Confronto direto

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EDMUNDO

Como diziam os Beatles: hoje um Rabadash vai estragar meu dia.

Os Beatles não disseram isso, eu inventei.

Chegou o tão esperado Clube de Duelos e eu estava um pouco nervoso, mas não deixei transparecer. Não estava nervoso porque eu tinha chances de duelar, era por outra coisa. Como o Clube era uma matéria extracurricular, seria feita aos sábados, antes do almoço, em uma sala no terceiro andar. Havia um palco comprido para os adversários duelarem e em volta ficavam os outros alunos.

O professor Flitwick começou introduzindo sobre feitiços impactantes que poderiam ser usados na luta, falou historicamente sobre o início do Clube e essas coisas chatas, e claro, explicou sobre o cumprimento que os duelistas teriam que fazer. 

— Pois muito bem! — disse finalmente o professor. — Alguém gostaria de começar?

Rabadash não esperou mais um segundo quando ergueu o braço.

— Eu, professor!

Resisti a vontade de rolar os olhos.

Rabadash subiu no pequeno palco e o professor Flitwick olhou em volta. 

— O senhor Tarcaã precisa de um oponente. Quem se voluntaria?

Rabadash olhou com uma sede muito esquisita para Ravena, mas ela não estava olhando para ele. Ravena olhava para Lucia. A loirinha parecia incentivar a minha irmã a subir no palco. Olhe, uma coisa era azarar ela e fazer algumas pegadinhas inofensivas, outra bem diferente era colocar Lu em confronto direto com Rabadash e seus feitiços mirabolantes. Lucia estava quase se oferecendo quando eu pulei em cima do palco. 

— Eu vou.

Rabadash me olhou surpreso, com raiva e assustado. Tudo isso em um tempo de dois segundos, mas eu não vacilei. Ergui uma sobrancelha para o meu caro amiguinho em resposta. 

— Oh, senhor Pevensie! — exclamou o professor. — Ótima decisão. Corvinal e Sonserina pode ser uma ótima combinação. 

Inspirei fundo, puxei a varinha do cós da calça e encarei meu oponente. Rabadash começou a marchar em minha direção e eu repetir seus movimentos, ao chegarmos próximos o suficiente, nos cumprimentamos: a varinha sendo levada em frente ao rosto, como uma apresentação. Abaixamos as varinhas e dei as costas a Rabadash, quando estava em uma das pontas do palco, me virei com a varinha em punho. Meu adversário também estava em posição de ataque.

— Primeiro ataque feito pelo sr. Tarcaã! — anunciou Flitwick.

Me preparei para o impacto, mas não foi necessário: nenhum feitiço foi conjurado para me derrubar. Ao invés disso, Rabadash escolheu um ataque bem doloroso, um enxame de abelhas.

Abelharus!

Como era algo que a gente aprendia só no quarto ano, o enxame dele não era tão grande, mas era perigoso; o conjurador não tem muito controle sob as abelhas. Estaria Rabadash treinando feitiços extras também? A multidão começou a gritar, mas antes que o professor pudesse fazer algo, com um aceno de varinha, eu gritei:

Oppugno!

As abelhas que agora estavam se espalhando pela sala, ficaram sob meu controle. Não precisei falar, apenas imaginei elas, todas unidas, indo de encontro ao traseiro de Rabadash com seus afiados ferrões.

E foi exatamente o que elas fizeram. 

Rabadash berrou, o professor brandou, Lucia aplaudiu e eu vacilei. Antes que as abelhas pudessem furar Rabadash, ordenei para que elas subissem e se chocassem contra a parede. 

Clichê através dos anos [Edmund Pevensie x OC]Onde histórias criam vida. Descubra agora