Larry olha para trás, para mim. Ela cochicha algo a Sheron que toca em Rony. Num piscar de olhos a figura do lado da árvore some. Seria ele o tempo todo? Estaria me observando?
-O que foi?-Helano e Rony perguntam ao mesmo tempo.
-Vi alguém ali. -aponto com dificuldade.
-Engraçado! Só você vê as coisas...-Larry me analisa.
-Eu vou lá! -Thomas caminha.
-Não Thomas! Não vá... -alerto.
Thomas se aproxima da árvore que agora está com a feição morta. Em 2 minutos Thomas volta desconfiado.
-Não tem ninguém ali.
-Mas eu vi! Ele deve ter corrido quando gritei...vocês acreditam em mim né?
-Malvina você está cansada! Naturalmente você deve ter tido essa alucinação... -Rony me diz.
Solto a minha mão da mão dele bruscamente.
-Você não acredita!-digo quase chorando.
-Não é isso!-Rony tenta se explicar mas é interrompido.
-Pode ser o assassino do professor Barney. -Helano comenta.
Pelo menos ele entendeu o meu raciocínio. Helano encara todos nós e diz:
-Precisamos nos armar! Quem tiver punhal ou qualquer objeto cortante entreguem a mim e o Rony se quiserem. Iremos atrás desse sujeito.
Vicentt põe a mão em seu punhal escondido com um gesto possessivo.
-Não vou entregar!-ele diz- Esse punhal é uma herança de minha avó. Não posso me desfazer dele...é vocês entendem?
-Claro!-Rony diz.
-De qualquer maneira isso é tudo que tenho!
Thomas tira um revólver calibre 38. Alguns alunos recuam e perguntam:
-Onde...você encontrou?
Thomas não demonstra nenhuma emoção.
-Era para minha proteção, afinal não sabia onde estava me metendo! Mas não a usei...
-Claro vai ser bem útil! -Helano diz.
Puxo Thomas para um canto.
-Foi por isso que não gostou quando mexi na sua mochila naquela vez?!
-Sim e por causa das drogas...-ele me olha envergonhado.
-Continua usando?-pergunto.
-Não! Percebi que aquilo só me fazia mal! Não é saudável...
-Que bom que percebeu!
-Bom gente com tudo isso nem lanchamos! Devem estar famintos! Só não sei temos bastante comida? Vamos juntar todo o alimento que temos e fazer algo legal pra comermos...-Rony disse.
-Eu e o Erick temos bastante comida que economizamos...iremos dividir! Certo Erick?-Sheron o olha.
Ele acena que sim.
Depois disso sentamos no chão. E os alimentos foram colocados em cima de uma toalhinha rosa da Larry. Eu só conseguia pensar em sair dali. Novamente os pelos do meu braço se arrepiam. Essa sensação estranha de novo se apossava de min.
* * *
Era tardizinha quando caminhavamos. As árvores eram poucas. Será que indicava o fim da floresta? Eu estava tensa. Tinha algo de errado comigo. Eu estou suando frio. Aquela sensação de formigamento. Vicentt tropeça em algo o que chama a atenção de todos.
-Caramba!-ele diz.
Todos riem.
-Tão rindo porquê? Não foram vocês... Ai! Alguem me ajude a levantar.
Erick com quem ele teve sérios problemas foi quem o ajudou. Percebo que esse era o momento certo de escapar. Ando reto e depressa. Dobro a curva e pronto começo a correr! Ninguém iria sentir a minha falta agora. Claro era só questão de tempo para perceberem a minha ausência mas até lá eu já estaria bem distante. Corro mais depressa pra não ter chance de me alcançarem. Já estou bem distante até que finalmente noto. A estrada da cidade vizinha.
-Ai que alívio! -digo animada.
Mas logo meu sorriso some.
-Alívio nada! Estava te esperando para irmos para casa!-diz o homem da bandana na cabeça.
Continua...
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Malvina
VampireMalvina sempre foi curiosa em relação ao seu passado. Mas tudo fica confuso quando ela tem sensações estranhas. Porque ela sente que tem um mistério? O seu eu escondido diz que é hora de se revelar.