Capítulo 7

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CAPÍTULO VII

Ainda observando Klaus partir, Elena mal se deu conta da presença de Caroline a seu lado. A noiva foi direto ao assunto, os lábios trémulos de raiva:

- Eu deveria ter imaginado que você tentaria arruinar meu dia.

Elena encarou-a sem saber o que dizer ante uma acu­sação tão absurda.

- Por que eu faria uma coisa dessas, Caroline?

A última coisa que Elena queria, naquele momento, era uma cena desagradável, percebendo que as pessoas que ainda estavam na festa olhavam para elas com curiosidade.

- Como se não soubesse! Imagino que não te­nha notado que Stefan não tira os olhos de você.

- Não, não notei. Klaus me distrai o tempo todo. - Disse Elena com um sorriso complacente.

- Não acredito que você esteja com esse homem, você é tão insignificante! Ele parece bom demais para você, para se interessar por alguém como você!

- Alguém como eu?

- Sim Elena, patética e dramática.

- Já que sou assim, por que você se preocupa?

- Porque Stefan parece ser idiota o suficiente para permanecer interessado em você.

- Pois não se preocupe, de minha parte eu não tenho o menor interesse nele.

- Você veio assim para chamar atenção dele, eu sei. Esse vestido, esse cabelo e maquiagem. Nem parece você com essa produção! Você é sempre tão sem graça. Mas devo dizer que você não tem corpo apropriado para usar este tipo de roupa.

- Então, imagino que Stefan só esteja abismado com minha falta de bom gosto - respondeu Elena a ponto de perder a paciência. - Ouça Caroline, você já está casada com Stefan, não era o que queria?

- Desde a primeira vez que o vi.

- Então. Podes voltar para seu marido e ficar tranquila quanto a mim.

- Você roubou ele de mim uma vez Elena, não vai fazer isso de novo.

- Não tens motivo para se preocupar, Caroline. E eu não roubei Stefan de você, vocês não tinham nada quando eu e ele começamos a namorar. Mas não importa. Não tenho a mínima intenção de roubar seu marido. Não estou sozinha, lembra-se?

- Muito me admira, Elena! Klaus ainda não descobriu que você é frígida? - Os olhos da loira brilharam com malícia, e ela riu. - Stefan me disse que estar com você era como dormir com uma estátua. Não estou preocupada com meu marido, só não queria que você fizesse papel de tola.

Com um sorriso triunfante, Caroline se afastou, as longas saias do vestido farfalhando no piso de mármore.

Elena surpreendeu-se com seu autocontrole. A flecha de maldade lançada pela ex-amiga atin­gira direto o alvo, causando uma insegurança em Elena. Seria por isso que ela tinha sido trocada, porque não fora boa na cama para Stefan?

- Você parece pálida. Está tudo bem? - Klaus retornara com uma xícara de café fumegante.

- Desculpe-me, o que disse? - Elena perguntou, enquanto pegava a xícara e tomava um gole de café.

- A conversa com a noiva deixou-a arrasada?

- Não tenho a mínima intenção de comparti­lhar o conteúdo vil da conversa com Caroline. Agora se me der licença, preciso ir ao toalete retocar a maquiagem. - Disse Elena devolvendo a xícara de café para Klaus.

O homem não pôde deixar de admirar a expressão de­terminada que se destacava no rosto delicado, além do olhar duro. Elena Gilbert era uma mulher que tinha coragem, e que não se deixaria intimidar por outra mulher. Pelo menos exteriormente.

Quando Elena retornou do banheiro, a noiva estava pronta para deixar o salão para a noite de núpcias. Todos os convidados que restaram estavam para o ritual da despedida dos noivos, quando Caroline encarou Elena com olhar de triunfo e malícia.

Lembrando-se de sua conversa com Stefan durante a recepção, Elena quase sentia pena de Caroline, com ênfase para o "quase", porque depois da conversa que tiveram e todo o veneno que a loira destilara, Elena não se sentia muito generosa. Ela manteve fixo o olhar no rosto maldoso da ex-amiga.

Elena observou quando as jovens solteiras se reuniam para pegar o buque que Caroline lançaria. Ela viu várias pessoas olharem para ela, esperando para ver se ela iria também, mas Elena apenas ignorou todos, desviando o olhar pelo salão. Ela foi trazida de volta quando ouviu os gritos das mulheres, indicando que o buque fora lançado, e foi surpreendida pelo arremesso certeiro da noiva, que jogou, de propósito, o buque em sua direção. Elena pegou o ramalhete antes que ele atingisse seu rosto, um bonito buque de rosas brancas, e fez força para não chorar, sobretudo quando notou que os outros convidados riam e comentavam em voz baixa.

Klaus a enlaçou pela cintura, forçando-a a encará-lo. Ele a olhava intensamente e se inclinou, depositando um beijo em seus lábios. Elena fechou os olhos, sentindo conforto naquele gesto, o corpo todo aquecido. Parecia que ele tinha a intenção de salvá-la de uma humilhação, e a julgar pelos aplausos que ouvia, ele conseguira. Ela estava grata a ele.

- Acha que notariam se eu me recolhesse sem me despedir? - Elena perguntou com a voz falhando. Havia ficado emocionada com o contato tão próximo de Klaus.

- Tenho certeza de que todos notariam se nós nos recolhêssemos. - Klaus mantinha nela um olhar penetrante. Elena suspirou.

- Vamos apenas agradecer aos anfitriões e subiremos em seguida. Estou com muita dor de cabeça.

- Pelo visto, está sendo torturada pela ressaca.

- Não vi você beber muito...

- Não costumo beber vinho, prefiro whisky. Tomei apenas uma taça a noite toda.

Klaus não deu tempo para Elena dizer mais alguma coisa. Segurando-a com força ele foi guiando-a para o grupo de pessoas que se despediam dos noivos. Após as breves despedidas, Elena e Klaus seguiram para o quarto indicado por Liz.

- Acho que agora já podemos deixar de repre­sentar: livre-se disto.

Elena franziu o nariz, desgostosa ao colocar o buque nas mãos de Klaus.

- Mas ele é um sinal de que se casará em breve, não é?

- Impossível.

- Acho que está desafiando o destino, amor. Ou devo chamá-la de srta. Gilbert, agora que meu papel de acompanhante oficial terminou.

- A única coisa que deve fazer é ficar em silêncio. Tive um dia terrível e não estou com a mínima vontade de ficar conversando.

Quando chegaram ao quarto indicado, Elena agradeceu por não ser ao lado do de Stefan, mas era no mesmo corredor. Ela conhecia aquela casa como ninguém, aquele era o quarto de hospedes, espaçoso e impessoal.

Elena tirou os sapatos e deitou-se na cama de casal, pretenden­do descansar por algum tempo. Através dos olhos semicerrados, notou que Klaus se esticara no sofá, bom o bastante para aco­modá-lo. Ela sabia que devia oferecer-lhe a cama para que ele descansasse, mas manteve a boca fechada. Um pouco de desconforto não faria mal a ele, pensou, ainda abalada pelos comentários ruins que ele fizera sobre ela durante a noite.

- Bem, vou cochilar um pouco, Klaus. - Elena bocejou.

O dia para ela fora mais estressante do que antecipara e as pálpebras estavam pesadas. Resolveu relaxar antes de voltar para Withmore, como Klaus lhe dissera. Ela sabia que ele não tiraria proveito da situação.

Alguns segundos depois ela caiu em sono profundo e não percebeu quando uma coberta foi estendida por cima dela.

O acompanhante - KLENAOnde histórias criam vida. Descubra agora