Diferente

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Senti uma mão quente pousar sobre minha cabeça me virei era Thomas para o meu espanto.
—O que faz aqui?—minha voz tremeu.
—Temos que conversar!
Me lembro daquele Thomas no sótão. Esse que estava na minha frente era outro Thomas, mais calmo mais transparente.
—Somos uma dupla por conta da atividade na floresta...eu quero que sejamos o primeiro a percorre a trilha e chegarmos aonde o professor vai instalar as barracas..
—Eu também quero isso!—digo.
Como se esperasse minha resposta ele prossegue.
—O professor vai distribuir algumas mapas com atalhos, se bem que essa área é bem conhecida aqui na cidade não tem como nos perdermos
—Só quero que isso acabe logo e ficarmos livres... —passo a mão no meu rosto.
—Eu também!
Sei que é loucura mas eu olhei nos olhos de Thomas, bem a fundo, eram claros e tinha algo familiar. Não sei da onde mas eu já tinha visto olhos assim em algum lugar. Como se percebesse meu fascínio ele se afastou.
—Qualquer coisa a gente se fala!—ele me saúda e sai.
Me vejo sozinha para falar:
—O que foi isso?!
Já havia passado bastante tempo depois da conversa sinistra com Thomas. Fui de volta para o corredor e pra minha alegria as duas ultimas aulas foram canceladas, parece que o professor de matemática não veio. Vou em direção ao meu armário e vejo Helano e Larry se agarrando bem em cima do meu armário. Eu mereço!
—Com licença, esse é meu armário e preciso pegar minhas coisas...podem se afastar?—digo sarcástica.
—Hã? Estamos ocupados... —Larry também fala sarcástica.
Que ódio!
—Vamos deixar ela pegar as coisas...—Helano falou.
Finalmente eles se afastam. Helano me encarou de uma forma que ai estou suando. Porquê? Larry também percebe.
Ela esbarrou em mim de proposito para que caíssem os livros. E caíram.
—Garota olha o que você fez!—exclamo.
—Eu? A culpa foi sua...
—Porquê não vão para um motel ao invés de ficarem se beijando nos corredores da escola! E eu não tenho culpa de estarem na frente do meu armário.
Ela veio pra cima de mim e eu estava preparada para nocautea-la. Mas Helano a segura pela cintura. Me abaixei para pegar os livros que estavam no chão.
—Deixa ela vamos para minha casa, já encerraram as aulas!—Helano fala no ouvido dela.
Segui andando para fora da escola. Fui andando e andando. O ônibus não passou. Fui a pé para casa. Eu estava mal por dentro. Uma sensação estranha se apossava de mim. Entrei e nem sabia que horas eram. Subi para o quarto e fui logo ligando a torneira da banheira. Precisava de um longo banho. Me sequei e me encarei no espelho, meu reflexo estava com aparência morta, tirei meus olhos daquele ser sem vida que era eu.

Continua...

MalvinaOnde histórias criam vida. Descubra agora