Ponte para detenção e Três Vassouras

1.5K 190 631
                                    

RAVENA

Normalmente, as pessoas costumam invejar a Leslie e o Jesse por terem Terabítia, mas eu não. Nem minhas amigas. Nós temos Hogwarts!

Mas acredito que nenhum deles iriam invejar a aula chata de Estudo dos Trouxas. Não sei porque escolhi essa matéria, Adivinhação e Runas Antigas não pareciam interessantes o suficiente. Ah, lembrei! Lúcia quis estudar e me arrastou junto, eu não pude dizer não… A parte boa era que eu não precisava estudar porque… Porque eu era familiarizada com tudo aquilo. 

"Então você é a melhor da classe?"

Ãhn... Não. 

Na verdade, eu nem presto atenção. Rowena estaria preocupada com meu rendimento escolar? Talvez. Sinto muito em manchar o estereótipo de gênios mega inteligentes e concentrados da minha casa, mas estou muito preocupada em saber o que vai acontecer quando o Jesse voltar do passeio com sua professora. E antes que pergunte, eu nunca assisti ao filme, mas sei que algo triste aconte-

Meus pensamentos foram brutalmente interrompidos ao ter meu exemplar puxado das minhas mãos. Então foi por isso que Lúcia me chutava incansável e discretamente… 

— Indisciplina! Ao menos os alunos antigamente costumavam inventar doenças para se livrarem da aula com aqueles doces Weasleys, confesso que eram menos vergonhosos… — disse a professora com o sermão dela. — Indiscutivelmente decepcionada, srtª Dolohov. Cinco pontos a menos para Corvinal. 

Reprimi a vontade de rolar os olhos com a menção do sobrenome. 

— Mas professora! É um livro trouxa! — rebati na esperança de reverter a situação. 

— Um livro de fantasias e criancices! Não sobre a vida e sociedade trouxa. 

— E a senhora me culpa? — bati as mãos na cintura.

Pelo canto do olho vi Lúcia abaixar a cabeça e levar a mão no rosto. 

— Está dizendo descaradamente que prefere matar aula lendo… — a professora olhou para o livro. — Ponte para Terabítia ao invés de estudar para os exames finais?! 

Aí olha… foi no calor do momento... 

— Sim?! 

E foi assim que eu parei na detenção. 

De novo. 

EDMUND

Senti uma diferença no tom de Tarva quando ela pediu para conversar comigo… em particular. Não só pelo tom. Ela me chamou de Edmund. Edmund, entenderam? Não foi benzinho… 

Não sei o que isso significa, mas me pareceu importante pela mudança brusca. 

Nos reunimos depois das aulas, lá no pátio, sentados nos bancos. Eu olhava para Tarva, e a minha namorada encarava o chão. Parecia triste. Ficamos em silêncio por um tempo. 

Parecia um velório, na verdade. 

— Então, Edmund… — começou Tarva, e então, pigarreou. — Primeiro eu gostaria de dizer que não tem nada a ver com você, sabe? Eu te adoro! Você é inteligente e talentoso e… e… e… 

Eu acho que os adjetivos acabaram. Eu poderia oferecer uma lista, se vocês quiserem. 

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei com a sobrancelha franzida. 

É o que eu estou pensando? Por favor, Deus, eu sei que não conversamos muito, mas que seja o que eu estou pensando.

— Não. Quer dizer… Sim. Aconteceu. Como eu estava dizendo, você é incrível e… enfim! Nada disso é culpa sua, sou eu, sabe? 

Clichê através dos anos [Edmund Pevensie x OC]Onde histórias criam vida. Descubra agora