Sabores de beijos

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RAVENA

Você tinha que ver a cena de momentos antes de eu ser empurrada em direção ao salão principal. 

Digory sorria pra mim, parecia bem feliz por eu ter aceitado seu convite para sair com ele à Hogsmeade, mas talvez ele devesse agradecer as minhas amigas, não sei se teria aceitado se não fosse pelas insistências de Lucy e Tarva.

Olhe, Digory era muito legal, mas eu nunca imaginei ele como alguém pra trocar saliva ou uns amassos no canto do salão comunal, em contrapartida, a duplinha do barulho me convenceram a aceitar só para ir contra o ponto de Rabadash. Eu não gostava da ideia de dar esperanças para Dig para me sair bem naquela história, mas como eu disse, comecei a pensar se fosse aberta a esse encontro. Aberta de verdade. Qual o problema de sair com um garoto legal? Nada impedia de eu contar para Digory que ainda não estava na dele, né? Depois do que aconteceu ontem, só alguém com menos de um neurônio não chegaria a conclusão que eu estaria usando Digory, e eu não queria que ele pensasse dessa forma, por mais que fosse verdade.

Ainda tinha um bocado de gente me olhando e sabe aquela vontade de cavar um buraco e se enfiar nele? Ai, o que eu não daria pra ser uma samambaia agora? Tudo o que fiz foi fingir que estava tranquila com aquela atenção toda.

E Edmund? 

Ignorei totalmente sua existência naquele salão. 

DURANTE A AULA

— Ah, você sempre teve. — disse Lucy baixinho durante a aula de Trato das Criaturas Mágicas. 

Parei de escrever no meu bloquinho de notas. 

— Tive, nada! 

— Sim, mas você está achando esquisito porque te olharam de uma vez. — argumentou Tarva. — Mas sempre tinha alguém reparando em você. 

— Eu nunca percebi isso. — cruzei os braços. 

— Claro, você estava ocupada sempre olhando a bunda do meu irmão. — contrapôs Lucy largando sua caneta colorida e fez uma imitação horrível de uma princesa indefesa. Tarva começou a rir. 

Arregalei os olhos e abri a boca chocada, mas foi impossível ficar séria porque o choque com as palavras realistas da minha amiga estava se misturando com uma gargalhada alta. 

— Mentirosa! — acusei na cara de pau. 

Algum aluno pediu silêncio fazendo psiu

— Quando não era na bunda, eram nas mãos… — acrescentou Tarva despreocupada. — Queria saber o tamanho, né, Rav? — e a garota sustentou no rosto uma expressão maliciosa. 

Tarva falou muito alto a última parte, e por instinto, levei minha mão a sua boca e segurei lá. Com o coração na mão praticamente, sussurrei em seu ouvido:

— Tá doida, porra? 

Lucy riu alto e prosseguiu:

— Vai poder ver o do Dig-

Mas o burburinho parou imediatamente assim que o professor Tumnus virou-se para nós pela 3ª vez naquela aula pra pedir silêncio. Finalmente nos aquietamos, mas fiz um draminha e virei-me para sair do terreno em que ocorria a aula dizendo um "tchau pra vocês, desisto", mas não fui muito longe porque Rabadash assistia a explicação há uns três metros de distância do nosso grupo. 

Minhas pernas fizeram o favor de não pararem na metade do caminho e meu corpo deu uma voltinha para o local inicial. 

— Já voltou? — perguntou Tarva. 

Clichê através dos anos [Edmund Pevensie x OC]Onde histórias criam vida. Descubra agora