O que aconteceu na aula de História da Magia

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Eu finalmente descobri o porquê das pessoas ficarem de cochichos na noite passada quando o meu nome foi chamado.

Eu não gostaria de ter descoberto, pra falar a verdade.

Tudo começou com Rabadash.

Depois do café da manhã no salão principal, nós do primeiro ano da Corvinal tínhamos aula de História da Magia com a Sonserina, o que significava que o Edmundo e Aravis estariam lá também. O professor Binns era um fantasma e vou acrescentar que ele era bem entediante, mas não vou julgar, sabe? Há quantos milênios ele deve está preso aqui?!

Binns começava sua explicação sobre sei lá o que quando um origami encantado atingiu Tarva na cabeça, seguidos de risadinhas atrás de mim. Virei para encarar Rabadash e Edmundo, que aparentemente tinham virado ótimos amigos. Tarva era um pouco baixa e magra, tinha a pele clara, os cabelos eram pretos e os olhos pequenos, devido a alguma descendência leste asiática. Minha amiga virou-se e os garotos fingiram que nada havia acontecido.

Cochichei no ouvido de Tarva:

- Finja que não viu, se mostrar que te incomoda, eles vão te atormentar para sempre.

Eu já tinha umas experiências na escola de trouxas, não comigo, na verdade. Mas você pode aprender muitas coisas com erros dos outros.

Dito e feito, como Tarva não reagiu, Edmundo e Rabadash encontraram outro alvo mais interessante: Eustáquio.

Eustáquio Clarêncio Mísero era bem parecido com o personagem do Macaulay Culkin em Esqueceram de mim: loiro, chato e parecia querer aprontar alguma para ferrar alguém. Ele estava escrevendo em um diário durante a aula, mas bastou um movimento de varinha e um feitiço executado por Edmundo, que o diário correu magicamente pelas mesas até parar nas mãos de Rabadash. Eustáquio pulou da sua carteira, mas não teve tempo de reclamar ou fazer escândalo: no mesmo instante o sinal tocou anunciando o fim da aula. Todos se ergueram e com o material em mãos, se dirigiram para saída animados. Tarva parecia um pouco chateada por causa do origami voador, mas eu estava ocupada demais vendo a discussão que começou na porta da sala entre Edmundo e Eustáquio. Aparentemente os dois já se conheciam, talvez fossem da mesma família. Não pude escutar muito, pois Rabadash me notou:

- Perdeu alguma coisa, Dolohov?

Ergui uma sobrancelha. A maneira enojada que ele pronunciou...

Respire fundo, Ravena. Não é da sua conta de qualquer forma. Tarva me esperava no fim do corredor e fui atrás dela quando mais uma vez ouvi a voz de Rabadash.

- Não tem culhões, não é, Dolohov? - provocou Rabadash bem alto. - Não tem coragem pra enfrentar, como fez o seu papai.

Parei.

Virei-me para Rabadash. Ele pareceu satisfeito por ter a minha atenção. Edmundo e Eustáquio pararam a discussão, me encarando, e o último aproveitou o momento para puxar o diário da mão de Rabadash. Parabéns, Ravena. Agora Rabadash parece ter descoberto algo que te faz parar.

- O meu pai? - perguntei. - O que tem ele?

Rabadash deu um sorrisinho.

- Vai defender ele?

- Defender do quê?

O sorriso do garoto aumentou, Edmundo mal parecia respirar.

- Então você não sabe? - Rabadash se aproximou, ele devia ser uns cinco centímetros mais alto que eu, então não foi difícil encarar seus olhos cruéis quando ele disse: - Seu papaizinho era um comensal da morte. Matou e torturou criancinhas em nome de - o garoto fez uma pequena pausa, reunindo coragem. - Voldemort.

Eu apenas encarei Rabadash, talvez meu semblante não tivesse mostrado nada, mas estava em uma batalha interna. Matou? Torturou? Crianças? Quem era Voldemort? O que era um comensal da morte? A minha inexpressividade parece ter tido algum efeito negativo.

- Você não vai dizer nada?

O que eu iria dizer? Ele estava blefando? Foi por isso que tia Becky pediu desculpas? Ela não conseguiu contar nada? Mamãe se apaixonou por ele mesmo assim? Foi paixão mesmo? Como alguém se casaria com um assassino? O meu pai. Era o meu pai?

Uma mão tocou meu ombro, me puxando do meu transe. Ouvi a voz de Tarva baixinho:

- Vamos, Rav.

Rabadash ainda esperava uma resposta.

- Vou contar para a diretora. Vamos ver o que ela vai dizer de uma aluna que compactua com certas... - começou Rabadash, mas foi interrompido.

- Chega, Rabadash. - disse Edmundo. Não. Ordenou Edmundo. Surtiu efeito, pois o garoto se calou, mas não tirou o sorrisinho cruel do rosto.

Dei dois passos para trás por conta do puxão de Tarva.

- Eu não sou o meu pai. - conseguir pronunciar antes da minha amiga me forçar a andar para longe do grupo.

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Notas: capítulo curtinho mesmo...

MAS, o próximo capítulo tem... POV DO EDMUNDO! quem quer ler o ponto de vista do reizinho?

Provavelmente atualizarei a fic na sexta, às 20h.

Acho que é isso? Gostaram do gif nas mídias?? O que acham do Rabadash?

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