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Sasuke ~

Olho para Karin esperando uma reação vindo dela, e essa o veio. Karin nem sempre gostou da verdade sendo cuspida em sua cara, eu também não, mas sabia que tudo o que Sakura dissera era uma verdade. Eu fui um babaca e estava sendo um babaca agora.

Aperto o colar em minhas mãos, logo o colocando em meu bolso.

Eu não entendia os motivos de meu irmão, e talvez eu nunca entendesse, mas eu não poderia mudar o que já passou, mas poderia mudar o que vai acontecer.

Volto meu olhar para Karin, e noto a pitada de ódio e rancor em sua expressão. Meus olhos calculam meticulosamente cada movimento seu, e noto quando ela saca uma Kunai.

Eu não a deixaria usá-la. Não mais.

Em um piscar de olhos e em uma dança fluída, eu já estava em sua frente, com a minha Katana novamente em sua garganta. Devo admitir que gostava de estar assim, tendo um poder sobre ela, a mesma me irritou o tempo inteiro, isso ainda era pouco de meu ódio.

- Não ouse fazer isso. - Estranhei o jeito que minha voz sairá mais rouca que o normal, talvez fosse o tempo que me calei que fizera ficar assim.

- Seu.. - Eu vi quando ela fez uma expressão enojada para mim. Quando eu pensei que ela pudesse ceder, ela tentou me empurrar, notando que seria em vão, ela fez a única coisa que achou que seria melhor: Karin me perfurou com a Kunai.

Olhei para minha barriga observando sua mão firme segurar a lâmina, em um ato para me afastar da ruiva, eu cortei sua garganta. Meu ato não foi tão profundo porque eu não queria, mas em outro momento aquilo poderia ter tirado sua cabeça em um piscar de olhos.

Isso tudo parecia um karma para ambos, vindo de nós mesmos. Eu sabia que merecia aquela facada, então não liguei para a dor que viera ainda mais.

Quando eu cai de joelhos ao chão eu sequer notei, mas eu vi quando Karin cambaleou para trás segurando o pescoço.

Essa era a diferença entre eu e ela, enquanto ela achava que eu não era capaz, eu sabia que não podia se duvidar de ninguém.

Escutei ao longe quando o nome meu e da ruiva foi gritado. Um grito tão estridente que eu queria mandar Sakura calar a boca, aquilo parecia doer ainda mais.

Quando ela veio ao meu lado, com aquela expressão, eu senti como se eu tivesse sido perfurado por dez lâminas. Aquela garota era quem eu gostava na infância, era quem eu queria ter tido em minha vida. Mas quando o ódio me cegou, eu nem mesmo a poupei, eu sabia que o amor era uma fraqueza, e eu pensei que no ato de machucá-lo eu pararia de sentir, mas não foi assim.

Me retrai quando sua mão tirou a Kunai de meu corpo e começou concentrar aquele Chakra extremamente quente em minha ferida.
Nessa situação, eu notei o quanto eu era diferente dela. Não moveria um dedo para meu inimigo, mas ela o fez. Essa é a diferença entre uma pessoa evoluída.

Observei quando ela puxou Karin para mais perto, concentrando uma outra mão em seu pescoço.

- Porquê? - Karin perguntou entre tosses e gemidos. Uma pergunta que até mesmo eu queria saber a resposta. - Porque apesar de tudo nos ajuda?

- Acho que eu gosto de ter uma esperança quanto as pessoas. Gosto de acreditar que elas podem mudar e evoluir. - Ela deu uma pausa. - E esse ato meu, prova o quanto sou diferente de vocês, o quanto eu não chego estar no nível de vocês.

Apesar da dureza de sua fala, eu sabia que ela estava sendo sincera e tinha total razão. Sakura não desceria o nosso grau, ela não era assim.

Eu sempre acreditei que tínhamos escolhas, e temos. Há duas opções: seguir o mau ou seguir o bem. Cada um desses caminhos ditará quem você escolheu ser no futuro.

Uma pessoa que escolhe o mau, passa pelos obstáculos de uma maneira bruta, uma pessoa que deseja evoluir no caminho do bem, escolhe ser paciente. Hoje em dia, metade da população escolhe o meio-termo. Nem bem e nem mau. Eles andam em uma linha tênue, evolui mas decai, tudo de acordo com suas próprias decisões e atitudes.

