Capítulo 15

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CAPITULO XV

Após a discussão no restaurante, Klaus e Elena não mais se viram ou se falaram, o que acabou amenizando os boatos sobre um relacionamento entre eles no hospital. No dia seguinte, Elena pediu demissão, entrando no período de aviso prévio. Ficaria trinta dias no hospital e, então, estaria livre da presença de Klaus para sempre.

Pensar sobre deixar o hospital sempre deixava Elena melancólica. Ela adorava aquele lugar, adorava seu trabalho, mas sabia que não seria a mesma coisa depois da morte de Elijah. Ela ainda não entendia o fato de ele ter deixado algo para ela, mas era grata pela intenção dele. Elijah era um homem honrado. Sentia falta de seu amigo e tutor.

Klaus viajara para a França e quando retornou ao hospital, fez de tudo para evitar a presença dela, exigindo que ela concluísse o relatório e enviasse para ele pela secretária. Elena fez como ele pedira, sentindo-se de certo modo, aliviada por não ter que suportar os insultos dele.

Quando Elena terminou o relatório, ela deixou-o junto com todos os documentos necessários para que Klaus avaliasse. Havia descrito todo o projeto perpetuado por Elijah, nada ficara de fora. Além de ter reunido todos os dados e informações que julgara pertinente. Terminada sua missão, ela foi para seu apartamento, aguardando qualquer chamado para modificar alguma coisa no relatório. Ela nunca foi chamada, e os dias foram passando.

Na ultima semana de Elena no Hospital de Whitmore, Marcel Gerard foi declarado oficialmente o diretor, e houve uma festa para celebrar. Elena pensou em falar com ele sobre uma possível permanência ali, em um cargo correspondente a seu nível atual de estudos, talvez uma estagiária, mas desistiu quando lembrou que ele era cunhado de Klaus, e que ele sabia dos boatos sobre ela e Elijah. Inclusive havia comentado sobre na vez que se encontraram no restaurante.

No dia do evento da diretoria, Elena cogitou não comparecer. Ela sabia que Klaus estaria lá e não queria vê-lo. Ela ponderou durante todo o dia, mas por fim, decidiu comparecer. Vestida formalmente, com vestidos pretos na altura dos joelhos, e alças grossas, sem decotes, além de uma maquiagem sóbria e neutra, Elena chegou ao evento, meia hora depois da hora marcada para o início. Bonnie a acompanhava. Embora estivesse saindo do hospital, queria deixar uma boa impressão e sair dignamente.

Elena logo foi cumprimentada pelas colegas de trabalho, passando a conversar com elas sobre as mudanças que estavam acontecendo. Passados trinta minutos, Elena conversava alegremente com Bonnie e Camille quando Klaus chegou, fazendo uma entrada triunfal. Ele estava acompanhado de uma bela jovem, que se agarrava a ele e o olhava com adoração. Era uma mulher muito bonita, com cabelos castanhos e olhos esverdeados, bem vestida e sensual. Rebekah e Marcel vinham logo atrás de Klaus, e Elena notou a familiaridade com que eles tratavam a companheira de Klaus. Ela não conseguia tirar os olhos dos irmãos Mikaelson enquanto eles se encaminhavam para o local onde um pequeno palco havia sido montado. Ela não tirou os olhos de Klaus quando ele começou seu discurso.

- Obrigado a todos por estarem aqui. É uma honra dar prosseguimento ao que meu caro irmão construiu. Elijah foi um homem e médico extraordinários e seu legado merece ser conservado, bem como ampliado. Nesse mês em que estive aqui, pude conhecer o funcionamento do hospital e suas necessidades, e isso me levou a tomar uma decisão. Decidi que não poderia fazer algo melhor ou igual ao que Elijah fez, mas encontrei alguém a altura. Embora ele não seja médico, é um ótimo gestor, o melhor que já conheci. Então é com muita honra que deixo o hospital nas mãos de Marcel Gerard, além de o melhor profissional, também um membro da família. O que vai garantir a sua máxima dedicação. Um brinde a mudança!

Elena se perguntou se todos estavam de fato brindando aquela situação, se eles realmente aceitavam a decisão de Klaus. Enquanto olhava para seus colegas de trabalho, percebeu que eles pareciam encantados pelas palavras de Klaus, assim como as de Marcel, que proferiu seu discurso de agradecimento após Klaus. Estava feito, Marcel era o novo gestor e Elena estava demitida.

Elena se sentiu triste, e um enorme desejo de fugir dali o quanto antes se apossou de seu ser. Ela estava pensando em como deixar o local sem ser vista, quando Liam Davis se materializou ao seu lado. Liam lançava comentários maldosos sempre que tinha oportunidade de estar perto dela.

- Vejo que sua estratégia de ir para a cama com o Mikaelson não deu certo Gilbert. Eu lhe avisei que dessa vez ia ser diferente! Sua noiva é uma mulher maravilhosa em todos os sentidos, ele não perderia tempo com uma vadia como você!

- Por que você se importa tanto comigo? Eu estou deixando o hospital em dois dias e espero nunca mais vê-lo em minha vida, então, me deixe em paz! – Elena respondeu com raiva, caminhando apressadamente até o banheiro.

A declaração de Davis, de que aquela mulher com Klaus era sua noiva fez o estomago de Elena revirar, como aconteceu mais cedo. Ela vomitou tudo o que tinha comido e suspirou quando a ânsia passou, sentindo-se enfraquecida.

- Elena, você está bem? – Bonnie questionou assim que Elena saiu da cabine no banheiro.

- Estou, só estou cansada, não tenho mais paciência para Liam e seus ataques.

- Lamento por isso, ele é um idiota. – Bonnie afirmou enquanto a encarava com uma expressão de pesar no rosto.

- O quê? Que olhar é esse? - Elena perguntou.

- Klaus está aqui com a noiva. Noiva Elena. Como isso aconteceu? Não entendo como ele estava com você semanas atrás e agora está com uma mulher que ele chama de noiva.

- Eles tinham terminado quando ficamos juntos, e tudo entre nós acabou como geralmente acaba. – Elena sentiu necessidade de dar uma explicação a amiga.

- E como você se sente sobre tudo isso?

- Não vou mentir e dizer que estou feliz, mas sei que tudo isso vai passar e logo estarei bem. Alguns dias de descanso e eu serei a velha Elena, sua colega de quarto, novamente.

- Vai voltar a morar comigo na faculdade? – Bonnie perguntou com evidente alegria nos olhos.

- Sim. Desempregada eu não tenho como manter meu apartamento. Além disso, não vou conseguir um emprego que pague tão bem quanto aqui. Então sim, serei sua colega de quarto outra vez. Você me aceita?

- Claro! – Bonnie a abraçou – Não vejo a hora de morarmos juntas outra vez. Senti muito a sua falta.

- Isso é bom, porque vou me mudar nos próximo dias.

- Eu a ajudo. E você sabe que pode contar comigo para o que for.

- Sim, obrigada Bonnie! Agora preciso ir.

- Avise quando chegar em casa. - Bonnie pediu, compreendendo que a amiga precisava de um tempo.

Quando chegou ao apartamento em que moraria por mais uns dias, Elena chorou. Ela não queria sentir aquilo, mas não conseguia evitar. Não podia suportar passar por tudo aquilo outra vez. O fim de seu relacionamento com Stefan doera tanto, e Klaus, apesar de não terem vivido uma relação verdadeira, fizera o mesmo que seu ex-noivo, a substituíra facilmente. Elena sentiu a rejeição de não ser boa o bastante para nenhum homem. E aquilo doía demais.

O acompanhante - KLENAOnde histórias criam vida. Descubra agora