Capítulo 2

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CAPÍTULO II

Elena dirigiu até Mystic Falls, onde seria realizado o casamento. Klaus, no banco de passageiros, ia em silêncio, pensativo. Elena ia se perguntando sobre como seria a reação de todos quando a vissem, ainda mais acompanhada. Isso a fez lançar um olhar para Klaus de soslaio, admirando a beleza do homem ao seu lado.

Meia hora depois, Elena estacionou em frente a Mansão Salvatore. Enquanto Elena desligava o carro e pegava sua volta, Klaus deu a volta e abril a porta para ela, estendendo a mão para que ela pegasse. Aquele gesto surpreendeu Elena, ela não esperava, do mesmo modo que a fez lembrar de como Stefan fazia aquilo.

Nervosamente eles caminharam em direção as portas da mansão de mãos dadas, o coração de Elena batendo apressadamente. Antes que pudessem bater, a porta se abriu e um homem os fez entrar, indicando que deveriam se dirigir ao quintal. O casamento seria lá fora, próximo a floresta, em um lugar que Elena imaginara diversas vezes que abrigaria o seu casamento com Stefan.

Enquanto passava pelos cômodos da mansão, diversas recordações tomavam conta de Elena. Lembranças de seu relacionamento com Stefan, de vários momentos que viveram juntos, vieram como uma enxurrada. Suspirando, Elena apertou um pouco mais a mão de Klaus sem se dar conta. Ele a olhou de soslaio. Assim que eles chegaram a área externa, foram iluminados pelos flashes das câmeras que registravam tudo para os noivos. Era junho e era verão, o sol brilhava. A decoraçao estava linda.

- Acredito que seremos o assunto deste casamento – murmurou Elena quando viu algumas cabeças se virarem em sua direção – Ouso até dizer que amanhã seremos a fofoca da cidade.

- Não fique pensando nisso, não importa o que os outros pensem! – disse Klaus sorrindo para ela – E não esqueça de sorrir se quiser que isso funcione.

Elena imediatamente sorriu para ele, embora seu coração doesse.

Klaus já vira outras moças atraentes e lindas, é claro. Também sentira atração instantânea por alguma dessas mulheres, mas nunca experimentara antes aquele desejo imediato e urgente de tocar, de possuir uma mu­lher de uma maneira tão intensa como aconteceu com Elena. Aquele instinto primário fora despertado depois que Elena lhe deu a mão. Imediatamente ele sentiu um calor se espalhar por seu corpo. Seus músculos todos estavam tensionados, mas ele se obrigou a fazer o cérebro funcionar com racionalidade. Precisa­va controlar a reação de seus hormônios, levava algum tempo sem ter uma mullher na cama, mas nao era pra estar desse jeito.

- Stefan e eu namoramos desde o ensino médio, desde o primeiro ano, quando ele mudou para cá. Caroline o conheceu primeiro e se sentiu atraída por ele, mas ele demonstrou ter interesse por mim desde que nos vimos. Foi uma coisa instatânea. Pensei que estava tudo bem até que ele me dispensou há dezoito meses – disse Elena a uma distância segura de ouvidos curiosos – Caroline e ele apareceram juntos três dias depois e eu tenho certeza que de não aconteceu como num passe de mágica.

- Acredita que Stefan estava te traindo?

- Tenho certeza.

- Caroline era sua amiga?

- Sim, uma das melhores. Eu, ela e Bonnie crescemos juntas aqui e somos amigas desde o jardim de infância. Ou pelo menos eu pensei que com Caroline fosse assim.

- Porque veio a este casamento se isso é tao doloroso para você?

- Eu tenho meu orgulho. Cansei de ser a pobre Elena.

- Quer dizer, você não suportaria os olhares piedosos e sussurros maldosos.

- Acertou. Você já passou por alguma situação parecida?

- Não em relaçao a relacionamentos, mas em uma ou outra ocasião já. – Klaus respondeu enigmático.

- Alguma coisa temos em comum pelo menos! – Elena sorriu irônica.

- Você não tem um namorado de verdade?

- Não, depois de Stefan eu fiquei focada no trabalho e nos estudos. Eu nao me dispus a conhecer pessoas novas ou sair com elas.

