CAPÍTULO X
Através da enorme janela, avistava-se parte da cidade, uma visão deslumbrante. Elena, entretanto, não deu atenção ao panorama. Um rapaz alto, de costas para ela, parecia perdido em pensamentos. Ele tinha por volta de um metro e oitenta de altura, e um corpo magro e definido debaixo do terno que usava. Os cabelos loiros sujos e o cheiro de perfume amadeirado fizeram com que Elena empalidecesse. Ele não precisou virar-se para Elena ver quem era. Ela até sabia a cor dos olhos dele e que ele tinha covinhas quando sorria.
A sala girou ao seu redor enquanto Elena esforçava-se para respirar, vendo pequenos pontos pretos dançando a sua frente e ouvindo um barulho, como o do mar ecoando em seus ouvidos. Confusão, descrença e um certo terror assolaram-na. O que via era impossível.
Klaus virou-se para fitá-la e o pouco de cor que ainda restava no rosto de Elena se extinguiu. Todos os sintomas clássicos de um choque, pensou ela, à beira da histeria. Elena sentia que ia desmaiar. A vertigem tomava conta do corpo dela.
- Bom dia, srta. Gilbert. - A voz macia não era uma alucinação, tampouco o olhar brilhante e frio. - Sente-se!
Klaus deu a volta pela enorme mesa de carvalho, colocando uma cadeira atrás dela. As pernas bambas de Elena cederam ao peso do corpo no mesmo instante, e ela sentou-se. Não podia ser, Klaus não podia ser seu novo chefe. Quem era ele afinal? Elena tinha certeza que seria demitida.
- Quem é você?
- Niklaus Mikaelson, irmão de Elijah Mikaelson. Sou o novo Diretor.
Elena o encarou como se não acreditasse.
- Como? – Ela perdeu a voz confusa.
- Surpresa em me ver de novo? – Ele sorriu fazendo as covinhas aparecerem, dando um aspecto mais suave a expressão dura que ele trazia.
- Você sabia que ia ocupar este cargo e que eu estaria aqui? – Elena questionou.
- Posso ver como progrediu tão depressa, é uma garota inteligente.
- Como sabia da agência?
- Eu não sabia, fui vê-la porque queria conhecer a mulher que era indispensável a meu irmão.
- Como foi então que... Deixou que eu pensasse... Sabia que...
- Foi você quem deduziu que eu era o cara contratado para acompanhá-la.
- Mas você deixou que eu continuasse enganada.
- Eu queria conhecê-la e essa pareceu uma ótima oportunidade. O que se provou verdadeira.
Elena não sabia o que dizer, estava estupefata. Klaus fizera-a de tola de tal maneira que Elena ainda não conseguia imaginar todas as implicações que aquilo acarretaria. Ele a seduzira a sangue-frio, ele sabia o que estava fazendo, ele mentira para ela. Um gemido de desespero escapou de seus lábios.
Durante as últimas quarenta e oito horas ela tivera oportunidade de desprezar, mais de mil vezes, a falta de autocontrole e sua incapacidade de resistir ao impulso primitivo que a lançara nos braços de Klaus. Agora, também sentia-se péssima por ter sua vulnerabilidade exposta àqueles impiedosos olhos azuis esverdeados e por tudo que compartilharam. Ela pensou que depois de tudo o encontraria novamente, mas esporadicamente e por aí pelas ruas. Elena não estava preparada para vê-lo ali no seu local de trabalho, e menos ainda, como seu chefe.
Fechando os olhos para conter as lágrimas que queriam se formar, ela pensou que aquilo era o que merecia por haver abandonado todo o seu idealismo e todos os seus princípios por um breve momento de prazer intenso, um encontro casual. Ela não era assim, nunca fora, não entendia o que ele tinha que a fez esquecer de quem era para entregar-se a ele.
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O acompanhante - KLENA
FanfictionO casamento seria um grande evento social e Elena não poderia enfrentá-lo sozinha. Sem coragem para assistir seu ex-noivo casar com uma de suas ex-melhores amigas, ela contratou os serviços de uma agencia e, assim, obteve um acompanhante, Klaus, que...