Olhei Sakura nos olhos, aqueles olhos verdes esmeraldas.

De soslaio também olhei meu irmão, ao longe, olhando toda aquela situação. Eu não poderia nem de longe saber o que se passava em sua mente, mas eu sabia que não era algo ruim.

- Desculpe. - Quando eu pronunciei aquela palavra, eu sabia que era para Itachi, Sakura e para mim.

Pela primeira vez, algo que eu dissera foi sincero.

Itachi ~

Me surpreendia a capacidade de Sakura conseguir perdoar alguém tão rapidamente assim. Ela não conseguia ter rancor, era pura de mais para isso.

Agora eu? Eu sou o oposto dela, e algumas vezes pergunto-me se eu realmente sou a pessoa ideal para ela ter ao seu lado.

- Sasuke. - O mesmo me olhou quando eu me aproximei. Ele havia a segundos atrás me pedido desculpas, uma desculpa que não devia ter saído de sua boca.

- Sinto muito. - Eu comecei, o vendo fazer uma leve careta. - Pelos nosso clã. Aquilo foi uma ordem, e eu apenas obedeci, com a condição de deixar você vivo. - Quando minha fala chegou em seus ouvidos eu sabia que aquilo havia o afetado, como um belo tapa na cara. - Perdoe-me. Não queria que você sofresse, e o motivo para ter deixado você repetir aquela cena tantas e tantas vezes, era porque eu queria que um dia você me superasse e me matasse, assim eu me sentiria feliz por você. Mas.. a situação mudou. - Olhei para Sakura. - Eu não quero mais morrer, eu achei alguém que me fez mudar de idéia. Então talvez em uma próxima vez você possa completar sua vingança.

- Não tenho mais nenhuma vingança. - Eu fiz uma cara surpresa quando ele se dirigiu a mim. Eu não esperava uma resposta. - Eu estou feliz por você ter encontrado alguém. Seus motivos.. bom, talvez eu te entenda. Mas ainda assim, nada me fará esquecer a dor que eu senti naquele dia. - Ele pausou olhando Sakura. - Mas, tudo bem.. você me salvou, como sempre.

Sua fala me fez gelar. Se aquele garoto era revoltado a culpa era toda minha. Eu o fiz viver daquela maneira, e agora, nos encontrávamos aqui, frente a frente, mas a nossa irmandade não era mais a mesma de quando ele era uma criança. Mas eu sabia que aquele garoto, sempre seria o meu irmãozinho, aquele que eu carregava em minhas costas.

- Pronto - Olhei para Sakura quando ela dissera aquilo, se esforçando para se levantar, algo que eu a ajudei. - estão bem agora. Só, não tentem isso novamente. - Ela limpou sua roupa e eu sorri com seu ato.

Percebi quando ela cambaleou um pouco para trás e eu a segurei.

- Está bem? - Perguntei e observei quando ela me olhou, olhos fixos em mim.

- Me leve para dentro.. estou, tonta. - Quando seu corpo amoleceu ainda mais em meus braços, eu firmei meus músculos e a peguei em meu colo, não a deixando ir ao chão.

- Entrem conosco. - Eu falei e observei quando Sasuke e Karin se entre-olharam. - Se fizerem algo não me responsabilizo.

Após minha fala eu comecei a caminhar para dentro do esconderijo e escutei os passos de ambos atrás de mim.

Já dentro do local, a passagem fechou-se atrás de nós. Logo a frente, avistei Konan que vinha em minha direção rapidamente.

- O que aconteceu? - Ela perguntou se referindo a Sakura.

- Gastou Chakra. - Eu tentei soar breve.

- E eles? - Sua pergunta foi em um sussuro, enquanto caminhava ao meu lado.

- Irão ficar. - Notei sua expressão de desdém.

- Espero que isso não seja um erro.

A olhei de cima e a mesma engoliu um seco.

- Garanto que não será.

Empurrei a porta do quarto e o entrei em disparada, repousando em seguida, o corpo de Sakura na cama de uma maneira confortável.

Notei seu rosto vermelho e coloquei minha mão em sua testa para checar sua temperatura.

Normal.

Sentei ao seu lado na cama e ignorei a presença dos demais no quarto. Fiquei ali, ao lado dela, porque era isso o significado de amar alguém.

Na Akatsuki - ItaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora