RAVENA
Eu sabia o que ia acontecer.
Edmund ia me beijar, eu sabia, eu sentia. Enfiei minhas mãos dentro do bolso do meu colete para esconder o suor, e ao entrar no espaço, me dirigi à janela, observando o terreno abaixo, havia um pequeno movimento, mas eu não consegui identificar o que era, porque estava muito longe, mas o pigarro de Edmund me fez virar e ver que ele estava com a varinha em mãos.
— Você não precisa da varinha pra me beijar. — falei me encostando na janela, fingindo estar despreocupada.
Edmund sorriu.
— Apressadinha.
— Você quer criar um clima, né?
Edmund girou a varinha entre os dedos.
— O seu patrono, lembra? — respondeu ele. — Hm… provavelmente não lembra, estava ocupada sendo desnorteada por minha causa.
Meus lábios secaram de tanto que eu mordi ele, engolindo o gloss de morango. Às vezes, era difícil ser eu; Mia Colucci nunca saberia.
— Ah! Ah, é… o patrono.
— Parece decepcionada. — Edmund ainda sorria. Eu estava mesmo, ele só queria me deixar com as bochechas coradas, iguais aos dias de inverno, eu sabia qual era a dele. Ele ia me beijar, sim. É tudo um plano maligno daquela cabeça de cobra pra me fazer ficar acuada e ele iria fazer o cerco, me fazendo- — Não vai pegar sua varinha?
Quase rolei os olhos, mas a puxei do cós da calça, tentando pescar alguma memória. Talvez a primeira ida à Hogwarts?
— Agora pense em pensamentos felizes. — orientou ele.
— Eu sei o que é pra fazer. — cantarolei e foquei na minha varinha; era difícil me concentrar com Edmund me encarando, e por conta disso, passei um tempo fingindo pensar até que não aguentei: — Pare de me encarar!
— Por quê?
— Está me deixando ner-... desconcentrada. — expliquei, me embaralhando. E quase me dei um tapa por isso. Edmund sorriu novamente. — Vira de costas.
— Pra que? Vai tirar a roupa? — perguntou Edmund, cruzando os braços sobre o peito e erguendo uma sobrancelha. — Não que você tenha perguntado, mas seria uma das minhas memórias felizes, com certeza.
Lancei um expelliarmus em sua direção, mas o garoto desviou virando a cabeça rapidamente porque não estava esperando o feitiço, dei as costas para esconder meu sorriso enquanto Edmund parecia finalmente se aquietar. Eu não ia olhar para trás, mas sabia que ele estava sorrindo também. Fiz o movimento correto de varinha e pronunciei o patrono, levando minhas memórias ao primeiro dia no Expresso, mas foi em vão: só saiu um fiapinho. Não foi forte o bastante.
— Pensou no que? — perguntou ele ao meu lado. Levei um sustinho porque não o vi se aproximar, mas respondi calmamente:
— Primeira vez na estação.
— Por que não pensa na sua família?
Minha família era a tia Becky, e depois, Lucy e Tarva. E uma Mística sempre faminta. Uma especial veio em minha memória: foi em um Natal, lá em Londres; estávamos fazendo bolinhos e cantando canções natalinas da Mariah Carey, e isso depois de assistir nossa vizinha vestir-se de mamãe Noel. Mística caçou um rato e o deixou morto na minha porta naquela noite, acho que ela quis me dar um presente de Natal também. Deu vontade de sorrir, mas também uma vontade de chorar. E eu senti... saudades.
— Expecto Patronum — falei baixo, mas claro e lentamente, e dessa vez, saiu algo mais que um fiapo de luz: iluminou a sala escura inteira, e a primeira coisa que vi, foi uma asa, o que fez meu coração acelerar porque achei que fosse uma águia, como a de Edmund, mas não.
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Clichê através dos anos [Edmund Pevensie x OC]
Fiksi PenggemarEdmund Pevensie era um sonserino. Eu sei, ele fica extremamente adorável com aquele uniforme! O ponto aqui é: eu acho que estou apaixonada por ele... E isso não tem nada a ver com a roupa. Quer dizer, você já viu aqueles olhos? Aquele nariz?! Droga...