- Duvido que ninguem tenha ido até você.

Elena o encarou surpresa por aquele comentário. Talvez ele a chasse bonita, ou talvez só estivesse sendo gentil, ela pensou.

- Recebi alguns convites, mas como eu disse, eu nao estava disposta, então recusei.

- Entendo, seu coraçao está fechado.

- Podemos dizer que sim.

- Recorrer a uma a uma agência de namoro pareceu a opção mais fácil.

- Sim Klaus. Eu não poderia vir a um casamento num primeiro encontro, não parece ser a melhor coisa a se fazer. - Ela disse sorrindo. Klaus sorriu de volta – Uma pessoa estranha, acostumada a algo assim, pareceu a saida ideal. Assim, você é um truque para salvar minha pele - confessou.

Elena estacou quando viu a área reservada para a celebração. Ela sonhara em casar ali mesmo, do mesmo modo, com Stefan. Caroline roubara, não apenas seu namorado, mas sua ideia de casamento. Agora ela teria de esboçar seu melhor sorriso quando a ex-melhor amiga desempenhasse o papel que tanto desejara para si.

- Não se torture Elena – Disse Klaus apertando a mão dela e sentindo compaixão pela mulher ao seu lado.

- Não irei mais me torturar - Elena disse com firmeza ao sentir a emoção aumentar, quase sufocando-a. - Não tenho a intenção de me deixar consumir pela autopiedade, apesar da grande dor.

- Então proponho que hoje sejamos apenas eu e você, Klaus e Elena, um homem e uma mulher.

- Mas é só uma encenação Klaus – Ela disse olhando-o nos olhos.

- Então vai ser a melhor de nossas vidas.

Elena sorriu e eles se perderam mais uma vez nos olhos um do outro.

- Fingiremos estar juntos a algum tempo, mas o que acontecer hoje não será uma mentira. Eu quero estar nisso com você Elena. – Klaus disse com intensidade.

- Por mais louco que isso seja, eu também. – Elena sussurou.

Klaus deu um passo a frente e a envolveu pela cintura.

- O quê...

- Convidados para o casamento, às dez horas - Klaus cochichou ao ouvido dela.

Para dar mais realidade à farsa Klaus beijou-lhe o pescoço delicadamente e por alguma razão, Elena fechou os olhos enquanto um arrepio percorria-lhe a espinha. Piscando, ela afastou-se e olhou dentro dos olhos azuis de Klaus. Profundos lampejos irradiavam dos cantos, e os cílios castanhos e espessos contrastavam com o bri­lho claro. Não se tratava de olhos apenas arrebatadores, davam a impressão de inteligência e humor.

- Elena! É você, querida? Não lhe havia reco­nhecido. Eu e Bill estávamos falando a seu respeito.

Elena mordeu o lábio e assentiu, ficando ao lado de Klaus.

- Liz, Bill, este é Klaus - Elena apresentou, triunfante, como um mágico quan­do tira o coelho da cartola. – Klaus, querido, estes são Liz e Bill Forbes.

Klaus percebeu que estava sendo examinado com minúcia pelo casal a sua frente. Ele entrelaçou os dedos nos de Elena e continuou:

- Estou falando com os pais da noiva, querida?

- Os próprios.

Elena estremeceu ante a menção da palavra "noiva". Caroline, a querida amiga, esperara a opor­tunidade perfeita e se atirara sobre Stefan sem pudores. Elena sempre soubera que a loira cobiçava seu namorado desde quando o conhecera, no entanto, tinha uma confiança ina­balável de que Stefan nunca nem mesmo olharia para qualquer outra mulher. E também tinha esperança de que Caroline voltasse sua atenção para outro rapaz da cidade. Fora aquilo o que mais a deixara arrasada. Assim que Stefan teve a chance, fez muito mais do que apenas olhar para Caroline. E sua amiga, se atirou sobre Stefan sem nem considerar os sentimentos de Elena.

- Vamos indo? Acredito que o casamento está para começar. - Sugeriu Klaus e o pequeno grupo caminhou até a porta aberta, com Liz e Bill indo cochichando à frente.

O acompanhante - KLENAOnde histórias criam vida. Descubra agora