanto e saio da mesa indo para o banheiro parando no corredor.

Por que ela veio aqui? Ela podia muito bem ter falado para minha mãe que eu e ela não estávamos mais juntos! Mas não! Ela tinha que vim aqui!

- desconfortável? - eu me viro vendo Isabela. - sua mãe acha que eu vim para tentar reatar o relacionamento.

- não poderia estar mais errada. - eu falo seco e vejo ela bufar.

- olha, eu sei que não tivemos um término amigável, mas eu quero mudar isso, que eu saiba nós ainda vamos conviver juntos afinal, minha mãe adora a sua. - ela fala

- eu não ligo, você e o Léo drogaram a Amanda! Por que fizeram isso? - eu pergunto e ela revira os olhos.

- não foi por você, acredite. - ela volta a me olhar. - o Léo não é exatamente a definição de inteligência, eu fiz ele acreditar que fazendo os dois se separarem a Amanda voltaria com ele, ele só não percebeu que estava drogando ela e que isso não teria perdão.

- então, está me confessando que manipulou ele? Não acha perigoso demais para você? - pergunto e ela ri sem humor.

- eu queria que a Amanda tivesse um pequeno "trauma" com homens, para ela ver do mesmo lado que eu. - ela continua falando. - eu posso ser a vilã da sua histórinha de amor Renato, mas você não faz ideia do que eu passei antes de você decidir terminar comigo.

- você não me deu a chance de saber, Isabela! Você simplesmente se afastou, me traiu com a Sarah e ainda quis acabar com o meu relacionamento sem ter uma justificativa! - eu falo irritado. - não venha pagar de mocinha.

- eu não preciso ser a donzela em perigo! - ela fala aumentando o tom de voz. - eu sou a vilã, e a heroína da minha própria história, e eu não preciso de um Renato para me salvar dos perigos que vou encontrar, não me confunda com a Amanda, você mais do que ninguém sabe que se eu tenho vontade, eu faço, se eu quero, é meu. - sua voz vai ficando mais baixa e áspera. - eu não preciso da sua amizade nem da amizade de ninguém, eu criei o meu reino sozinha, sou a rainha de mim mesma, e eu faço o que eu quero.

- por quê? Por que você quis machucar o meu bem? - pergunto.

- porque a família dela deve para meu pai. - ela fala e eu sinto que meu coração errar uma batida.

O quê? Como assim a família da Amanda deve para o pai dela? Ele que foi na casa dela cobrar o dinheiro das drogas? As perguntas rodam pela minha cabeça.

- meu pai pagou alguém para atropelar ela, e eu só queria que ela se afastasse disso tudo, porque ela não tem ideia de onde o pai dela se meteu. Mas aí o Léo comprou uma passagem para a Espanha e não tem como ela sair disso, e agora se ela não tiver o dinheiro a família dela vai ser riscada do caderno. - Isabela fala. - então acho bom você me agradecer, e ir atrás da sua donzela.

- achei que seus pais eram cristãos. - falo confuso.

- eu também. - ela fala e se vira, eu escuto ela se despedir da minha mãe e meu pai, sabendo que ela iria embora.

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Sex Proposal | Renato GarciaOnde histórias criam vida. Descubra agora