Capítulo XXVIII
Depois do jantar, Klaus também ficou pensativo. Enquanto voava para a Inglaterra, ele refletia sobre os últimos acontecimentos...
A forma gentil com que sua irmã e Marcel tratavam Elena era bem diferente da forma como ele a tinha tratado desde que se conheceram. E agora tinha Hayley, quem não escondia seu descontentamento com a presença de Elena na casa. Os empregados eram neutros, exceto Mathilde, que sempre o alfinetava quando podia, falando sobre como aquela situação era imprópria. Ele a ignorava. Mas ele sabia que ela gostava de Elena, mais do que de Hayley.
Mas agora, além da fiel empregada, Klaus tinha que ouvir sua irmã fazendo comentários sobre as ações dele. E ele não conseguia entender que Rebekah parecia tivesse restrições com Elena, mesmo sabendo da história dela com Elijah. Para ele isso era uma falta gravíssima de caráter dela, e ele não conseguia enxergá-la de uma forma diferente. Mas para sua irmã, Elena era apenas uma jovem grávida, que tinha que se adaptar a sua nova realidade e agora fazia parte da família. Isso era uma coisa que o surpreendia. Rebekah nunca foi de fazer amizades facilmente, mas com Elena, parecia uma coisa natural. Talvez fosse devido a gravidez, ele pensou.
Sobre a gravidez, Rebekah estava certa em suas acusações. Embora ele quisesse cuidar de Elena e garantir que ela e a criança tivessem tudo, ele não se envolvia como um pai faria, como Marcel fazia. Ele nunca a tinha acompanhado a uma consulta desde que chegaram a NOLA. Ele preferia ligar para o médico depois e saber como tinha sido, com a desculpa de que tinha muito trabalho e não tinha tempo. Ele escolhera se manter distante.
Rebekah o fizera enxergar a situação sobre outra ótica e não era uma boa visão. Ele parecia um pai displicente, que tratava a mãe de seu filho como uma pessoa indesejada naquela casa e não se envolvia em nada relacionado ao bebê. Em nenhum momento ele tinha pensado sobre como Elena poderia se sentir sobre isso, sobre como ela se sentia sozinha naquela casa, excluída do convívio dele e de Hayley, apenas com os empregados.
Klaus nem tinha percebido que sua distância de Elena era tão evidente que Rebekah em uma noite percebeu. Ele queria a criança, mas agora ele via o quanto ele tinha negligenciado tudo o que dizia respeito ao bebê. Ele não tinha se preocupado com o quarto da criança, a coisa mais óbvia a se pensar quando se vai ser pai. Klaus nem se preocupou em preparar um lugar para receber seu filho ou filha. Ele não poderia culpar apenas o trabalho por isso. Ele se sentiu mal.
O problema da distância dele era Elena. Embora ele a julgasse mal, o que ele não admitia a si mesmo, era que ele queria estar mais perto dela. Ele ansiava por senti-la, tocá-la... Mas ele não se permitia, porque isso despertava nele o incômodo desejo de beijá-la e muito mais do que isso. A atração que ele sentia por ela era intensa e mesmo distante não diminuiu. Isso lhe causava repulsa. Ele não queria continuar sentindo aquilo pela ex-amante de seu falecido irmão. Ele havia se divertido com ela uma vez e bastava, aquele desejo não devia continuar. Mas ali estava, enraizado nele como uma praga, e aquilo o perturbava a ponto de ele se afastar de seu bebê.
Klaus tinha medo de se aproximar dela, de se deixar levar pelas vontades físicas e acabar sentindo algo por ela. Hayley o tinha advertido de que ele seria um tolo se quisesse brincar de família feliz com Elena, considerando que ela era capaz de virar a cabeça de um homem, de seduzi-lo apenas para subir na vida, como ela fizera com Elijah. Sua noiva o tinha advertido, e convencido, a fazer um exame de DNA assim que a criança nascesse. E movido pelos pensamentos negativos que ele tinha em relação a Elena, ele se deixou levar.
No entanto, Klaus ficava confuso quando estava próximo a Elena. A imagem que ele tinha dela era muito diferente da Elena que ele via quando a observava, ou quando Marcel falava sobre as coisas que ele sabia que ela fizera pelo Hospital enquanto assistente de Elijah. Ele ficava em dúvida sobre quem ela era de verdade. Estaria ele enganado quando a julgava uma interesseira?
Elena parecia uma jovem doce e compassiva, inocente e amorosa, mas ele julgava saber como ela era na verdade e se recusava a acreditar nessa Elena boa que ele via. Para ele, ela estava apenas atuando. Ele preferia pensar assim, porque se ele acreditasse que Elena era essa pessoa que ele enxergava as vezes, ele tinha certeza de que se apaixonaria por ela. Ele não queria isso.
