Ok.

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EDMUND

Eu nunca fui de ficar comparando as aparências das pessoas, até porque é algo bem mal-educado, mas foi praticamente impossível não remeter o novo professor de DCAT a um camundongo. Mas ninguém nunca falou isso em voz alta, obviamente. 

O sr. Reepicheep, apesar de altão, tinha chamativos dentes frontais, grandes orelhas, era um bocado bronzeado e ostentava uma cabeleira loira e lisa, além dele possuir um temperamento energético. Suas vestes eram vermelhas, e jogava sua capa para trás com uma certa dramatização. Ele era uma figura. O professor entrou em sala de aula a passos largos, virou-se para a turma e pestanejou:

— O que estão fazendo aí, sentados? Levantem-se, todos! E guardem os livros. 

Aravis me olhou com uma expressão divertida e fez o que o sr. Reepicheep pediu, assim como todos na sala, e com um ágil movimento de varinha, o professor fez as bancas e carteiras serem arrastadas magicamente a um canto na parede, deixando a sala com um espaço amplo. 

— Como bem sabem, serei o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Alguém tem alguma per- — começou ele, mas foi interrompido por Aravis, que tinha a mão erguida. — Sim, srtª…? 

— Tarkheena, senhor. É verdade que é auror? 

— Sim. — respondeu ele sem hesitar. — Estou aqui a pedido de McGonagall. 

— Antigamente, o cargo de Defesa Contra as Artes das Trevas era amaldiçoado. — comentou Kirke. — O senhor não tem medo? 

Reepicheep deu uma risada cavernosa. 

— Ora, meu caro! Se alguma vez eu deixar de fazer algo por medo, então eu não mereço o título de grifinório! — respondeu Reep todo pomposo. 

Automaticamente pensei em Lucy e como o professor Reepicheep seria uma espécie de inspiração para a minha irmã caçula: ela costumava ser insegura sobre pertencer à Grifinória, acho que Lisa, nossa colega de casa e amiga de Lu, pensou o mesmo, porque olhou pra mim curiosa, querendo dizer o mesmo com os olhos expressivos.

— Quantos bruxos você ajudou a apreender em Azkaban? — perguntou Tarva, do outro lado da sala. 

— Parei de contar quando atingir uns cem… — respondeu ele mais uma vez. — Mas grande pergunta, srtª… Ah, Jeong, sim! Obrigado, boa pergunta! Isso nos leva a nossa aula. Imagino que todos aqui já tenham conhecimento breve sobre a prisão dos bruxos, certo? 

Mesmo com todos concordando, Reepicheep fez uma rápida varredura sobre Azkaban, sobre sua localização absurda, sobre seus prisioneiros mais famosos (se orgulhou ao dizer que trabalhou na mesma equipe de Harry Potter e Ronald Weasley por alguns meses), e de seus guardas. 

— Alguém poderia me dizer o que é um beijo de um dementador?

— Quando ele retira o capuz e crava sua boca na do condenado… sugando sua alma. — respondeu Rabadash. — A morte é a melhor opção.

— Ótima observação. 5 pontos para Corvinal. — disse Reepicheep. — São criaturas das trevas, que sugam a felicidade de qualquer um, deixando apenas desespero, um frio imenso e suas piores lembranças à deriva. Como eles podem ser repelidos? 

— Conjurando o Patrono. — respondeu Ravena. 

Confesso que fiquei um pouco orgulhoso, eu tinha dito aquilo pra ela no primeiro ano, na torre de astronomia. 

— Correto, srtª? 

— Dolohov. — falou a garota, com um segundo de hesitação. 

Houve um pequeno brilho de reconhecimento nos olhos do professor, e não era orgulho ali. Levando em conta o currículo dele, imagino que ele já tenha topado com o pai da Ravena em algum momento, e pela expressão quase imperceptível no rosto dela, imagino que chegou à mesma conclusão. 

Clichê através dos anos [Edmund Pevensie x OC]Onde histórias criam vida. Descubra agora