Capítulo 14

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CAPÍTULO XIV

O jantar prosseguiu e em dado momento Klaus inclinou-se sobre a mesa. Ele a olhou nos olhos por um breve momento, antes de seu olhar ir descendo até a elevação dos seios de Elena. As grandes e hábeis mãos se fe­charam, e os nós dos dedos esbranquiçaram. Elena percebeu que ele tentava se conter e então uma excitação ilícita quase sufocou Elena, que se imaginou sendo acariciada por aquelas mãos. Naquele sensual, suspeitou que a imaginação de Klaus estivesse seguindo o mesmo rumo.

- Sentimos um pelo outro um apelo selvagem Elena, não tente negar. Temos sorte de perceber isso, assim podemos definir uma relação favorável para ambos e evitar um sofrimento futuro.

Aquela repentina referência à situação deles a deixou perplexa.

- Não sei do que está falando, mas não tenho a mínima intenção de manter uma relação, selvagem ou o que quer que seja, com você.

O sorriso feroz que ele esboçou em resposta ao comentário que Elena fizera abalou-a.

- Talvez eu não tenha sido bom o suficiente para você na cama, querida.

Elena enrubesceu diante dos olhos azuis, paralisantes e inquisidores.

- O quê? Quer que eu dê uma nota a seu desempenho? – Ela perguntou perplexa.

Klaus se mexeu na cadeira e puxou com força a gravata de seda que usava. Aquilo, ao menos, demonstrava que não se sentia totalmente seguro e Elena não pôde deixar de se sentir poderosa por um momento.

- Por que prefere continuar fingindo que nada aconte­ceu entre nós? Você estava lá naquele quarto, você quis tanto quanto eu.

- Não aconteceu nada de maior importância - Elena respondeu, inflexível.

- Não confunda importância com desejo, Elena.

- Desejo?

- Só estou frisando o que ambos já sabemos, o que sentimos um pelo outro - continuou, inexorável.

- Certo. Desejo. Estamos falando sobre uma única noite, Klaus. Estivemos juntos uma única vez e até onde lembro, não estou ansiosa para estar na mesma cama que você novamente. Foi uma noite muito boa, mas não marcante a ponto de me fazer perder o sono e ansiar desesperadamente estar com você de novo. Pode ser chocante, mas nada de errado aconteceu em minha vida antes de conhecê-lo que você tenha transformado a ponto de eu não conseguir ficar sem você. - Elena tinha posto a máscara de indiferença com louvor, mas ela sabia que boa parte do que dissera era mentira.

- Com certeza! Sua vida deve ser tão perfeita que você pre­cisou de um acompanhante para salvar sua pele. Deve ter exasperado o Salvatore com suas in­fidelidades a ponto de afugentá-lo. O rapaz estava louco por você, todo mundo percebeu isso no casamento. Ele estava casando com outra mulher, mas querendo você na cama dele!

- Não estava! Para sua informação, Stefan acha­va que eu era frígida. - Elena fechou os olhos e, sem perceber, gemeu pela dor e amargura que sentira ao fazer aquela confissão.

- Verdade? - Klaus meneou a cabeça. - Que interessante!

- Estou cansada de suas ironias! – Elena suspirou.

- Você se apai­xonou por aquele sujeito porque ele tinha todas as qualidades que achava essenciais? Acreditou nele quando a acusou de frigidez?

- Stefan e eu namoramos a algum tempo, tínhamos planos de nos casarmos, eu o amava e então o que esperava que eu fizesse? Eu tinha que acreditar nele. – "Até porque ele foi o único homem que tive antes de você", Elena acrescentou mentalmente, incapaz de pronunciar em voz alta e ser vítima de mais ironias de Klaus.

O acompanhante - KLENAOnde histórias criam vida. Descubra agora