Klaus era um homem prático, cujo pensamento em relação ao amor era que esse sentimento era uma fraqueza. Ele vira o casamento de seus pais, a infidelidade de sua mãe. Ele fora fruto disso. Seu mais honrado irmão, Elijah, também traíra a esposa com Elena, e isso para Klaus era uma prova de que não havia amor verdadeiro. Para evitar transtornos, era melhor um relacionamento de benefícios, de conveniência para ambas as partes, como ele tinha com Hayley. Ele não a amava, nem mesmo estava apaixonado por ela, mas era ela bonita, rica, inteligente e ambiciosa, como ele. Assim, para se manter afastado de Elena, ele ficava cada vez mais próximo de Hayley.
Mas, apesar de tudo o que ele pensava ou sentia por Elena, ele não podia negligenciar seu filho. Embora Hayley tivesse pedido para ele não se envolver enquanto não confirmasse a paternidade da criança, ele não podia fazer dessa forma. Se fosse seu filho, ele se arrependeria bastante de ter ficado longe durante toda a gravidez. Assim, Klaus decidiu que quando retornasse da Inglaterra, agiria diferente em relação a seu filho. Ele iria participar mais e estar presente, como Marcel fazia por sua irmã. Ele iria providenciar o quarto da criança, ia acompanhar Elena nas consultas, ia comprar um enxoval para o bebê. Klaus sorriu satisfeito com sua decisão.
Em NOLA, Elena também estava tomando uma decisão depois de Klaus e a noiva terem viajado para a Inglaterra na segunda-feira. Ele nem sequer se despediu de Elena, e isso a deixou muito triste. Ela percebeu, mais uma vez, que não tinha importância para ele. Então, ela decidiu não se importar também, e focar toda a sua energia no bebê.
Se Klaus não queria se envolver, azar o dele. Se ele queria se casar com Hayley, ele que fosse feliz com ela. Ela não iria mais esperar por ele, não iria mendigar atenção. Ela teria um filho com ele e isso era tudo, a vida seguiria seu curso sem Klaus Mikaelson.
No momento, ela precisava fazer o que pudesse para que seu filho fosse bem recebido ao nascer, desde preparar um quarto, até se preparar para o parto, como Rebekah dissera a ela. Não havia preparado nada e nem se preparado para a maternidade. Elena notou que tinha se negligenciado.
Ela não precisava de Klaus, ela não dependia de Klaus. Melhor seria se ele a deixasse ir embora para a casa de seus pais. Assim ele não precisava evitá-la. Mas como ela sabia que embora ele estivesse distante, ele dificilmente a deixaria partir, ela precisava encarar sua realidade e fazer o melhor com ela.
Conversar com Rebekah lhe abriu os olhos e fez perceber que ela tinha que ser mais forte, por seu filho, que tinha de estar mais feliz e empolgada, como Rebekah. Ela não podia deixar que seus sentimentos por Klaus interferissem em seu humor ao ponto de ela também negligenciar seu filho.
Elena estava feliz com a chegada de Rebekah ao abbatoir. A presença da outra mulher seria uma distração para Elena, uma inspiração e uma diversão. Ela tinha certeza de que tudo sairia bem com a loira. Elena já as considerava amigas. Ela aproveitaria a companhia de Rebekah para fazer o que uma mãe deve fazer por seu filho, para preparar o berçário, o enxoval, fazer o curso para o parto e tudo o mais que a loira indicasse. Ela compartilharia com Rebekah todas as suas dúvidas e incertezas sobre a maternidade, seria bom ter alguém com quem conversar.
Claro que Elena poderia ligar para Bonnie, mas ela não queria preocupar a amiga ou sua família. Ela se metera naquela situação e tinha que arcar com as consequências. Rebekah conhecia sua realidade, então era mais fácil lidar com ela.
Pelo menos, ela tivera sorte por Rebekah simpatizar com ela e apoiá-la, ela não tinha certeza se aguentaria mais uns meses naquela casa sozinha e menosprezada por Klaus. Ela tinha que ignorá-lo e seguir em frente. Ela tinha que suprimir aqueles sentimentos que ela tinha por ele, masoquistas e tolos sentimentos.
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O acompanhante - KLENA
FanfictionO casamento seria um grande evento social e Elena não poderia enfrentá-lo sozinha. Sem coragem para assistir seu ex-noivo casar com uma de suas ex-melhores amigas, ela contratou os serviços de uma agencia e, assim, obteve um acompanhante, Klaus, que...