Escola nova

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Desde os 15 anos meus cabelos haviam crescido. Eles estavam grandes e com mechas roxas. Agora que eu tenho 16 preciso corta-los. Quando criança meu cabelo era curto e durante muito tempo ficaram assim. Agora eles haviam mudado assim como eu também. Teria sido pra melhor ou pra pior?
Simples assim eu os cortei. Estavam repicados até os ombros. 
Lembrei-me que tinha que tomar café com minha tia e depois iríamos a uma escola fazer minha transferência. Depois do café fomos ao nosso destino. Abriram-se os portões da escola de Seattle. Torci o nariz ao me lembrar da antiga escola, onde eu não tinha muitos amigos e aqui não seria diferente.
Caminhei pelos corredores e havia de tudo ali, garotas de nariz empinados me medindo dos pés a cabeça. Até agora não vi ninguém interessante exceto por um garoto empilhado de livros e ele parecia preocupado. Me aproximei:
—Quer ajuda?— ele me olha surpreso.
—Não! Pode deixar eu me viro aqui...—Ele me disse.
—Mais está tudo desordenadamente, vai cair os livros...—insisto.
Quando sinto que vai cair, amparo um. Virei e vi a capa dele. Mãos negra.
—Já ouvir falar desse livro! Já o leu?—perguntei a ele.
—Sim, quer dizer quase, ainda tem muita coisa que não li— percebo olhares sobre nós dois.
Então me viro e vejo um garoto alto, Branquinho, cabelo loiro me olhando feio.
—Sinto te informar, mas esse já é o meu brinquedo.
—É assim que a educação é partilhada nessa hã... Escola?
—Não sei quem você é mas...eu— interrompo ele.
—Estavamos tendo uma conversa particular e você está sobrando!
—Você é tentadora garota! Mais um tanto desinformada. Aqui eu faço minhas normas e regras, sou o filho do dono dessa escola.
Quando me viro o garoto dos livros some me deixando sozinha com esse mala. Me desculpem a palavra. De longe vejo minha tia vindo com o diretor que é o dono da escola.
—Essa é a minha subrinha!—ele estende a mão para mim e eu o cumprimento.
—Oi tudo bom?— não atrevi dizer meu nome. Não quero que esse garoto saiba.
—Seja bem vinda em minha escola! — diz Harrison.
Minutos depois eu e minha tia Benna estávamos saindo da escola. Em pensar que fiz inimigo e isso só por tentar ser simpática com o menino um tanto descuidado. Em especial aquele livro estava me chamando a atenção: Mãos Negra. A noite apenas começava e eu não queria dormir. Durante muito tempo tive sonhos mal compreendidos, noites mal durmidas. Me submeti a tratamentos com psicólogos mas no fim tudo só acabou com calmantes. Como se eu fosse louca ou perigosa tipo isso. Eu sabia que minha vida era envolta de mistérios, mistérios esses que ainda irei descobrir.

Continua...

MalvinaOnde histórias criam vida. Descubra agora