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Caminho entre as pessoas. Minhas orbes trabalhavam enérgicas na tentativa de encontrar o meu pai, ou mãe entre os convidados. Por quê no fim de tudo, os dois são como os meus velhos brincos de pressão, se encontrar um, terei o outro.

Meus olhos se prenderam no alto da cabeça loira de Steve, ou ao menos parecia. Com certeza é ele, afirmo para mim. Eu reconheceria aqueles fios restantes de cabelo, os que lutavam para não cair, como os das profundas entradas de calvícies na sua testa.

- Por aqui! - Grito por cima do meu ombro. Os rapazes se agrupam ao meu redor.

- Não consigo ver... - Disse Bradley, franzindo o cenho examinando a multidão.

Estamos próximos do palco. Não é o melhor lugar para falar, apenas sinalizo com o dedo indicador, perto da mesa do bufê, meus pais.

Conforme nossos passos, percebo que outras pessoas formam um grupo com meus pais, os deixam bem humorados.

Logo percebo o rosto de cada um; Ana Stellman. Recém-viúva e nova líder do escritório de advocacia STELL de Atlanta, com cinco anos de parceria conosco. Geralmente resolve todos os nossos casos; E Lucky Stell, seu filho, me lembro dele ter quase a mesma idade de George.

O garoto, é isto que ele é para mim, tem um semblante caído, parecia não gostar nada da conversa.

Procurei meu noivo com olhos sem motivo, percebo um clima apreensivo correr no fundo dos seus olhos. Porém, por quê? Adam ajeitou a gravata borboleta da sua fantasia, respirando fundo. Notando que eu o encaro, sorriu para mim, rápido demais entregando seu nervosismo.

Não correspondo ao gesto, continuando séria, tentando imaginar o que passa na sua mente naquele momento.

É importante. Isso eu posso notar.

Collins manteve o silêncio. Parece indiferente a nossa presença. Contudo, penso que indiferença é algo que Bradley não pode sentir por nós agora.

Não se suas palavras sobre sua atração sobre mim são verdadeiras.

- Pai, mãe... Senhora Stell. - Cumprimento a todos, adentrando a roda nada sorrateiramente.

- Emma! - Meu pai sorri ao dizer meu nome, gesticulou tão intensamente que, seja lá qual for o conteúdo da sua taça, quase foi parar no chão.

Os olhos da minha mãe saltam vendo o comportamento do meu pai. Natalie, a própria classe em pessoa. Fico chocada apenas de imaginá-la vivendo em um pequeno trailer com sua família quando mais nova. De mansinho, ela tomou a taça da mão do meu pai.

Ele está embebedado? Ou, apenas feliz demais. Não consigo decidir. Prefiro acreditar na segunda opção e que seja por mim.

A senhorita Stell se mantém silenciosa, com um riso gentil no canto dos lábios, penteando o cabelo liso com as mãos.

- Como eu estava dizendo, Emma que organizou a festa. - Disse convencida, minha mãe entrelaçou nossos braços - E não eu.

Ana me fitou com um desafio no olhar, que jamais ousou lançar para mim. Fico surpresa, mas não demonstro. Apenas a calmaria que meu pai sempre demonstra em suas reuniões de negócios, ou quando está prestes a contar que fez alguma burrada para mamãe.

Vejo pelo canto dos meus olhos, Lucky aproveitar a distração para desaparecer no meio de todos.

- Eu adorei todo o tema! - Comentou a viúva, não sabia dizer se elogio foi verdadeiro. Levantou os olhos e observou o céu.

A noite está perfeitamente estrelada hoje.

Faz parecer que eu escolhi esta noite

ocasionalmente mas, é apenas uma coincidência.

Segredos de um verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora