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Sakura ~

Hoje faz quase duas semanas que estou com a Akatsuki.
Devo admitir que estou aos poucos me acostumando com essa rotina que adquiri por aqui.

Esses dias por incrível que pareça, eu consegui esquecer um pouco da vida que eu tinha na Aldeia da Folha.
A paz que têm nesse lugar é tão boa que me trás uma sensação que eu nunca havia sentido em Konoha. Uma sensação que não sei descrever muito bem.

Mas, junto dessa sensação vêm a dúvida: Como estão as pessoas que eu convivi todo esse tempo? Será que Naruto está bem?

São essas e outras perguntas que às vezes prevalece em minha mente. Como um imã tentando me fazer lembrar que eu não estava ali para ter uma vida, e sim para cumprir uma missão e salvar Naruto.

Eu queria fazer perguntas para Itachi, a respeito da aldeia. Porém, duvido muito que ele teria a resposta para todas elas. Sem contar, que o moreno andou me evitando esses dias, apesar de muitas vezes ele ser obrigado a ficar algum tempo comigo nos mesmos ambientes, principalmente quando eu pedia para fazer exames no mesmo.

Sobre a doença dele, eu ainda não decobri o que ele têm, mas eu sentia a necessidade de me esforçar mais para poder lhe ajudar. Eu sentia que se não ajudasse ele o quanto antes, aconteceria algo ruim.

Mas sempre que eu pensava nisso como um dever a cumprir eu me perguntava por que o esforço? Quando procuramos por muito tempo todos os membros da Akatsuki, para matá-los e acabar com a organização criminosa deles. E quando eu lembrava disso, tudo ficava confuso.

Ali eu tinha um poder. O poder de matá-lo, mas eu não o fazia. Eu sabia que eu não era totalmente bondoso, na verdade, eu sei ser outra pessoa quando quisesse. Mas ali, o que estava predominando era o lado bom. Aquele lado que pessoas como ele não deveriam ter em sua vida.

Porém, eu acho que aquilo eu estava fazendo para me sentir bem comigo mesma. E eu achava que se precisasse futuramente o matar, eu o faria. Mas agora, esse meu "achar" virou uma incerteza, porque o que eu estava sentindo era confuso demais.

Eu não podia me apegar a nada dali. Sejam ambientes, objetos, alimentos e principalmente pessoas. Eu deveria me manter em foco, para sair dali o quanto antes e garantir a vida de Naruto.

Mas, eu realmente estou fazendo tudo isso por Naruto? Eu realmente estou aproveitando esse lugar porque eu preciso ajudar Itachi, ou estou usando o lugar como um lugar de fulga para me deixar longe da realidade?

Eu sequer sabia responder minhas próprias questões.

Peguei os papéis que se encontravam encima da mesa do meu quarto e comecei a lê-lo com atenção.
Era isso o que eu fazia dia e noite. Ler e mais ler. Para obter informações. Aquilo era um estudo, uma pesquisa e tudo o que poderia existir que quebrasse a cabeça de um ser humano.

Pensar e pensar nos levava a loucura. Sejam eles pensamentos pessoais ou pensamentos de uma pessoa que busca uma cura de algo que não existiu até agora.

Mas eu não me importava de ficar ali lendo, por horas e horas. Estudar e ler cansavam. Mas quanto antes eu acabasse, mais rápido eu voltaria para o conforte de minha isolada casa.

Itachi ~

Esses dias que Sakura está aqui, eu notei que eu comecei a me sentir completo. Como se por anos uma solidão me assombrasse mas derrepente essa solidão tinha algo para ameniza-la. Eu já havia sentido aquilo antes, com apenas um alguém. Apenas aquela mulher havia amenizado minha solidão certa vez. E agora, havia outra pessoa que fazia esse trabalho. E eu sentia que deveria fugir.

Eu não podia ter minha solidão amenizada, não por ela. E por isso, apenas por isso, eu andava evitando-a, para seu bem e para o meu bem. Era uma ajuda que eu concedia a ambos. Algo que ajudaria-nos a apenas se conhecer de vista, sem assuntos pessoais e nada do tipo, apenas algo profissional, apesar de no fundo eu querer conhecê-la melhor.

Eu me sentia um covarde ao me afastar dela, sem um motivo mais certo. Porém ao mesmo tempo eu me achava forte o suficiente para ter conseguido esse feito.

Me levantei de minha cama logo saindo de meu quarto, começando a andar pelos corredores a passos firmes como sempre.
De cabeça baixa, eu passei pelas portas. Algumas abertas e outras fechadas.

Eu estava pensativo, mais que o normal para ser mais exato. Perdido em turbilhões de questões que me aterrorizavam.

Era um monte de "e se.." que meu coração gerava uma esperança sem sentido. Não havia um "e se.." havia apenas um ponto final, e acabou.

Ao passar por uma porta que estava aberta, eu sondei ao lado de dentro, distraindo-me. O que me fizera trombar com alguém.

Antes que eu simplesmente seguisse meu caminho, ao achar que era um dos membros da Akatsuki, eu me senti paralisar. Meus olhos pararam na figura que eu andava evitando. Aquela feição confusa tomou seu rosto, e eu me vi gelar.

Má sorte do cão!

Na Akatsuki - ItaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora