E o pomo vai para...

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EDMUND 

Fiquei a aula de transfiguração inteira me perguntando o que diabos se passava pela cabeça de Rabadash. Depois do que Vis falou sobre ele, estatisticamente possível, gostar de Ravena, fiquei repassando algum tipo de atitude ao decorrer dos anos e o que fiz foi reafirmar o óbvio: Rabadash era um idiota; quem é que gosta de alguém e age daquele jeito? Isso era, no mínimo, doentio. E ele não parava de encarar Ravena e Kirke com desdém, percebi. 

Aparentemente, você também

Uma voz sussurrou em meu subconsciente de forma quase maldosa, e quase me escolhi por conta disso. Eu já havia feito algumas… Ok, algumas não. Várias brincadeiras maldosas com a Lucy, ela é minha irmã e eu a amo muito, mas na época era… divertido. Pra mim. Ok, vamos ser justos: além de Rabadash, tem eu, então temos dois idiotas por aqui. Meu olhar voltou-se para o rosto de Ravena e meu coração pareceu descer, quando como estamos andando e tem um degrau que você não viu, e aí, você afunda. 

O cabelo dela estava preso de forma desleixada, fazendo alguns fios caírem em seu rosto e em volta do seu pescoço. Ravena só usava um treco rosa no olho e aquele negócio gosmento na boca (eu esqueci os nomes), que só fazia destacar seus lábios carnudos e fiquei me perguntando se eles eram tão macios quanto aparentavam, e quando ela virou para Digory para contar alguma coisa e sorriu, desejei mais que nunca estar ali, no lugar dele. E poderia estar, se não fosse tão burro. O fato dela estar sem o colete preto do uniforme a deixava displicentemente mais linda que o normal, e eu nem percebi que havia levado a mão ao cabelo e o bagunçado suavemente, e não tive mais o que fazer além de engolir minha inveja. Enquanto voltava ao mundo real, percebi que os ruídos ao meu redor haviam sumido e a delicadeza de Aravis também: minha amiga deu um pisão no meu pé direito que fez minha visão estrelar, eu estava prestes a soltar um palavrão quando percebi olhar do profº de Transfiguração sob mim. 

— Sr. Pevensie, — começou ele, de forma pomposa — Acredito que minha aula não seja tão interessante quanto o lado esquerdo do rosto da srtª Dolohov, mas o senhor poderia fingir que está prestando atenção? 

A sala toda explodiu em gargalhadas e gritos, um cara assobiou atrás de mim e outros bateram repetidamente em suas carteiras; foi uma ida ao inferno em segundos. De esguelha, vi Aravis levar seu rosto ao braço, como se estivesse tendo uma forte crise de tosse repentina, e claro, não me dignei a olhar pra Ravena, não queria sustentar o olhar dela agora.

— Eu estava, senhor. — busquei as palavras com a voz um pouco mais grave, tentando ignorar a barulheira ao meu redor. 

O professor pediu silêncio e prosseguiu:

— Então venha ser o pioneiro e nos mostre suas habilidades! 

Olhei para o quadro negro e tentei me atualizar sobre o que era a aula: dragões. 

Me ergui e levei minha varinha junto, me posicionando de frente para turma e atraindo a atenção de todos mais uma vez, busquei concentração e apontei a varinha para a taça de prata que descansava em cima da mesa. 

Draconifors. — pronunciei alto e claro, e um flash de luz laranja saiu da varinha, após isso, um pequeno (e aparentemente) inofensivo dragão de escamas prateadas e metálica, de olhos vermelhos e longas garrinhas foi transfigurado. Ele abriu suas asinhas de morcego e "rugiu" de forma esganiçada soltando uma fina e mínima labareda de fogo. O professor deu uma risada e começou a bater palmas, parecendo impressionado. 

— Um Barriga de Ferro Ucraniano! — bravejou ele, puxando aplausos da turma e deu umas batidinhas no meu ombro. — Um dos mais perigosos existentes! Muito bem, Pevensie, muito bem! 10 pontos para Sonserina. 

Clichê através dos anos [Edmund Pevensie x OC]Onde histórias criam vida. Descubra agora