Capítulo 3

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CAPÍTULO III

- Sorria, Elena! – cochichou Klaus, quando eles se adiantaram, ainda segurando a mão dela. - Parece que você está a caminho do sacrifício.

Os olhos de Elena brilharam de raiva, e ela tentou livrar-se por um momento, mas Klaus passou a frente dela e a abraçou, apertando-a contra si.

- Você precisa fazer tudo direitinho, Elena. Lembre-se: es­tamos apaixonados. – Klaus Roçou os lábios nos dela, com delicadeza, porém, demonstrando uma familiaridade surpreendente.

Aquele simples gesto enviou ondas elétricas pelo corpo de ambos. A tensão de repente se tornou palpável.

- Convidados da noiva ou do noivo? - per­guntou um homem loiro que estava orientando os convidados quanto ao lugar onde deveriam se sentar.

Klaus se afastou de Elena e encarou o jovem, que corou, dando-se conta da gafe que cometera.

- Oh, desculpe-me, Elena... Eu não a tinha visto...

Elena quase sentiu pena ante a confusão do rapaz, e esboçou um leve, mas sincero sorriso.

- Não se preocupe Matt. Encontraremos o caminho. Obrigada!

Sem prestar atenção ao que o rapaz disse em resposta, Elena examinou os bancos. Em tom de voz bem baixo e apontando com um gesto de cabeça para uma das convidadas que estava sentada em um dos bancos a direita, Elena comentou:

- Aquela é minha mãe, Klaus.

- A de vestido azul, com cabelos negros em um coque? - Inclinou a cabeça para captar as palavras sussurradas.

Elena meneou a cabeça concordando.

- Mamãe ficará furiosa por havermos escolhido a mesma cor. Prepare-se Klaus, aí vamos nós.

Eles caminharam para sentar-se ao lado da mãe de Elena, que quando viu a filha, imediatamente se ergueu, o olhar reprovador estampado em sua face.

- Lena, o que lhe deu na cabeça para usar roupa azul com seu tom de pele? Ainda mais nesse tom!

A mãe de Elena era uma mulher bonita e muito elegante, com grandes olhos azuis e uma pele pálida. Ela tinha uma expressão rígida que lembrava a Klaus sua própria mãe.

Elena olhou para Klaus, indiferente.

- Klaus, esta é minha mãe, Isobel Saltzman.

- Como vai Sra. Saltzman? Assumo total responsabilidade pela escolha de Elena, ela só estava procurando me agradar.

O olhar surpreso no rosto de Isobel quando Klaus, cheio de charme e carisma, se inclinou em sua direção e estendeu a mão, despertou em Elena uma vontade imensa de rir. Aquele não era o tipo de homem que a mãe ou quem quer que fosse imaginara, um dia, encontrar ao lado dela. Klaus era a imagem perfeita de um homem de negócios, de sucesso, independente e elegante. A agência mandara alguém como ela havia solicitado. E pela primeira vez, desde que encontrara Klaus, Elena se deu conta de que a decisão de empregar um artifício daquele se justificara. Sorrindo felinamente, Elena decidiu aproveitar o máximo possível a presença de Klaus sem se importar com o fato de que todo aquele fascínio era falso. Ela era a noiva abandonada que surgia no casamento do traidor com um partido muito melhor, um homem mais bonito que Stefan e, aparentemente, mais rico também. Pena que tudo fosse uma farsa.

- Klaus ama azul, mamãe.

Elena mal conseguia conter o sorriso de satisfação quando percebeu que não só sua mãe, mas várias pessoas ao redor, agora observavam o que acontecia, inclusive um homem que se aproximava, seu pai. Ela e Klaus eram o centro das atenções, de um modo que não era ruim.

O acompanhante - KLENAOnde histórias criam vida. Descubra agora