Detetives do prédio azul

254 28 29
                                    

RAVENA

Lucy estava completamente arrasada com a morte do professor Reep. Na verdade, todos nós estávamos, mas Lucy era tão sensível e possuía um coração de algodão doce tão grande que ficou extremamente afetada ao ponto de comer pouquíssimo durante a semana que sucedeu o velório. Hogwarts foi tomada por uma nuvem escura que dominou todo o ar agradável que aquele castelo tinha, e como se não fosse o bastante, os N.O.M.s não foram cancelados, nos forçando a fazer as provas no meio daquele caos.

— Ela me odeia. — murmurei, jogando minha carta de baralho no monte de descarte.

— Quem? — perguntou Edmund, agora prestando atenção no meu rosto.

— McGonagall. — E contei tudo. Contei do castigo absurdo que eu e Tarva recebemos (ok, desobedecemos ordens, mas não aconteceu nada extraordinário com o celular para um surto daqueles), contei do que ela falou sobre o meu pai e sobre eu seguir um caminho diferente dele, contei também sobre o fato de McGonagall achar que eu sabia de algo, mas que estava escondendo. — Ela acha que eu sei de alguma coisa, e depois disso, o professor Reepicheep aparece morto. Acho que tem alguma coisa interligando os fatos.

Eu não pronunciei, mas fiquei extremamente magoada por ela achar que eu tinha segredos obscuros na manga.

— Ela só tá ficando velha, Rav. — disse Digory.

— E isso nem faz sentido. — disse Edmund, jogando sua própria carta descartada. — Por que uma aluna do 5º ano teria relação com a morte de um professor?

Pensei um pouco.

— Você acha que Voldemort está retornando ou algo assim?

— Impossível. — afirmou Aravis ao meu lado, sem hesitar. Ela nem ergueu a cabeça, estava aparentemente vidrada em seu livro — Ele não volta nunca mais.

Eu olhei pela janela do trem, e a paisagem era alegre, cheia de verde e ovelhas em um canto distante, sumindo cada vez mais conforme o expresso se afastava. Após um minuto de silêncio, larguei minhas cartas e fechei a porta da cabine para ter mais privacidade e olhei para os meus amigos, decidindo as palavras com cuidado.

— Tenho que contar uma coisa.

Os olhos de Lucy, Digory, Tarva, Aravis e Edmund se fixaram em mim.

— O professor Reepicheep não teve um mal súbito, como divulgaram. Não foi uma morte natural. — disse baixo, retornando ao meu assento. Parecia uma responsabilidade tremenda falar aquilo. E era mesmo! — Ele foi assassinado.

Lucy ofegou. Tarva arregalou os olhos. Digory ficou boquiaberto. Edmund negou com a cabeça e Aravis ergueu uma sobrancelha, cética. Fiquei brava por Edmund ter aquela reação; ele não acreditava em mim?! Mas nem tive tempo de reclamar, porque ele se pronunciou.

— Hoje, o Ministério usa métodos para rastrear quem usa as Maldições Imperdoáveis, — explicou ele, unindo as cartas do jogo inacabado e as cortando habilmente. — Se alguém o tivesse matado, saberíamos quem foi.

— Tinha uma varinha partida ao meio na porta da sala de aula. — informei prontamente. Também falei como estava o corpo do professor estirado no chão. Lembrar daquilo me causava arrepios.

— E se foi do autor do crime? E ele estava tentando acabar com as provas? — tentou Tarva.

— Acabar com a prova do crime e deixar a arma pra trás?! — indagou Aravis. — Em dois tempos, Olivaras diria o nome do dono! A varinha provavelmente era do professor. O fato dela ter sido cortada ao meio era um aviso. Como dizem os trouxas, mesmo? “Cancelar o CPF”? E ainda tem o argumento do Ed: não dava pra usar a Maldição da Morte.

O grupo ficou em silêncio, cada um pensando com seus próprios botões. Se a maldição não foi o motivo, o que causou a morte, então?

— Se o professor Reepicheep foi morto, então… por que a escola não divulgou isso? Por que disseram que foi ataque cardíaco? — perguntou Digory.

— Imagine só o caos se Hogwarts informa que há um assassino entre nós? — rebateu Aravis, fechando seu livro em um estalo. — McGonagall quer abafar o caso. E ainda tem um furo: problemas de coração são doenças trouxas, nós, bruxos, resolvemos facilmente esse tipo de coisas com poções.

Era fácil acreditar no ponto de vista de Vis, mas abafar esse tipo de coisa não era do feitio de Minerva McGonagall. Ela nunca permitiria que os alunos ficassem em perigo por motivos egoístas só pra ter créditos na praça.

— Talvez… Talvez eles divulgaram que era uma morte súbita porque eles acreditam que tenha sido isso. — tentei explicar a minha perspectiva. — Se fosse pela Maldição, eles saberiam, certo? — olhei para Edmund. — Talvez eles não saibam explicar a morte do Reep.

A voz de Minerva na conversa sobre arte das trevas ficou mais intensa na minha cabeça.

— O que vamos fazer sobre isso? — perguntou Lucy, após momentos em silêncio.

— Você não vai fazer nada. — ordenou Edmund, bastante sério. — Não vai andar pelo castelo depois do jantar ou perambular sozinha.

Lucy parecia determinada quando enfrentou o irmão:

— Você não vai me impedir de fazer algo só porque é mais velho. Se o professor Reepicheep foi morto de forma covarde, temos que fazer algo a respeito porque se não fizermos, ninguém mais vai fazer.

E eu concordava plenamente com ela.

x

Tia Becky estava no estacionamento da estação de King's Cross, enfiada dentro do carro e fez o favor de não me espionar enquanto eu me despedia de Edmund.

Despedir é uma palavra muito forte, eu sei! Trocaríamos mensagens e talvez nos encontrássemos durante as férias, mas isso não me impediu de ficar na ponta dos pés e me inclinar em direção aos lábios do meu namorado, dando-lhe um beijo doce. Os Beijos de Edmund eram capazes de silenciar os meus pensamentos mais intrusivos e temerosos, como um remédio que afasta qualquer tipo de dor e traz alívio imediato. Talvez ele estivesse lendo minha mente porque logo em seguida ele afagou meu cabelos, carinhoso, e abraçou minha cintura com a mão livre, dizendo:

— Vai ficar tudo bem.

As coisas não estavam nada bem e não iam ficar bem, nós dois sabíamos disso, mas aproveitei o momento para apreciar a calmaria que atingiu meu coração assim que Edmund depositou um beijo na minha testa.

______________________________

Notas:  OI!

Boas notíciasss: o próximo capítulo está quase finalizado e fé que no próximo sábado tem atualização de novo 🤩

Más notíciasss: CLICHÊ ATRAVÉS DOS ANOS ESTÁ QUASE CHEGANDO AO FIM!
Eu sei :(
Tô muito triste por isso, mas também animada porque estou prestes a finalizar uma long-fic pela primeira vez na minha vida 😭

O que acham que causou a morte do professor? Ou melhor: QUEM matou Reepicheep? QUERO TEORIAS 😈! COMENTEM! Já disse que amo quando vocês comentam?

xêro 🪄

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 24 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Clichê através dos anos [Edmund Pevensie x OC]Onde histórias criam vida. Descubra agora