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Meu coração bateu forte no meu peito, prestes a explodir de euforia com essa nova aventura. Respirei pela boca tentando conter tudo dentro de mim, minhas mãos amassaram o tecido acetinado do meu vestido contra minha pele.

Continuo fuzilando a porta do elevador, ameaçando fechar-se, conto os segundos
esperando a presença de Bradley.

O jeito que eu agi há pouco, foi um lado da minha personalidade que nunca assumi. Provocante e intimidante, espero.

Bradley deu um pulo, ficando entre às portas do elevador no último segundo. Pisco meus olhos freneticamente, boquiaberta. Ele por pouco não arrastou-se para dentro do cubículo de ferro, acometido do clima gélido, o mesmo parou
respirando fundo com as mãos no joelhos.
Toda a cena me fez gargalhar.

- Pensei que iria fugir, gatinho. - Brinquei pondo uma mão na cintura.

- Não disso... - Disse rápido e ofegante, mas sem hesitar.

Um único passo seu fechou a nossa distância, me pegando desprevenida, colando nossos lábios com fúria e paixão. Instantaneamente me deixei abandonar com o gosto agridoce da sua boca. Uma de suas mãos enrolou-se no cabelo da minha nuca e a outra apertou minha cintura.

Senti-me de volta ao salão de festas de Nila. Totalmente sem chão e a tona no espaço. Ou pior, em uma realidade onde eu era um meteoro em chamas, prestes a cair.

Sua coxa ateve-me na parede, parando de modo provocante entre as minhas pernas intimando meu quadril a dançar ao seu som, sem quebrar nosso beijo. O rosto dele afastou-se e aproveitei pra tentar raciocinar em meio a bolha de calor que causamos.

O vi apertar um dos botões do elevador.
Estive prestes a protestar, escolheria que fossemos a outro lugar porém sua boca retornou mais sedenta.

- Céus... - Sussurrei prestes derreter, um
instante depois dos seus lábios molhados conquistarem minha clavícula e descerem com beijos sensuais até meu decote.

Um riso convencido mostrou-se contra minha pele quente. Como castigo, apertei seus cabelos e o trouxe de volta aos meus lábios, beijando sua boca e explorando seu corpo com toques vigorosos.

Tudo isso é diferente. Outra coisa do que era... é com Adam. Este fogo que me queima, pensei ter sido apagado há anos. Talvez na adolescência, ou sequer tenha explorado-o de verdade alguma vez. Todos sabores me negados durante esse tempo, tiraria os proveitos agora.

Não exatamente aqui, interpretei a mensagem do universo assim que o elevador bipou indicando que as portas se abriram. Um frio amedrontador perpassou pelo meu estômago, mas não reduziu minha adrenalina, fez com que meu fogo aumentasse. Estremeço quando elas se abrem.

Inspirei profundamente, sugando seu perfume floral, o descolar dos nossos lábios causou um barulho molhado excitante. Me curvo por cima do seu ombro para visualizar o corredor felizmente vazio.

- Precisamos terminar isso em outro lugar. - Digo entre ofegos, sinto sua pele se arrepiar sob a palma da minha mão.

Bradley mostrou compreender com um gesto confuso e nos afastamos, porém a ideia de uma caminhada normal era torturante demais para os nossos corpos, então seguimos enlaçados pelo corredor, em uma dança ardente de beijos desajeitados.

Parecíamos um casal, em uma daquelas gincanas - que Adam apelida de coisa tosca - onde tentam chegar ao final com os pés enlaçados.

Paramos em frente ao seu quarto. Se a situação não fosse mais comprometedora, ficaria constrangida repensando o primeiro dia em que estive aqui.

Collins segurou meu rosto entre as mãos e me doou um selinho longo, comparável com o de uma despedida, mas é, apenas porque ele tem que parar para destrancar a porta, quando se abre, entramos em um turbilhão.

Segredos de um verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora